Capitulo 19

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Chris
- Tio! Olha o que eu achei. - Andrew gritou, enquanto corria na minha direção. Sua mão estava estendida e quando ele chegou perto o suficiente consegui ver uma pequena concha branca em sua palma. - Parece um coração. - Ele me entregou a concha e eu sorri, assentindo.

- Parece mesmo, cara, que legal.

- Pode ficar pra você, tio.

Andrew voltou correndo para o mar, encontrando minha irmã e meu pai que o esperavam. Eu o acompanhei com o olhar por alguns segundos, mas minha atenção foi desviada quando senti dois braços envolvendo meu pescoço.

- Andrew é adorável. - A pessoa comentou e eu virei meu rosto para trás, encontrando Sofia sorrindo para mim. Eu sorri de volta, levemente surpreso por vê-la ali.

- Ei! Você está aqui! - Comentei e ela franziu o cenho, parecendo confusa.

- Estou, claro, onde mais eu estaria? - Ela perguntou, como se fosse óbvio, e foi a minha vez de ficar confuso. Sofia pareceu ter percebido, pois levantou as sobrancelhas, preocupada. - O que foi?

- Nada. Só estou feliz de ter você. - O sorriso nos lábios da mulher pareceu ter aumentado ainda mais e eu a puxei de leve pelo braço, colocando-a de frente para mim. Sofia me encarou por alguns segundos, sem desviar o olhar. Seus olhos verdes estavam com aquele brilho que me fazia sentir como se ela pudesse enxergar minha alma e ela parecia pensativa. - Ok, agora é a minha vez de perguntar "o que foi?"

- Eu preciso de te dizer algo. - Meu coração bateu mais forte quando ouvi aquilo. Eu estava esperando aquela frase há algum tempo e parecia que agora a hora tinha chegado.

Porém, antes que ela falasse qualquer coisa, um barulho alto e agudo ecoou pela praia. Eu olhei para os lados, tentando entender de onde ele estava vindo, mas não consegui identificar.

- Você ouviu isso? - Perguntei e Sofia negou no mesmo momento que o barulho soou novamente.

Daquela vez, consegui identificá-lo, era uma campainha. Mas por que teria uma campainha tocando na praia? Foi então que eu acordei. Minha respiração estava pesada e levou alguns segundos para eu perceber que eu estava no meu quarto e que tudo não havia passado de um sonho. Mais um. Há 11 dias, desde a mensagem de Sofia, eu tinha sonhos frequentes com ela, que sempre terminavam com a mulher me dizendo que precisava me contar algo. Entretanto, ela nunca conseguia contar, eu sempre acordava antes. Suspirei, frustrado, e me virei para o lado, pronto para dormir novamente, mas o barulho da campainha ecoou no meu apartamento mais uma vez. Puxei meu celular, vendo que passava da meia noite, e pulei da cama, confuso e preocupado. Uma campainha tocando àquela era não podia ser boa coisa.

Caminhei depressa até a porta do apartamento e quando a campainha tocou outra vez, eu a abri, encontrando Sofia parada ali. Ela vestia um conjunto de moletom rosa e seus cabelos estavam soltos e ondulados.

- Oi! - Ela sorriu.

- Eu ainda estou sonhando? Você é um sonho? - Perguntei, coçando os meus olhos, e Sofia riu, negando.

- Não. Até onde eu chequei, eu sou bem real. - Sofia brincou. - Desculpa ter te acordado, mas eu precisava conversar com você e não acho que eu conseguiria esperar até amanhã de manhã. Então, eu vou falar e te peço para me escutar, ok? - Assenti. - Eu sempre tive uma visão negativa sobre relacionamentos. E não vou falar muito disso, porque você já sabe essa história de cor e salteado, mas, pra mim, relacionamentos amorosos só serviam para machucar, nada mais. Por isso, eu sempre evitei me relacionar. Eu evitava por medo de me entregar e me machucar, por medo do futuro. E foi esse medo que me fez te mandar aquela mensagem e te pedir um tempo. Eu estava apavorada pensando em como seria nosso futuro, se eu seria capaz de te dar tudo que você merecia, se sairíamos machucados no final.

Esse tipo de amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora