Capitulo 15

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Chris
Todo mundo traça metas e faz promessas quando um ano está terminando e outro começando. Algumas nós cumprimos, algumas não e algumas coisas acontecem sem planejamento, são uma surpresa do universo. Quando o ano anterior estava terminando, eu me lembro de ter feito vários planos e definido inúmeros objetivos. Agora, com mais um ano terminando, era, de certa forma, prazeroso e reconfortante ver que eu havia alcançado grande parte deles. Porém, a melhor coisa desse ano tinha, com certeza, sido a surpresa que o universo tinha enviado para mim: Sofia. Nenhuma das minhas metas ou promessas envolviam encontrar uma mulher maravilhosa como ela, começar um relacionamento não rotulado e me apaixonar, mas havia acontecido e eu estava imensamente grato por isso.

Estávamos há três dias do natal e Nova Iorque era uma grande mistura de neve e luzes natalinas. Todos os lugares pareciam que estavam lotados, com pessoas fazendo compras e confraternizações. Eu estava com a minha lista de presentes de natal atrasada e Sofia tinha se oferecido para me ajudar. E era óbvio que eu não recusei a ajuda, primeiro porque eu não perdia oportunidade nenhuma de passar tempo com ela e segundo porque Sofia viajaria para o Brasil no dia seguinte e só voltaria no começo de janeiro.

- O que você acha desse? - Perguntei, mostrando uma caixa para Sofia e a mulher franziu o nariz negando.

- Não, Chris, essa aqui é muito mais legal, tem um dinossauro. - Ela disse animada.

Estávamos em uma loja de brinquedos, tentando escolher o presente de Andrew. Ele havia pedido uma pista de carrinhos e eu achei que esse seria o presente mais fácil de riscar da lista, mas quando cheguei na loja percebi que estava muito enganado, pois existiam inúmeros modelos diferentes de pista. Sofia e eu tínhamos gostos parecidos para a maioria das coisas, porém, aparentemente, não conseguíamos entrar em um consenso sobre qual dos brinquedos levar.

- Mas esse aqui tem um túnel e o carrinho fica de cabeça para baixo, e dá para você colocar dois carrinhos por vez, é mais radical.

- Mais radical que um dinossauro que pode mastigar o seu carrinho? - Sofia perguntou, levemente debochada, e eu ri. Parecia que erámos duas crianças de cinco anos discutindo de quem era o brinquedo mais legal.

Desviei o olhar da mulher a minha frente e encarei o meu brinquedo, pensando no próximo argumento que eu usaria para tentar ganhar aquela discussão. Os dois brinquedos eram bem maneiros, na verdade, e eu sabia que Andrew gostaria de qualquer um, mas aquela briguinha estava sendo divertido demais para mim. Levantei os olhos, pronto para continuar nosso debate, mas encontrei Sofia segurando a caixa com o brinquedo dela, com um pequeno biquinho nos lábios e os olhos mais pidões que eu já havia visto. E, naquele momento, eu sabia que havia perdido a discussão. Eu estava completamente rendido por aquela mulher e era fato que eu faria qualquer coisa por ela, inclusive deixá-la ganhar aquela briguinha de criança.

- Tudo bem, você venceu, vamos levar a do dinossauro. - Sofia soltou um gritinho animado e faz uma dancinha em comemoração, me tirando mais uma risada. Não cansava de dizer o quão adorável ela é. Olhei para os lados, percebendo que não tinha ninguém próximo de nós dois, e a puxei pela cintura, roubando-lhe um selinho. A mulher arregalou os olhos de leve, mas me deixou beija-la.

- Estamos em público, seu maluco. - Ela me repreendeu, em tom de brincadeira. Nós não costumávamos sair para lugares públicos juntos, sempre preferíamos ficar em casa, mas quando saíamos procurávamos manter uma distância segura entre nós dois, sem toques e sem beijos, evitando que curiosos ou paparazzis vazassem momentos íntimos nossos.

- Desculpa. É só que você é maravilhosa demais, não aguento. - Sofia sorriu, negando.

- Você é impossível. - Apesar de ter me repreendido, ela é quem se aproximou da segunda vez e colou nossos lábios. Tive a vontade de aprofundar o beijo, mas me contive com o selinho. - Vamos lá pagar logo esse presente.

Esse tipo de amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora