KEISA
A neve quase camuflava a decoração esbranquiçada da Noite Santa. As características de Winter estavam por toda parte, nas cortinas finas de branco que estavam presas nas vigas de madeira grossa dos pavilhões que dançavam como fantasmas misturando-se ao vendo e empurravam os flocos de neve. Thunder bay inteira estava com suas bandeiras brancas na semana antecedente da véspera de natal, velas com redomas de vidro estava posicionadas na porta das casas que seguiam a tradição que Damon Torrance dedicou à esposa e toda bandeira de paz que ela carregava com um sorriso gigante e atitudes dócil.
E embora branco fosse o símbolo digno de tudo que Winter Torrance era, ela vestia vermelho. Um sobretudo vermelho descia elegantemente até os joelhos da minha sogra, as ondas loiras do cabelo estavam salpicadas de neve e ela estava inteiramente radiante.
Mesmo que a temperatura estivesse baixa demais para congelar os ossos, as pessoas estavam animadas com a chegada da Noite Santa, montavam filas e turistavam pelo parque temático cheio de criaturas medonhas e esconderijos assustadores dignos de tudo que Thunder bay era originada. Terror, caos, adrenalina e sangue.
Eu já estava caracterizada para substituir a bailarina de Winter, porque enquanto alguns aproveitavam do festival outros armavam uma pirâmide de vingança. Meu tutu de balé estava por baixo de um casaco gigante que Ivarsen jogou sobre meus ombros, meu cabelo permaneceu solto por pedido de Winter, mas penas brancas formavam uma coroa pelas laterais de minha cabeça desenhando um desenho selvagem com pontas irregulares, minha maquiagem quase me deixava irreconhecível pela quantidade de cortes e cavidades desestruturadas.
Atravessei o parque pelos trilhos que foram abertos através da neve que se acumulou pelo chão. Era a primeira neve do ano.
As estruturas do parque erguiam figuras de terror, ferro sujo, amassado e enferrujado. Figurantes passaram por mim com maquiagens personalizadas lembrando-me do trabalho que eu faria daqui algumas horas na casa de espelhos.
Ivarsen havia ficado para trás com o objetivo de terminar mais uma partida de xadrez com o pai enquanto eu dirigi com Winter até o parque. Ela manteve o braço entrelaçado ao meu, caminhando lado a lado até o pavilhão da nossa família, na entrada encontramos Erika Fane que se curvou para deixar um abraço amistoso em Winter e deixar um olhar duro em minha direção. Talvez ela estivesse tensa por toda confusão causada por Athos, e mesmo que eu não fosse a culpada, Erika era uma mãe digna.
O pavilhão da família era enorme, uma viga centralizada ao meio erguia os tecidos brancos deixando suas pontas cravadas ao chão, proporcionando um privacidade necessária para a família inteira. Havia estofados e mesas fartas por comida, um canto com um pequeno bar e um aquecedor.
— Sinto falta dos gritos das crianças. — Winter disse atravessando comigo — Agora são as crianças que estão manchando a cidade inteira com sangue. Como conseguiram atrair Benner para cá?
— Ao que parece o pai de Isac é muito burro. — eu disse — Will e Ivarsen invadiram o sistema do dispositivo celular dele e descobriram um lista de amantes, usaram áudio de inteligência artificial e marcaram um encontro.
— Tomem cuidado. — minha sogra disse apertando gentilmente o perímetro do meu braço — Me deixe com o Will, é ele quem cuida de mim quando Damon não está.
Atravessei a tenda e cheguei perto de Will Grayson III. O sorriso que ele abriu ao notar nossa presença foi um símbolo verdadeiro de sinceridade.
— Winter quer ficar com você até Damon chegar.
— Passa a branquinha para mim. — ele riu. Winter fez o mesmo ao lançar o braço sobre o dele e seguirem juntos até os cavaleiros.
Eu não queria estar entre eles, então apenas sentei em um canto mais afastado sobre peles artificiais e quentes para bebericar um vinho branco e comer cubos de queijo. Minha posição era de uma peça perdida sem Ivarsen, não como era quando eu estava na casa do capitão mas ainda era, porquê faltava um pedaço de mim comigo.
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Hunting - Ivarsen Torrance
Romansa"Você sabe o motivo da rainha ser a peça mais poderosa do tabuleiro?" O homem mais forte que ele conheceu era um erudito em jogos estratégicos de tabuleiro. Ele havia lhe ensinado as peças mais poderosas em um jogo de legado e como movê-las em segre...