❗️Aviso❗️
Esse capítulo conterá cenas que envolvem crise de pânico.E está anexado na mídia uma música que será tocada dentro do próprio universo no momento em que citada; então recomendo que escutem ao decorrer da leitura para uma experiência mais imersiva. (A tradução da música estará no final do capítulo aos interessados.)
Anos atrás...
Caminhei determinada até a sala, onde papai massageava os ombros de mamãe que estava sentada em completo silêncio recebendo o carinho e por vezes soltando espécies de gemidos de prazer, estranhamente estranhos.
Fiquei no centro da sala, bem na frente deles.
Não poderia voltar atrás agora. Sob a visão dos olhos julgadores dela e a expressão amedrontada dele. Respirei fundo e tentei inspirar confiança ao falar:
- Apresento à vocês Queimada, um monólogo produzido e protagonizado por Ruby Brigite.
"Olho para o pôr do sol que se derrama no céu em aquarelas avermelhadas, alaranjadas e rosadas. As cores explodem, as estrelas começam a ganhar visão no céu que perdia a sua cor e uma neblina se emenda ao início da noite, servindo como as cortinas das estrelas que se preparavam para uma madrugada brilhante em que elas seriam o espetáculo principal nessa noite bela.
Apenas observava as estrelas dançando em alta velocidade e se pintando com as cores de fogo do pôr do sol. Em minha volta as pessoas gritam, correm e choram. Para que tanto escândalo em uma noite tão calma?
Cada pequena estrela no céu, queria a sua atenção merecida, elas se separaram e tentaram brilhar sozinhas. Sem ninguém para ajudá-las, deixando o orgulho dominá-las, caia uma por uma e quem estivesse por baixo era esmagado.
Uma me escolheu, entrou dentro de mim mas eu não caí. O espetáculo magnífico dos astros não pararia por minha causa.
Me sentia um dos brilhos radiosos do céu que se encontrava na Terra. Os medrosos meros humanos não chegavam perto de mim, mas eu não me importava, seguia firme.
Tentava seguir. Sentia meu sangue avermelhar meus olhos, os meus ossos explodirem com a matéria compostas pelos astros que me invadiram, a neblina do céu caiu para o solo e tentava me prender em volta de sua névoa que parecia cinzas de um incêndio próximo.
Estava queimando, me desfazendo em chamas quando dizia que estava dançando com as mais belas.
Em breve seria uma queimada, com a pele derretida sobre os ossos e a carne desfeita. Mas por enquanto eu ainda era o principal espetáculo nessa noite bela, calma e esplêndida."
Havia ensaiando sem parar antes em meu quarto, perdi a quantidade de vezes que repeti as falas que eu mesma escrevi na aula de redação e o mesmo poderia se dizer dos movimentos que decorei no recreio.
Queria mostrar algo perfeito.
Foi o que eu achei que fiz, quando papai abriu um sorriso, não daqueles singelos. Um verdadeiro sorriso, onde se é possível ver os dentes. Com aquilo imitei sua feição como um espelho, refletindo o orgulho que havia nele em mim mesma.
A reação que tive da minha mãe no entanto, fora diferente.
Ela levantou e todo aquele relaxamento que meu pai havia proporcionado com suas mãos nela parecia ter partido enquanto ela caminhava até mim.
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Amor Entre Chamas.
RomanceAntes de odiar uma pessoa que um dia já nos encontramos perdidamente apaixonadas veio um sentimento que tomou conta do nosso corpo. O que era desejo virou necessidade, obsessão, uma droga, um pecado. Foi isso que Marte sentiu por Ruby, luxúria.