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Keana. Corinna. Tahira.

Nenhuma das três garotas se pareciam com Selene, mesmo com o cabelo preto e curto – Tahira tinha as sobrancelhas mais grossas e nariz longo; o rosto de Corinna era mais oval e cílios menores, enquanto os lábios de Keana eram muito mais cheios e uma marca de nascença florescia no pescoço e despontava para a bochecha angulosa.

Antes de embarcarem no trem de Budapeste que os levariam para Cluj-Napoca, Selene visitou o vagão onde as três jovens haviam sido cobertas por uma lona marrom – antes de serem levadas para o necrotério local.

Embora o clima na estação de Budapeste fosse gélido e seu hálito se condensava diante dos lábios, Selene avistara um canteiro de lilium, e colhera para deixar o modesto buquê sobre as mãos das três jovens.

Ninguém havia chorado por elas.

Nem mesmo o segurança que havia informado sobre os assassinatos.

Ninguém para lamentar.

Selene sempre sentia um frio que se aninhava quando ela encarava rostos falecidos, pálidos e duros, e tinha sido assim antes de cobrirem as meninas com a lona outra vez. A pele delas estava manchada da tinta preta dos goblins; Keana foi atingida pelo machado do goblin na costela, Tahira na coluna e Corinna no estômago.

Nenhuma carregava armas. Só a roupa do corpo, a tristeza de ter perdido a família e a promessa de um novo começo que nunca viria.

Tudo tirado por causa de uma adaga.

Se não fosse pela força de Jack, Selene teria cortado a cabeça dos quatro goblins com Odessa.

E se tivessem mantido os erdianos verdes no vagão ao lado, ela teria explodido aquela porta e ido mata-los mesmo assim.

Quando o trem pegou seu destino, Selene ficou isolada no fundo do último vagão, tentando se controlar, tranquilizar as veias azuladas nas pontas dos dedos e, pela primeira vez, Selene ficou com medo.

Medo daquilo surgir outra vez, e ela... e ela pensar que tinha sido ela que...

Foi por um instante; Liz, Melanie e Agatha se aproximaram para repassarem o que haviam aprendido com Maze e Sebastian, e o medo adormeceu mesmo quando nenhum deles, nas treze horas de viagem até Cluj, pegara no sono novamente.

Tinha sido tranquilo – muito verde por todas as janelas abertas, e o frio que consumia Budapeste se agravava à medida que eles passavam pelas cidades que precediam o destino final. Só depois de passarem pelo arco de uma muralha gigantesca de pedra e serem levados da estação, que a cidade se dava por completo. As ruas eram amplas, edifícios semelhantes à Roma se estendiam por todos os lados. Eles passaram ao lado de uma igreja ortodoxa, a arquitetura bizantina que recordava a Selene as construções russas, e ela parou de observar a cidade para observar Maze.

Elementais das Trevas - Falsos Deuses #4Onde histórias criam vida. Descubra agora