𝟏𝟔

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𝐘𝐎𝐎𝐇𝐘𝐄𝐎𝐍

Lembro-me da primeira vez que eu quis beijar Minji tão claramente como o dia que eu encontrei a minha mãe morta. As duas vezes foram igualmente aterrorizantes, mas de duas diferentes maneiras. Minji e eu estávamos sentadas no capô de seu carro em nosso local secreto escondido nas árvores, olhando para o lago. Foi difícil como o inferno voltar para esse lugar, mas a vista e serenidade valiam pena.

Tinha sido quieto entre nós dois por um tempo, o que era normal, exceto pelo ciúme agitando dentro de mim sobre a mais recente paquera de Minji, Kwon Eunbi. Eu nunca me senti assim antes e o que me deixou intrigada. Não era como se a garota tivesse algo especial, mas Minji disse a Siyeon que a garota tinha material para ser uma namorada em potencial e isso estava me incomodando.

Os braços de Minji estavam dobrados debaixo de sua cabeça e seus olhos estavam fechados, com a luz do sol radiante em cima dela. Sua camiseta tinha subido e sua tatuagem ficou parcialmente visível. Enquanto eu olhava para a tatuagem, a vontade de correr meus dedos ao longo dela me deixava louca.

[ flashback ]

- Eu não gosto da Eunbi. - de repente falei, sentando-me rapidamente.

As sobrancelhas de Minji se uniram, seus olhos se abriram contra a luz do sol.

- Hein?

- Aquela garota, a Kwon Eunbi, que você estava falando outro dia - eu disse, olhando para a água ondulando na brisa suave - Eu não acho que você deveria namorá-la.

- Por que você não gosta dela? - ela se levantou apoiada nos cotovelos.

- Não... - coloquei os fios do meu cabelo sobre meus olhos - Eu só não quero que você saia com ela.

O vento encheu o silêncio. Minji sentou-se e passou um braço em volta do meu ombro.

- Tudo bem, eu não vou. - ela disse como se fosse tão simples como respirar.

Eu reprimi de volta um sorriso, não entendendo completamente por que diabos eu estava tão feliz. Minji deitou-se e me puxou com ela. Eu descansei minha cabeça em seu peito e escutei seu coração batendo, firme como uma rocha, ao contrário do meu que estava dançando dentro do meu peito.

Quanto mais tempo eu fiquei em seus braços, mais feliz eu ficava. Eu me senti segura, como se nada pudesse me machucar, mas eu estava em completa negação de que estava começando a me apaixonar pelo minha melhor amiga.

[ fim do flashback ]

Já faz uma semana desde o incidente da corrida de carro e eu tenho me escondido no meu quarto vivendo de macarrão com queijo e refrigerante. Sunmi ainda não tinha ido para casa, mas SuA foi na manhã seguinte da corrida. Ela queria ficar, mas eu não quis e acho que seu pai não estava muito interessado na ideia também.

Tem sido uma espécie de solitária, no entanto.

Eu ainda não tinha ouvido a voz de Minji, e o brilho constante na tela me atormentava. Eu decidi fazer uma pausa de casa hoje e fazer algo que estava com vontade de fazer durante um tempo. Quero esboçar o túmulo de minha mãe porque eu não vou sempre estar perto o suficiente para visitá-lo.

Estava me incomodando todos os oito meses que eu estive fora. Sinto-me culpada, porque fui eu quem a colocou lá e então eu a deixei. Eu peguei meu caderno de desenho e lápis da gaveta de minha mesa de cabeceira, deslizei sobre meus sapatos e coloquei meus óculos escuros, me dirigi para fora da porta da frente onde eu estou menos propensa a me deparar com Minji.

𝐌𝐎𝐑𝐄 𝐓𝐇𝐀𝐍 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒 [𝐉𝐈𝐘𝐎𝐎]Onde histórias criam vida. Descubra agora