Capitulo 20

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Sofia
- Você tem certeza que sua irmã não prefere a lasanha de carne moída? Ainda dá tempo de colocar no forno. - Chris disse outro lado da linha, me fazendo rir.

Ele e Helena iam se conhecer, finalmente, e meu namorado tinha se oferecido para fazer um jantar para nós duas. Inicialmente, ele parecia bem de boa com a ideia. Porém, quanto mais perto do horário chegava, mais nervoso ele ficava. No começo da semana, ele havia decidido fazer uma lasanha de frango. Porém, ele estava tão aflito que havia acabado fazendo uma de frango e uma de carne moída, com medo de fazer algo que Helena não gostasse. Ele ainda teria feito uma de berinjela se eu não tivesse o impedido.

- Tenho, Chris. Eu te disse que minha irmã come qualquer coisa, ela come até pedra se você falar que é comida. Fica tranquilo. - Ouvi meu namorado soltar um suspiro pesado do outro lado e não aguentei segurar um sorriso. Era estranho que eu achasse o nervosismo dele fofo? Talvez. - O que está te deixando tão aflito?

- Eu só quero que tudo seja perfeito, Sof. Não quero que sua irmã tenha uma péssima primeira impressão de mim.

- Chris, você é um cara que cuida de mim, que me respeita, que me manda flores no meio da semana e nem precisa ser uma data comemorativa pra você fazer isso. Você fez uma pintura minha e me escreveu uma declaração maravilhosa, você me liga todos os dias só para me desejar boa noite. Helena já tem a melhor das impressões e não vai ser um jantar, que eu sei que vai ser perfeito, que vai mudar isso, lindo.

- Você acha?

- Tenho certeza. Promete que vai tentar relaxar? - Perguntei e ouvi ele respirar fundo.

- Prometo. Já está vindo?

- Saindo do set agora. Vou só pegar a Helena e já vou direito para sua casa, daqui uns vinte minutos estou aí.

- Ok, dirige com cuidado.

- Pode deixar.

Chris e eu desligamos a chamada e eu enfiei o celular de qualquer jeito dentro da bolsa, caminhando na direção do estacionamento. Eu não podia negar que eu também estava levemente ansiosa com o primeiro encontro deles, mas estava confiante de que tudo daria certo. Quando eu já estava próxima ao meu carro, porém, minha atenção foi totalmente desviada do jantar no momento que eu ouvi uma risada vinda de algum lugar próximo. Meu corpo inteiro se arrepiou com a sensação familiar que aquele som me trouxe. Varri o local com os olhos e não demorei a encontrar o dono do riso.

Havia um casal conversando próximo a um dos veículos do estacionamento. Não prestei muita atenção na mulher, mas, apesar da relativa distância, eu ainda consegui identificar aqueles cachos loiros que eu sabia que vinham acompanhados de um par de olhos azuis angelicais. Parecendo perceber que estava sendo observado, ele levantou seu olhar e me encarou de primeira, sem precisar me procurar. Um sorriso de lado surgiu nos lábios dele e eu vi quando ele comentou algo com a mulher que o acompanhava, apontando para mim e ensaiando uma caminhada na minha direção. Eu entrei no meu carro e comecei a dirigir antes mesmo que ele tivesse a chance de se aproximar. Meu coração estava batendo rápido e não era aquela batida gostosa de quando você vê alguém por quem você morre de amores.

Quando eu me vi em uma distância mais segura, arranjei uma vaga e me permiti estacionar, tirando alguns segundos para me recompor. Meu coração ainda estava acelerado e minhas mãos estavam tremendo, então fechei meus olhos, encostei minha testa no volante e respirei fundo algumas vezes, tentando me manter calma. Eu não sentia medo dele, mas era impressionante como ele conseguia me fazer pequena com apenas um sorriso. Cinco minutos depois, eu já estava melhor e me sentindo mais segura para voltar a dirigir, o que eu logo fiz. O caminho até o escritório onde Helena trabalhava não era longo e quando cheguei lá, minha irmã já estava me esperando na recepção.

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