Depois de visitar a filha e deixar ela sendo cuidada por Maria, foi a vez de procurar os pais que acabavam de sair do quarto de Ângelo radiantes, a noticia de que estava tudo bem com ele deixava o coração dos dois mais leves e tranquilos. Mas a noticia de mais um membro da família deixaria os dois ainda mais em êxtase, ter a casa cheia de crianças era um sonho do casal San Roman há muito tempo.
— Pai e mãe... tenho uma novidade para os dois.
— Algo importante meu filho, está tremendo de nervoso _ sorriu e olhou o filho se recompondo _ não vai me dizer que tem mais um filho, eu e sua mãe vamos ser avós de novo?
— Eu tenho... Como sabem disso?
— Você e Maria estão juntos de novo, então vem bebê por aí _ ele falou entusiasmado.
— Não... A Maria não é a mãe do bebê _ disse desconfortável _ é a ex nora que a mamãe odeia.
— Então Ana Rosa é a mãe desse bebê? _ ela falou com a sobrancelha levantada _ você disse que se cuidava porque não queria laços com ela, como pode reproduzir com essa mulher? _ falou com raiva.
— Sim e não mamãe _ disse incomodado, não gostou do tom da mãe _ ela me deixou Esther e depois foi embora, sem ao menos registrar a pequena.
— Como? _ tentava entender o filho mas pra ela era difícil _ isso é abandono, é essa história que quer contar a sua filha? Que a mãe biológica lhe abandonou?
— Não a Esther é minha filha e de mais ninguém _ olhou os dois com raiva no olhar _ não vou permitir a presença ou aproximação de Ana Rosa na vida dela.
— Filho eu sei que vai doer nela saber que foi abandonada, mas tem que falar a verdade, mesmo que vá doer _ Fernando tentou ponderar aquela raiva.
— Filho, Ana Rosa ainda continua sendo mãe, tem o nome dela no registro e seu sangue também corre nas veias da pequena _ ela tentou ser o mais branda e explicativa possível.
— Pai, mãe... _ respirou fundo e olhou os dois _ ela nunca quis a filha, me deu ela sem nome, ficava chamando a pequena de monstrinha, então eu registrei ela como minha, sem mãe.
— Alba... Isso você pode resolver com Luciano? _ respirou pesado e apoiou as mãos na cintura da esposa _ não sei, podemos colocar o nome da Maria no registro.
— Claro Fernando, eu entendo bem desses processos _ suspirou com tristeza, quem sofreria mais nessa história ia ser a neta e ainda mais o filho que viveria sempre angustiado.
— Não papai, eu não vou envolver a Maria nisso, Esther é minha responsabilidade e não vou envolver mais ninguém, eu já estou resolvendo tudo sozinho.
— Tudo bem filho _ encerrou o assunto e olhou a esposa balançando a cabeça _ vamos te deixar fazer do seu jeito.
— Eu vou ver como vai os exames do Ângelo e como vou convencer ele de ir pra mansão com a gente _ falou preocupado e novamente sentiu que não ia aguentar mais _ ele não lembra de nada do dia do acidente.
— Eu posso falar que Carmen pediu pra gente cuidar dele por uns dias.
— Ele vai desconfiar _ pensou uma pouco, sabia que o filho era esperto e se ligava em tudo ao seu redor _ daqui pra lá vai me ocorrer alguma desculpa pra levar ele.
— A gente vai poder ver a Esther? _ ela disse mais calma e emocionada com a sua primeira netinha.
— Claro dona Alba, vão amar a minha pequena _ sorriu e foi levando seus pais para o quarto que Esther, iria trocar de lugar com sua amada ratinha que tinha muitos compromissos de trabalho.
.
.
.Depois que saiu do hospital Maria passou no apartamento pra tomar um banho demorado e trocar de roupa, comeu algo rápido, passou na cafeteria e depois chegou ao escritório encontrando sua secretária com uma cara de aflição bem aparente.
— Algum recado pra mim Karla? _ deixou o café na mesa _ porque tá com essa cara?
— O advogado com terno bacana passou aqui, pediu pra falar com a senhora, deixou um cartão com seus contatos e um envelope _ buscou nos papéis o que era de Maria.
— Disse o motivo da vinda? _ olhava pras mãos dela perdida em pensamentos.
— Disse que se tratava de algo relacionado com a sua mãe e seu pai, e que não podia mais ficar adiando _ estava concentrada na busca.
— Eu não quero esse homem por aqui _ foi até a porta do escritório e olhou pra trás _ Diga aos seguranças que coloque ele pra fora sem aviso entendeu?
— Sim senhora, quer algo a mais? _ levantou dando o envelope e o cartão.
— Agora só me faltava essa _ olhou o sobrenome no papel e revirou os olhos _ não me passe nenhuma ligação, ao menos que seja de Estevão.
— A organização do workshop em Madrid ligou, o que digo?
— Droga eu tenho muitos compromissos em Madrid depois desse workshop, com tudo que aconteceu eu acabei esquecendo _ suspirou passando a mão nos cabelos _ por quanto tempo minha agenda fica suspensa?
— Seis meses _ pegou a agenda e começou a folhear lentamente _ ao todo seis cursos, todos estão pagos e a passagem já esta comigo, estou aguardando apenas a data de retorno.
— Ótimo, me mande todas as datas assim que confirmar, eu tenho que falar com Estevão antes de tudo _ pensava em Esther e Ângelo sozinhos com Estevão _ agora não quero ser incomodada.
Ela trancou a porta e foi até a mesa deixando o envelope em cima e ficou olhando por algum tempo, deu a volta e abriu a gaveta pegando o revólver que guardava pra sua proteção, não queria ter que usar contra o seu próprio sangue.
— Eu sou uma Fernández, nada vai mudar meus pensamentos e o meu modo de ser _ engatilhou e apontou pra porta _ nem pra uma nova senhora Acuña _ abaixou a arma e controlou a respiração.
Pegou na mesma gaveta um pedaço de papel e que continha um número e depois o telefone para ligar, tinha que deixar claro que não iria voltar a pertencer aquela família.
— Alô?... Não me venha com desculpinhas... Não estou brincando com você... Era sua última chance de me deixar em paz... Não me procure, sem vocês eu estou muito feliz.
Encerrou a ligação ficando por alguns segundos encarando a parede para dar um grande suspiro e desabar na cadeira. Foi então que abriu o envelope e lá tinha algumas fotos dela em família e um convite de aniversário, nada muito importante para ela no momento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
El Mafioso ☠️
FanfictionAmar é conviver com seus demônios até eles desaparecerem ou te sufocar... Para ter o amor de Estevão San Roman, Maria tem que trilhar o mesmo caminho do seu amado e viver entre o bem e o mal.