Toda sua | Neymar Jr

XXVI

Neymar versão
|Men|

Pela milésima vez, repetia para Antony que não estava de conversinha íntima com Bruna Biancard. Porque aliás o jogo de perguntas se virou contra mim.

— Mais como pôde chamar ela para o treino depois de você me dizer que estava gostando de Milenna. — repetiu novamente o gesto de quem queria me estrangular.

Neguei com veemência.

— Eu não falei que estava gostando de Milenna.

Antony revirou os olhos, como se quisesse realmente me matar naquele momento.

— Ah Neymar, por favor. — pediu e eu continuei encarando o mesmo. — Você quase disse isso, quando falou "aqueles olhos..."

Fez uma voz estranha e eu o empurrei. Ele caiu no chão pois estava despreparado com tal ataque, que havia feito a ele, porém, ele se levantou para me bater e eu corri para outro lado da sala, com um sorriso nos lábios.

É, talvez ele tinha razão. Mais ninguém se apaixona por alguém sem ao menos conhecer né? E isso tem uma resposta clara, não a conhecia direito. Eu também não podia me apaixonar por alguém que me odeia por completo ou posso? Minha cabeça revirava de tantas perguntas.

— Ah para, para. — pedi voltando minhas mãos para o alto. — Ela me odeia.

Sorri, lembrando passar de alguns limites que ela permitiu. Afinal o desejo era nítido em sua pela macia e cheirosa.

— Vocês gostam de jogar esse joguinho. — Antony rebateu se jogando em cima da cama. Desistindo de revidar o empurrão.

Ele olhava para o teto, como se pensasse em algo que ocupava sua mente naquele momento. Como se fosse algo urgente. Fingir não ver e então voltei a pensar em suas palavras.

— Na verdade, eu não chamaria isso de jogo e sim de uma competição de quem é mais duro na queda. — voz de Paquetá era nítida. Quando vimos o mesmo, estava debaixo do arco da porta do quarto de braços cruzados.

— Quanto tempo você tá aí maluco? — perguntou Antony e concordei com um sorriso.

— Desde do momento que o assunto foi sobre Milenna e Neymar. — rimos.

Estávamos conversando isso faz uns trinta minutos. Depois de perguntar como estava o relacionamento de Antony e se sua ex estava infernizando muito a vida dos dois. Até que o jogo se virou para mim, como perguntas específicas, sobre Bruna aparecer e tais. O que claramente foi explicado.

— Vocês num acha que vocês querem saber muito da minha vida!?

Olhei para os dois que antes de voltarem o olhar para mim, se entre olharam e sorriram. Não gostava nem um pouco da idéia daqueles sorrisos.

— Você quer enganar quem cara? — perguntou Paquetá se aproximando e se sentou ao meu lado. — Até a Duda que viu vocês somente uma vez e nem estavam tão próximos assim e percebeu o quão vocês se entregam no olhar.

Aquelas palavras de Paquetá martelaram em meu cérebro. Que olhar era esse? Quem disse que sou merecedor de alguém tão amável. Difícil acreditar mesmo ela gostar sabendo todo meu passado, de todas as coisas que passei. As acusações. Os medos que somente eu sei, e que a minha família sabe. Porra. Eu estava sozinho no barco. Ela conseguiria ficar junto a mim mediante a tanta tempestade? Nem todos ficaram. Nem todos ficaram do meu lado.

— Vocês estão me deixando sonhar. — brinquei e eles se entre olharam e pularam, sim, realmente subiram em minha cama e pularam.

— Neymar tá apaixonado. — gritou Paquetá e Antony acompanhava o amigo fazendo um som melódico na boca, que aliás estava muito feio e fora do tom.