Capítulo 18 -

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Os grãos de areia na praia estão em todos os lugares, espalhados em migalhas, se perdendo em cavernas, se multiplicando das partículas de rocha e partindo no sopro do vento

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Os grãos de areia na praia estão em todos os lugares, espalhados em migalhas, se perdendo em cavernas, se multiplicando das partículas de rocha e partindo no sopro do vento.

Enquanto estava rolando na areia que grudava em meu corpo com facilidade, era levado para o mar com sua água fria que invadia meu coração, um oceano cheio de emoção.

Depois disso sentia que a praia era minha casa, mas meu amor humano sempre se manteve em terra firme. O balanço das ondas era muito intenso para quem se sentia afetado com um simples abraço apertado, o mar não era para ela.

Mas eu fazia questão de todos os dias estar regando cada beleza que florescia em teus olhos quando olhava para luz, lavava as feridas causadas pelas aquelas rochas que em mim abitavam, fazendo com que você mergulhasse nas ondas de carinho que lhe oferecia com rimas mal construídas, porém que faziam o mundo ouvir a melodia mais bonita que ecoava em meus momentos de solidão e me davam alegria, a sua risada era música mais linda que já fora criada e olha que nem musicista tu eras.

Queria que você amasse o mar tanto quanto eu, e se não fosse possível queria que me amasse tanto quanto eu amava o mar. Esse foi meu erro, querer que você sentisse algo, sendo que sentimentos lhe causavam enjoou.

A seca então chegou e sugou todo o líquido salgado e doce, os mares se extinguiram e junto a ele se foi os tesouros dos mares, desejos de piratas, casas de sereias, contos para crianças antes de dormir, até mesmo a velha inocência esquecida no processo de amadurecimento; o amor junto com tudo isso, virará mito.

Sobrara em mim apenas memórias e aquela areia que continuou grudada, tu então me pegara com sua mão, enchera seu pulmão de ar e com um profundo e longo sopro tu me desfez, me jogou desprotegida ao vento, me largou em pleno relento e sumira como a água em meu coração, aquele oceano cheio de emoção, vítima de seca.

Vítima de Ruby que habitava em um mundo desconhecido por mim, a verdade que ela não me deixava conhecer.

Mesmo assim, Ruby, só te pensar em ti o céu se fecha, a chuva cai em meus olhos e as minhas lágrimas viram o lugar em que se encontra a nascente do rio que jorra de amor por ti.

[...]

Corri tão rápido pelas calçadas e assim fui obrigado a escutar buzinas com raiva de mim por estarem sendo precionadas com tanta força junto aos freios de seus motoristas que gritavam xingamentos ao louco - eu - que não me importava de correr na frente de seus automóveis.

Durante o caminho, digito para Lúcia "Preciso te contar algo que você nem imagina."

Mas sou eu que me surpreendo com meu próprio esquecimento, ao parar em frente aos degraus que me levariam a porta da casa da senhora, que eu me relembro de não tão tarde tê-la levado ao aeroporto.

Mesmo assim, sento sobre os retângulos que formavam os degraus da cada ha minha frente e retiro meu celular do bolso procurando pela minha ex- psicóloga, amiga e mais fiel confidente.

Também precisava procurar Oscar, mas acho que sua esposa faria o trabalho de questionar Ruby e assim o assunto passado para Cecília acabaria se tornando fofoca para meu amigo.

Enquanto penso em que letras devo escolher para formar as palavras e que frases devo formar em uma mensagem de texto, percebo o quão ansioso estou para contar a experiência que tive.

Quanta tolice, parecia um adolescente ansioso em dizer que havia beijado pela primeira vez e batido uma pensando na garota que retirou a pureza de seus lábios. Mas Ruby estava longe de ter sido a minha primeira e por sua confiança na performance sensual eu não tenho dúvidas que também haviam tido homens antes de mim que foram além.

Então tento puxar o ar e espero que o oxigênio que é levado para meus alvéolos se transforme em calmante e se espalhe no sangue que corre agitado por todo meu corpo.

Porém meu corpo não parece querer aceitar minha vontade de sossegar meu espírito interior. Meus pés estão batendo contra o solo próximo, querendo voltar, dar a meia volta de todo percurso perigoso que fiz entre os carros enquanto meu coração trabalha de achar alguma saída do meu interior para juntar de uma forma ainda mais próxima ao coração de Ruby que senti batendo sobre mim, vibrando.

Não tenho um longo tempo para restaurar minha sanidade, mas pelo menos meus pensamentos sobre sexo são derrubados junto ao meu corpo que é jogado no cimento da calçada.

- O que você fez com ela? - A voz rugia furiosamente a cima de meu corpo, consigo saber que é uma pessoa apenas porque é notável que palavras foram formadas por sua voz, mas minha cabeça sentia como se a pata de um leão estivesse à pressionando no chão sujo da rua.

- Eu não sei do que está falando. - Tento manter a calma na situação, é o melhor que posso fazer. Mas não consigo.

Minha voz sai trêmula, quase chorosa e medrosa. Não entendia o que estava acontecendo, fui forçado a sair de meus pensamentos de forma ríspida.

Tento virar a cabeça para ver o dono da minha agressão, mas pela pressão em minha cabeça meus olhos só conseguem observar a porta de Lúcia aberta.

Lúcia não estava em casa; a porta deveria estar fechada; esse homem me atacou por trás e a não ser que ele caiu dos céus ele saiu dali, da casa dela.

Logo penso: LADRÃO!

Meu senso de proteção se torna maior com os outros do que para mim mesmo e de forma inconsciente meus joelhos se flexionam e chutam o homem que parecia não esperar meu ato, logo caí no chão e eu trato de me movimentar rapidamente para ficar em pé e não correr o risco de ser colocado contra o chão novamente.

- Você?

Nos vemos nos próximos capítulos ...

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