Cap.27⏳

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Não negou que sua primeira reação foi querer fugir, mas ia ter que explicar muita coisa, primeiro tinha que falar com Arturo e por um ponto final no seu passado de uma vez por todas.

— Vamos conversar lá em cima Arturo, no quarto de hóspedes, imagino que saiba onde fique _ subiu primeiro.

Ele ia subir logo atrás dela, mas Estevão segurou seu braço e o encarou com a cara séria, o seu ciúme apertou e pela primeira vez queria socar o melhor amigo.

— De onde raios conhece minha mulher? _ segurou o colarinho sem deixar ele sair.

— Antes que queira bater em mim, entre eu e a sua futura noiva não aconteceu nada relacionado a sexo ou relacionamento _ se soltou dele _ mas tem que recepcionar o meu pai e não falar da Maria ok?

— Vai logo Arturo!

Ele praticamente saiu dali correndo e foi subindo as escadas, abriu a porta e olhou pra Maria sem acreditar no que via, há anos estavam separados.

— Há quanto tempo não nos vemos? _ olhou pra ela e cruzou os braços.

— Muito tempo Arturo, mais pelo jeito eu fugi tanto que no final eu me aproximei da sua família.

— Sim, vai casar com meu sócio e melhor amigo, mas a família também é sua.

— Agora sei de quem ele falava quando dizia ter mais que um braço direito nos negócios, um irmão _ suspirou sentindo o peso daquele reencontro.

— Sim, eu e Estevão somos irmãos de alma, mas eu e você somos irmãos de sangue, nosso pai já deve tá lá embaixo me esperando e vai ser muito feliz em te reencontrar.

— Isso não faz a diferença agora, eu não vou me sentir tocada por esse reencontro em família _ falou da boca pra fora, a verdade era que o desejo de ver o pai tinha sido despertado de novo.

— Juro por deus que se eu visse aquela mulher que chamávamos de avó outra vez, não sei o que seria capaz de fazer com ela _ andava de um lado pro outro impaciente _ ela ferrou com a nossa família.

— Ela ferrou com a gente e agora não tem mais volta Arturo, somos dois desconhecidos.

— Tem que falar com nosso pai, não é porque nossa mãe morreu que deixamos de ser irmãos.

— Eu vou voltar pra festa, espero não te ver com frequência _ disse com firmeza.

— Se engana com isso, vamos nos ver bastante agora! _ respondeu no mesmo tom.

Na parte de baixo quem acabava de chegar na festa era Bernardo ele estava sozinho, era viúvo há muitos anos, vivia só com Arturo depois que perdeu a guarda da filha que foi viver com a avó materna ainda criança e desapareceu do mapa.
Sentiu uma sensação estranha quando entrou e olhou toda festa, mas não viu o filho nem Estevão, os dois nunca estavam separados, eram bons amigos. Fernando que viu o amigo chegar logo se aproximou e bateu no seu ombro sorrindo.

— Finalmente largou um pouco o luto e se deu a chance de sair um pouco meu amigo?

— Uma hora o luto acaba Fernando, e nada melhor que uma festa de noivado pra renovar nosso desejo de amar.

— Fale por você, se amar mais do que amo a Alba eu tranco ela no meu quarto sendo só minha.

— Eu espero nunca mais escutar essas loucuras _ riu _ mas onde está nossos filhos?

— Por aí homem, aproveite a festa.

— Arturo não tem jeito, desaparece sempre que eu apareço, a futura noiva onde está? Preciso felicitar ela pessoalmente.

— Essa moça mudou a vida do meu filho, Estevão parece outro.

— Que maravilha meu amigo! _ disse sorrindo animado.

Arturo desceu junto a Maria, estavam sérios e não perceberam que o pai vinha na mesma direção e quase se trombaram.

— Perdão filho.

— Pai eu... _ olhou Maria.

— Me desculpe senhorita eu lhe machuquei? _ falou preocupado, mas não prestou atenção no rosto dela

— Não... _ tentou impedir ela de responder.

— Eu sou noiva de Estevão, Maria Acuña de Fernández, ainda se lembra de mim papai?

— Oh meu Deus! _ viu seu rosto e colocou a mão na boca assustado.

Estevão foi até o filho e a filha abraçando os dois e subindo pro quarto deixou eles na cama e sentados.

— Não saiam do quarto, eu venho buscar os dois aqui me entendeu Ângelo?

— Sim pai, mas o que tá acontecendo?

— Coisa de adulto meu filho, depois eu e a Maria te falamos _ beijou a cabeça dele _ cuida da sua irmã por favor _ beijou a cabeça da filha e saiu.

Na parte de baixo Maria encarava Bernardo com a cara vermelha de raiva, foram anos sendo envenenada contra o pai e o irmão, agora nem ela mesmo entendia o porque daquela raiva.

— Eu não entendo, você é noiva do Estevão? _ abriu os braços tremendo e já suava bastante.

— Sou... _ deu um passo pra trás e respirou fundo.

— Eu pensei que sua avó tinha me tirado você pra sempre, mas vejo que o destino foi bom comigo e agora terei sua companhia nos meus últimos dias de vida.

— Papai por favor, não tenha essa esperança, essa não é a mesma Maria dos seus bons sonhos _ disse ele amargado.

— Mas eu sou filha _ tocou o rosto dele _ e você meu pai, não tenho mais ninguém além de vocês.

— Meu bem, já posso morrer feliz de te ver na minha frente _ abraçou ela com carinho.

Aos poucos ele foi perdendo a consciência e desmaiou aos pés de sua filha que se agachou preocupada tocando o rosto dele bastante pálido.

— Droga você não devia ter aparecido pra ele _ afastou Maria de perto do pai e buscou nós bolsos o seu remédio de pressão.

— Vem Maria, você precisa se acalmar também _ levantou ela e a abraçou lhe protegendo.

— Ele vai acordar em breve não foi nada grave, só um pico de pressão que é tranquilamente controlavel pela medicação _ falou diretamente pra irmã.

— Leva o Bernardo lá pro meu quarto Arturo, você sabe que ele e Maria tem que se acertar agora.

— Tudo bem, me ajuda aqui por favor.

— Claro, eu te ajudo.

Os dois levaram Bernardo que já estava acordando para o quarto de Estevão e deixaram Maria sozinha com ele, agora era hora de ambos se acertarem e deixar o passado para trás.

— Senti sua falta minha princesa _ tocou seu rosto enxugando suas lágrimas.

— Eu senti a sua, agora a ficha caiu que a única culpada foi aquela velha maldita da minha avó _ segurou a mão dele e beijou.

— Então isso é um recomeço pra gente? _ disse sorrindo e mais recuperado do desmaio.

— Sim papai _ se jogou nos braços dele chorando.

— Aí meu amor, sonhei tanto com esse momento, achei até impossível você me querer como filha, mas Deus foi bom comigo e agora temos que aproveitar o que é presente _ acariciou seus cabelos tal qual fazia quando Maria era bebê.

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