KEISA
Talvez em algum determinado momento da história, algum herói tenha pensado em desistir. E embora eu não fosse nenhuma heroína de nenhuma história, eu estive analisando a possibilidade de desistir.
Ainda estávamos todos na casa dos Torrance aguardando a melhora de Fane. O irmão de Ivarsen continuava inconsciente e com todos os exames em estado instável, porém, todas as pancadas que acertaram sua cabeça retardaram sua melhora. Era nítido a preocupação camuflada por todos em forma da alegria que era tê-lo novamente, não queríamos que nosso Fane voltasse com alguma sequela da violência que sofreu na França.
Ivarsen estava obcecado em encontrar o esconderijo do ratinhos que me machucaram anteriormente. E eu não desconsiderava seu empenho em querer vingar alguém que se ama, mas talvez eu não me amasse tanto quanto deveria, já que por alguns minutos eu almejei desistir de vingar à mim mesma.
— O que essa cabeça pensa tanto?
Levantei o olhar e encontrei Ivarsen seguindo descalço em minha direção. A roupa para dormir era sempre um obstáculo para meu autocontrole noturno.
— Essa cabeça pensa que o corpo que a mantém está exausto. — meu sorriso desenhou-se fraco.
A sala estava silenciosa no meio da madrugada. Minha única companhia era o barulho da lenha estourando na lareira em minha esquerda e a taça de vinho em meus dedos gelados.
— Porque não sobe para o quarto e dorme um pouco? — Ivarsen levantou meus pés do puff e se sentou levando minhas pernas para o seu colo. Seus dedos grandes apertaram a região do meu pé e eu gemi afundando no estofado do sofá.
— Eu queria pensar um pouco. — confessei. A luz laranjada do fogo ocasionava de forma bonita em Ivar.
— Quer compartilhar?
Pensei. Eu não queria compartilhar, mas também não queria manter o cargo inteiro dentro de mim.
— Procurar vingança é o caminho certo? Sou mesmo muito diferente deles fazendo isso?
Os dedos de Ivarsen pararam de trabalhar enquanto ele olhava em meus olhos. Ele nunca tinha medo de direcionar seu olhar para os olhos das pessoas, era uma forma intimadadora sobre nunca fugir da direção certa, e talvez tivesse ocasionado com a autoconfiança dele, mas eu não saberia dizer.
— Mas você acha certo que eles possam sair sem nenhuma punição por tudo o que fizeram com você? — ele perguntou como se soubesse de minha resposta e de alguma forma não precisasse ouvi-la — Você lidou muito bem com o general no internato.
— Acho que todas as vezes que consegui lidar com meus inimigos foi pelo fato de estar sentindo ódio. Talvez eu não consiga controlar quando alguém machuca à mim mesma ou às pessoas que amo.
— E talvez eu devesse te machucar um pouquinho também para que você se lembre do qual é bom lidar com seus inimigos. — Ivarsen piscou e eu precisei de algum tempo para ler sua expressão lascívia coberta por um sorriso de diversão.
Ele apertou os dedos em meus pés afundando-os com força no momento que gemi. Ivar empurrou meus pés para o chão e levantou de forma que meu rosto ficasse diante de suas coxas músculosas, a elevação no tecido da sua calça fez com que meus lábios se apertassem um ao outro. O pau já apertava tanto que eu conseguia ter uma boa percepção do desenho das veias em torno da espessura grossa.
Deixei a taça de vinha ao chão e sentei na ponta do sofá, preparando o psicológico para qualquer arma que Ivarsen fosse apontar, enquanto meus olhos miravam para cima seguravam os de Ivarsen.
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Hunting - Ivarsen Torrance
Romance"Você sabe o motivo da rainha ser a peça mais poderosa do tabuleiro?" O homem mais forte que ele conheceu era um erudito em jogos estratégicos de tabuleiro. Ele havia lhe ensinado as peças mais poderosas em um jogo de legado e como movê-las em segre...