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― Estamos em um livro da Agatha Christie.

Todos olharam para Liz por um instante; ela ficou com o rosto vermelho, e se encolheu entre Melanie e Will no banco.

― Três jovens com feições semelhantes entre si foram encontradas mortas em vagões sequentes um do outro, e estamos procurando por suspeitos em cada uma das carruagens. – informou o segurança, a garganta oscilando em nervosismo. − Se vocês puderem permanecer onde estão, a busca vai ser mais fácil.

Selene se pôs de pé, a mão de Maze firme em sua lombar.

― Como elas eram? – Perguntou Kaine em pé, os olhos atentos como se não tivesse sequer cochilado durante as quatro horas de viagem.

O homem franziu o cenho, pensativo, e olhou para o grupo, repousando então em Selene, apontando com o queixo.

― As três tinham cabelos pretos e curtos como ela.

Selene engoliu em seco, frio descendo pela espinha.

― Por que estão assassinando algumas pessoas e não todos os vagões? – indagou Angelie, estarrecida, a manta deslizando de seus ombros.

― Quais vagões têm humanos e quantos seres sobrenaturais há neles? – Maze já estava em pé, puxando um colt do cinto, destravando as balas. – Alguma das vítimas são erdianas?

O homem deu mais uma olhada por cima dos ombros, a lufada de murmúrios escapando da porta meio aberta.

Selene levou os dedos para o cabo trançado áspero da wakizashi.

― Os refugiados do "outro mundo" ficam nos primeiros cinco carros, enquanto os feridos recebem cuidados nos outros três. – O guarda franziu a testa, como se preocupado. − Passageiros humanos comportam dois vagões, e o carregamento de suprimentos pertence ao restante. As três garotas eram todas humanas e não tinham relação nenhuma uma com a outra.

― Os outros passageiros sabem que estamos no último vagão? – questionou Sebastian.

O homem negou com a cabeça.

― Vocês foram categorizados como carregamento especial. Só os vigias sabem sobre vocês aqui.

― E vocês não viram nada de suspeito rolando? – Agatha disse com deboche.

O homem empertigou os ombros, olhando para a garota como se ofendido.

― As luzes tinham sido apagadas e nossas visões cegadas com uma espécie de... tinta preta quando tudo aconteceu.

Selene se conteve em olhar para as mãos, o peito acelerando a medida que as informações eram derramadas sobre eles.

― Elas não estavam levando algo de valor? – ela perguntou, a respiração ameaçando acelerar. – Talvez sejam saqueadores.

Elementais das Trevas - Falsos Deuses #4Onde histórias criam vida. Descubra agora