Cap.15🤨

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Fernando que até então estava calado olhou o filho com uma culpa pesada nos olhos, os ombros caídos e as lágrimas caindo, era pai e homem, mas não prestou atenção nas mudanças do filho, viu ele se afastar e ficar isolado em seu mundo, não compartilhou sua dor com ninguém, sofreu calado e não teve a quem recorrer, um colo para descansar. Como pai seu coração sangrava ao escutar tudo que o filho tinha passado há anos atrás por culpa de uma mulher que há tantos anos era considerada da família.

— Minha vontade é de voltar no tempo e matar Carmem antes dela tirar sua inocência _ disse ajoelhando perto dele _ perdão por não compreender que sua maneira tão rebelde era por culpa do trauma que passou.

— Pai eu... Me meti com pessoas erradas pra aplacar esse sofrimento interno, me convencí de ideologías erróneas pra me sentir acima de toda essa dor que carregava na alma _ levantou e ajudou ele a fazer o mesmo.

— Eu não quero voltar ao passado, vou acabar com a raça dessa maldita agora _ abriu a gaveta e pegou o revólver _ ligue para Luciano e explique o que passou, você é pai Estevão, vai ter que colocar os traumas de lado e salvar o seu filho.

— O que tá fazendo com essa arma mamãe _ enxugou as lágrimas e a olhou preocupado.

— Falei matar num sentindo figurado Alba, não de verdade, o que vai fazer com isso? _ odiava armas de fogo, o motivo vinha do passado, então não recordava que ainda guardava uma.

— Vou guardar no cofre pra nenhum dos dois pensar em usar e fazer alguma besteira, Ângelo precisa da nossa família junta entenderam? _ olhou os dois, sabia que Fernando não pegaria, mas Estevão estava muito calmo diante de uma verdade tão difícil com essa _  Avós e pai, me entenderam?

— Isso não me faz esquecer que você me acusou de ser infiel Alba San Roman _ falou ofendido e olhou ela _ vamos conversar depois que resolver a situação de Ângelo.

Mas Estevão estava exausto e teve que arrumar alguma desculpa pra sair dali, lembrou que Carmem estava sozinha e queria pegar a porca abusadora sozinho. Ela não saberia de onde viria o primeiro golpe, só receberia o seu merecido e nada mais.

— Já chega com isso, eu ganhei um filho e vocês um neto, mas agora eu preciso ir a uma reunião urgente _ olhou o relógio e suspirou _ Arturo deve tá querendo me matar.

— Vai filho, eu e sua mãe resolvemos o que for possível.

— Desculpa, eu não tô fugindo da conversa, mas eu preciso ir embora agora _ colocou o blazer e foi saindo.

— Vai Estevão, oportunidade não vai faltar para conversar meu filho, temos muitas coisas que falar.

— Sua mãe tem razão, vamos conversar com Hector também, seu irmão vai poder apoiar e ajudar _ afirmou calmamente.

— Nos vemos mais tarde _ saiu sem se despedir, só queria ir embora, por isso inventou a mentira da reunião.

30 Minutos depois...

Estevão apareceu no hospital parecendo um lobo raivoso, estava cego pelo ódio e ao ver Carmem foi logo empurrando ela pra o banheiro e lá se trancou com ela. Tirou sua pistola da cintura e apontou colocando bem na sua cabeça, respirava pesadamente e não falava nada.

— Como soube? Quem te contou? Como descobriu? _ fechou os olhos com pavor.

— Minha mãe desconfiou do meu pai acredita? _ desferiu um tapa que cortou os lábios dela e começou a sangrar.

— Aaaahhhh... _ caiu ajoelhada com a mão na boca.

— Achou que Ângelo fosse meu irmão, então pra provar que aquilo era loucura, uma neurose dela fiz um DNA comparando o meu sangue com o dele, sabe o que descobri? _ segurou ela pelos cabelos e esfregou seu rosto no chão.

Ela não conseguia falar, a força que ele colocava deixava mais machucados em seu rosto, queria matar Carmem ali mesmo e depois levar o corpo dela pra jogar no meio do oceano.

— RESPONDE A PORRA DA PERGUNTA SUA PORCA _ levantou o rosto dela e soltou de vez no chão escutando um pequeno estralo.

— Seu... O menino é seu filho seu monstro _ caiu sangrando no chão _ ele precisa de mim, como vou cuidar dele assim?

— Não vai chegar perto dele, vou te denunciar maldita _ levantou e saiu do banheiro deixando ela sozinha.

Essa foi a promessa dele, e iria cumprir, ligou para os pais e disse que cuidaria do filho, contaria a verdade e tomaria a guarda de Ângelo da porca da Carmem. Fernando e Alba se preocuparam com Estevão e logo foram ao hospital sendo informado que Carmem estava internada com um leve traumatismo depois de cair misteriosamente no banheiro.

— Estevão passou dos limites Fernando _ olhava Carmem preocupada _ e se ela quiser acusar nosso filho de tentativa de homicídio?

— Ela que tente, vou deixar essa mulher mais afundada que não terá como sair do buraco, isso se eu não colocar ela no presídio.

— Esse acidente de Ângelo foi bom pra descobrir a verdade, talvez Estevão nunca falasse desse passado.

— Talvez... _ riu com tristeza _ eu tenho certeza que ele não iria contar.

— Acha que Ângelo um dia vai aceitar Estevão como pai?

— Não tenho ideia Fernando, mas pelo bem de Ângelo e Estevão a Carmem tem que sumir da vida de ambos, apesar de ser a mãe.

— Ela é uma doente, acha que o Ângelo já foi abusado? _ disse preocupado.

— Vou falar com o médico para examinar ele por inteiro, se fez algo com o meu neto vai morrer numa cadeia comendo comida azeda.

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Arturo foi chamado as pressas no hospital, Estevão estava no quarto de Carmem e observava a mulher inconsciente e com muitos machucados, principalmente no rosto.

— Quando me disse o de Ângelo eu queria está surpreso com o resultado, mas não Estevão, eu já desconfiava, infelizmente _ abaixou a cabeça com tristeza.

— Eu me sinto sujo, sabe o que é não conseguir olhar nos olhos do seu filho sem sentir vergonha?

— Não posso imaginar, mas pelo que sei o Ângelo vai precisar de um estímulo pra sair do coma, tem que falar a verdade pra ele.

— Nunca Arturo, a vergonha que ele vai sentir não se compara a minha ao saber que tenho um filho que é fruto de um estupro.

— Não Estevão, é seu filho, não faria isso com ela, a deixando nesse estado _ apontou para Carmem na cama _ se não fosse pelo amor de pai que tá nascendo em você.

— Eu preciso falar com a minha ratinha, não vou suportar sem ela ao meu lado _ passou a mão nos cabelos nervoso _ amo aquela mulher.

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