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Selene quase cravou as unhas no concreto da parede daquela casa, os olhos vidrados nos lábios dos fiéis que balbuciavam sem emitir som.

À vitoriosa da guerra que perdura; traga minha família de volta, dissera uma mulher, a voz sussurrando numa lamúria.

Minha casa foi destruída... eu quero a tanto de volta, falou outra voz, masculina numa raiva contida.

Eu vi minha mãe morrer.

A mão de Selene derrapou na parede quando suas pernas vacilaram. Era a voz de uma criança.

O monstro a comeu viva. Ela gritava.

Traz ela de volta.

Por favor.

Por favor.

― Não... – Selene mal ouviu o próprio cicio, cobrindo a boca com a mão.

Aquelas vozes. Todas aquelas vozes – não era possível que aquela reza...

A reza estava chegando até ela.

― Selene.

Selene arregalou os olhos, sacando a wakizashi, apertando-a contra o pescoço da figura que surgira ao seu lado. Era Jorah, o pomo de Adão oscilando ao congelar contra a lâmina.

― Desculpa, eu... – ela soltou o ar devagar, afastando a arma do rapaz. O coração martelava tanto contra seu peito que parecia quase rompê-lo. – Eu não tinha visto você, eu só...

― Não posso dizer a você para voltar para a van se está se sentindo mal. – ele não parecia abalado, a expressão dúbia mesmo quando ela quase cortou sua garganta. – Precisamos de você. Passei o plano rapidamente para o restante da equipe. Anya, Danika e Emil darão a volta no pátio para atacar por outras direções. Ainda não sabemos se aquelas pessoas estão acobertando a verdadeira forma, então precisamos de olhos por todas as partes caso algum movimento aconteça.

Selene levantou o olhar para o outro lado da rua, onde Kaine e Jack aguardavam, os olhos focados no pátio.

Eu preciso tanto de ajuda...

A minha irmã... a minha irmã...

― Vou assustá-los para que possamos intercepta-los – continuou Jorah quando ela não respondeu. Selene sentia as costas suarem.

O rapaz tomou a frente de Selene, ajeitando o riffle apontado para o pátio.

Espera, Jorah – Selene segurou o cano da arma, o corpo estremecendo como se ela estivesse sentindo frio, mas não estava. O uniforme era quente sobre a pele pegajosa de suor.

― Não podemos esperar, Selene.

Sem mesmo afastá-la, o tiro ecoou para dentro de seus ossos quando o rapaz afundou o dedo no gatilho. Selene arfou quando ouviu o tiro atingir a estátua, abrindo um buraco no centro da testa que se repartiu em dois, gesso caindo no altar. As pessoas soltaram um grito, protegendo as cabeças com os próprios braços.

Elementais das Trevas - Falsos Deuses #4Onde histórias criam vida. Descubra agora