Amar é conviver com seus demônios até eles desaparecerem ou te sufocar... Para ter o amor de Estevão San Roman, Maria tem que trilhar o mesmo caminho do seu amado e viver entre o bem e o mal.
Ela acordou na cama dele, mas Estevão não estava ao seu lado, não achou ruim, precisavam de um tempo separados pra pensar no que aconteceu na noite anterior, cada caricia e beijos que trocaram ainda queimavam sua pele.
- Aí meu deus o que fizemos? _ olhou pro lado esperando o desastre e a bagunça e viu sua roupa dobrada do lado da cama _ ele é muito organizado, detalhista, elitizado e não gosta de gente classe média, o que ele viu em mim?
Levantou suspirando pensativa e foi até a janela abrindo e deu de cara com um pequeno jardim com algumas margaridas, ficou olhando por alguns segundos e imaginando aquele homem tão grande e viril cuidando de algo tão bonito e delicado. Perdida em pensamentos não sentiu a presença de Estevão que chegou e ficou observando.
- Foi um presente da minha mãe, a única coisa que eu cuido com todo afinco e delicadeza, me deu faz uns anos depois que me mudei pra cá, falou que eu tinha uma companhia com essas flores _ ele falou atrás dela.
- Elas são lindas... _ olhou pra trás e viu ele sem camisa e com um short de corrida marcando bem seu poderoso, seu ciúme lhe atingiu como um raio e sua feição mudou _ mas pra onde você foi assim San Roman?
- Eu fui malhar, como faço todos os dias bem cedo, é por necessidade, eu preciso fazer algo para gastar meu ódio diário _ ele jogou os tênis na varanda e a puxou pra dentro lhe beijando todo pescoço.
- Malhar desse jeito? Que inferno Estevão! _ beliscou os dois mamilos dele fazendo ele gritar se afastando dela _ você foi correr na rua assim? Ou pior foi pra uma academia mostrando seu grandão pras oferecidas?
- Nenhum dos dois, eu tenho uma academia particular no subsolo e é pra lá que eu vou _ sentou colocando as mãos onde ela beliscou _ você é violenta e maluca sabia?
- Sim eu sabia _ virou de costas pra ele e foi pro banheiro se trancando _ eu vou embora!
- Que jeito adulto de resolver os problemas Maria, o que vai fazer aí dentro? _ estava na porta e bateu algumas vezes irritado _ Quer sair? Não vou te impedir.
- Quer mesmo discutir? _ gritou de volta e abriu a porta _ vamos começar com essa sua instabilidade e como ela mexe com sua segurança psicológica.
- Como? _ acompanhou ela com o olhar _ Maria eu sou totalmente equilibrado psicologicamente, não preciso de ajuda, eu sei quando falar e quando calar _ mentiu sabendo que não era assim.
- Porque brigou com a sua mãe? Porque tem raiva das pessoas que não são da sua classe? _ abriu os braços e olhou ele _ e que coisa idiota essa segregação.
- Não vou te responder essas coisas, são íntimas de mais e não somos nada ainda, nem namorados _ deu de ombros.
- Caramba Estevão, eu sinto que ficar com você é dar um passo pra frente e cinco pra trás no mesmo dia _ disse magoada.
- Talvez não devíamos ter ficado, eu não sou o teu tipo de cara!
- Ótimo! _ foi pegar sua roupa e foi se vestindo com pressa _ isso é o que me acontece quando saio com um idiota machão, que se acha o tal por ser rico, não quero ser a sua mulherzinha que você transa e não assume pra ninguém.
- E isso me passa por sair com gente como você, eu não te quero como uma mulherzinha, mas se é isso que pensa de mim depois de ontem pode ir embora _ virou de costas e esperou a porta fechar pra virar e mostrar o olhos vermelhos de segurar o choro de pura raiva, nunca tinha sido tão contrariado na vida por mulher nenhuma.
. . .
Dias depois...
Estevão sofreu como um cachorro abandonado por Maria, por mais que ele fosse atrás dela não tinha coragem de pedir desculpas, admitir seus erros e defeitos não era sua praia e não iria mudar por aquela mulher. Sua aparência se tornava pior e não fazia nada para esconder isso de ninguém, Arturo seu sócio e melhor amigo ficou tão preocupado que avisou ao pai de Estevão para o mesmo visitar o filho e ajudar ele a sair do buraco.
Fernando chegou no escritório do filho e o viu pela primeira vez muito abatido de ombros caídos, bebendo e com a roupa desarrumada. Nunca tinha visto Estevão daquele jeito tão derrotado, pensou que tudo aquilo era por causa da briga com Alba e o gelo que recebia da mãe.
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- Quando eu falei com sua mãe ela me pediu pra te deserdar _ sentou no sofá e cruzou a perna olhando pra ele _ aí falei que você já tem sua própria fortuna, o problema não era dinheiro.
- Acha que tô assim por culpa da mamãe? _ virou o rosto e suspirou _ pois saiba que não é.
- Então por quem sofre? _ disse curioso _ uma mulher?
- Não papai, eu só tô num péssimo dia _ colocou os óculos escuros e levantou indo até a janela _ mulher nenhuma me faz sofrer.
- Ela é especial, você não engana seu pai _ levantou balançando a cabeça e sorrindo _ Ana Rosa ou Patrícia?
- Não quero nenhuma dessas loucas comigo de novo papai _ suspirou e virou olhando Fernando _ ela não pertence a nossa classe e não funcionou, acha que não gosto dela.
- Como é a história meu filho? _ riu e balançou a cabeça _ eu não acredito nisso, você tão inteligente e ainda acredita nessas besteiras classistas.
- Mas pai a Maria me enlouquece com aquele jeitinho dela, uma hora do que me ama e na outra tem ciúme e me manda ir embora da vida dela.
- E dessa vez ela fez as duas coisas verdade? Por isso está destroçado, ama essa mulher.
- Não suportei, eu amo aquela mulher e ao mesmo tempo odeio com todas as minhas forças!
- Então lute contra esse ódio que carrega dentro de si e vá atrás dela, você não pode deixar essa mulher escapar tão fácil, todo San Roman é guerreiro quando se trata de conquistar uma mulher _ falou com animação e deu um tapinha nas costas dele.
- Ela não quer saber de mim, não vai dar certo _ baixou a cabeça derrotado.
- Filho se te serve de consolo eu posso te ajudar na questão da briga com sua mãe, vai no batizado do seu sobrinho domingo, quem sabe não encontre sua mãe de melhor humor.
- Pai algo me diz que eu devo ir, mas avisa a mamãe que eu estarei lá só que afastado dela, não quero problemas num dia especial pro meu irmão e cunhada.
- Não se preocupe eu vou me certificar de que tudo de certo meu filho _ o abraçou forte e acariciou seus cabelos _ conte comigo sempre entendeu?
