Toda sua | Neymar Jr

XXVIII

Após o Jogo 
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Meus olhos estavam sobre o campo, vendo os jogadores se abraçarem por certamente o jogo ter finalizado, não do jeito que queríamos mas estávamos bem no grupo G. Com pontos bons.

— Tia. — voz de Davi me despertou dos meus pensamentos.

Voltei meus olhos para o garotinho de 11 anos que aparentava ter mais. Ele me entregou seu celular e eu não havia entendido.

— Olhe a mensagem do papai. — pediu e assim voltei meus olhos imediatamente para o celular.

"Como você está meu brother? E a Mi, ela está bem?"

Sorrir para mensagem. E Davi deslizou o dedo, assim vendo mais algumas mensagens. Eles tinham interagido mais cedo, antes do jogo acabar.

"Que bom que estão bem", "Não fale nada sobre minha lesão para ela, andei sabendo que ela andou com medo."

Voltei meus olhos para Davi que gargalhou.

— Isso é verdade?

Neguei com a cabeça e ele semi cerrou os olhos para mim. Para não encarar o garotinho loiro, voltei meus olhos para última mensagem.

"Diga para ela que ela está linda hoje. Ou melhor, até parece uma pessoa normal."

Meu coração derreteu, o que tinha de encantador e de insuportável naquela mensagem era ainda melhor. Devolvi o telefone na mão do mesmo que sorriu. Ele parecia contente com as mensagens mais do que a mim mesma.

— Não conte que lhe mostrei essa conversa. — pediu e saiu andando em direção da mãe.

Concordei silenciosamente pelo pedido do pequeno. Quando peguei meu celular, no bolso de trás da calça, vi que ainda estava com medo de encarar os áudios que havia enviado para Richarlison, não saberia o que fazer quando o visse pessoalmente, que era bem pior. Eu não sou das pessoas que sabem disfarçar uma vergonha. Então começo a passar outra vergonha.

Imagina só ele passar isso para um de seus colegas?

Sentir o meu corpo tremer por pura humilhação mas era bem pior, bem pior se ele for muito parceiro de Neymar e enviar essa conversa para ele. Isso sim, seria uma humilhação.

Oh, céus.

Ou bem pior. Onde eu teria colocado minha dignidade naquele dia? Porque acho que enfiei em lugar bem específico. Nunca havia passado tanto vexame na vida, como venho passando aqui em Doha. Um pior do que o outro. Meu Senhor.

— Voltamos — exclamou Melissa com algumas garrafas de água na mão e Vinícius com algum tipo de salgado ou sanduíche. Não vi direito, mas o cheiro estava ótimo.

— Hmmm — Falei sentindo o aroma de uma sanduíche pronto e feito na hora.

— Você falou que não queria. — Mel advertiu trazendo somente a quantidade dos que pediram. 

— Mudei de ideia. — fiz bico.

— Agora vá lá pedir e esperar na fila. — Vinícius falou se sentando em uma das cadeiras perto de Carol.