Angel não esperou a mãe chegar e foi logo sentando na mesa e pedindo algo para almoçar, era um rapazinho simpático, antes não tinha jeito com as meninas da sua idade, mas com a ajuda e conselho de seu padrinho Fernando conseguiu mostrar o garoto bonito e simpático que tinha papo leve e não fazia o estranho ao lado do sexo feminino.
Na mesa ele estava de papo com a jovem garçonete, estava tudo bem até que a conversa acabou mais cedo com a chegada da mãe que expulsou a atendente de imediato e sentou na cadeira ao lado do filho lhe dando um beijo na bochecha.— Fernando te deixou aqui mais cedo _ olhou o relógio e deixou o celular na mesa.
— O padrinho tinha outras coisas pra resolver, me deixa mexer no seu celular um pouco? Depois que a senhora quebrou o meu não posso ter outro.
— Não menino, você mereceu que te tirasse o celular _ desbloqueou o aparelho e deu a ele _ faz o pedido no cardápio digital, não quero aquela arpía por aqui de novo, faz logo enquanto eu vou no banheiro e já volto, pede uma salada qualquer pra mim.
— Tá bem mãe _ disse emburrado.
Ele esperou ela sair e fez os pedidos para os dois, mas como todo garoto a curiosidade era grande e ele viu uma pasta com o nome de "pai & filho". Olhou prós lados e na curiosidade foi abrindo o arquivo e começou a buscar, quando viu duas fotos borradas e uma delas era do seu quarto.
—Mas o que é isso? _ buscou numa pasta só com vídeos _ não pode ser, isso é nojento, como ela foi capaz...
Ele olhou e quase não acreditou, era Carmem na cama de um garoto parecido com ele, eram imagens de uma gravação antiga na qual ela tinha relações sexuais, o menino chorava e pedia para parar, dizia que doía muito e era errado.
Ângelo tinha treze anos, não era bobo e tinha noção de que aquilo era um abuso sexual, viu que a mãe ainda não saia do banheiro e deixou o celular na mesa para sair correndo, mas mudou de ideia e com o coração disparado tomou uma decisão antes de levantar e fugir de Carmem, aquela pasta era a comprovação que a mãe era uma predadora sexual.— Isso não pode ficar impune, não mesmo... Era só um garoto inocente _ pegou o aparelho dela e mandou tudo para o seu e-mail, tinha que guardar essas provas.
Depois disso largou o celular na mesa e saiu correndo para fora do restaurante sem prestar atenção na rua e quando percebeu já era tarde e não viu quando o carro bateu em cheio nele e o jogou com tudo no chão, o golpe foi tão forte que perdeu a consciência e sua cabeça sangrava depois de bater contra o meio fio.
O motorista saiu do carro e foi ligar pra ambulância enquanto alguém chamava Carmem que estava na mesa olhando o celular despreocupada com o destino do filho.
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.No hospital Fernando foi o primeiro a chegar, avisou a esposa o que tinha acontecido e agora esperava ao lado de Carmem na recepção, não era amigo dela, mas por ser padrinho de Ângelo se aproximaram mais um pouco. Sentados lado a lado ele abraçava e a consolava tentando lhe acalmar um pouco.
— Mas o que aconteceu realmente? _ abraçou ela que estava mais calma depois de tanto choro.
— Eu não sei o que deu nele pra sair sem me avisar, eu estava no banheiro deixei ele pedindo nossa comida e quando voltei e fui atrás dele estava inconsciente no chão depois de ser atropelado.
— Ele não é de fazer essas coisas, eu conheço o Ângelo.
— Tem um gênio horrível, nisso se parece a família do pai com certeza! _ falou sem perceber.
— Família paterna, a minha também era complicada, parece tradição familiar _ sorriu ao lembrar do que a esposa falava da família dele _ ... Por falar nisso, não acha que tá na hora de falar com esse homem e dizer a verdade?
— É complicado, digamos que o pai de Ângelo é mais novo que eu e a família não vai gostar de saber da nossa história _ falou desconfortável.
— Olha seja como for, Ângelo tem direito a conhecer a família paterna, ele tem um pai Carmen, não é justo o que tá fazendo.
Alba que escutou a última frase do marido sente uma dor no peito só de imaginar que Ângelo é fruto de uma infidelidade. Ia se aproximar dos dois, mas preferiu ligar para o filho e pedir para Estevão vir até o hospital naquele momento, coisa que ele fez achando que era uma urgência, mas não foi bem assim quando chegou e viu a mãe bem.
— A senhora tá bem, porque me chamou até aqui mamãe?
— Ângelo foi atropelado e Carmem está aqui com ele...
— Não entendo porque eu vim pra cá se o problema é da Carmem com o filho, não é nosso, deixa os médicos cuidarem do moleque _ bufou aborrecido e se virou pra ir embora.
— Meu filho eu preciso da sua ajuda, acho que seu pai me traiu com Carmem! _ pegou no braço dele e o fez voltar a ficar na sua frente.
— Meu pai? _ riu daquele absurdo _ com Carmem? É impossível mamãe, tomou muito a sério a minha brincadeira.
— Quero que faça o DNA com Ângelo e confirme que ele é seu irmão, não deve ser difícil arrumar um pouco de cabelo dele, faz isso por mim Estevão _ segurou as duas mãos dele _ faça por sua mãe.
— E a que deve essa desconfiança? _ se afastou confuso _ meu pai nunca te deu motivos, disso eu tenho certeza.
— Eu vi seu pai e Carmem juntos, ouvi ele falando que Ângelo devia conhecer a família paterna, ele quer que o garoto conviva com você e o Heitor com certeza!
— Pode não ser nada disso, sabe que essa é a opção mais lógica né mamãe?
— Preciso sair dessa dúvida, sei que tem contatos e pode fazer um DNA com Ângelo sem o seu pai desconfiar _ falou implorando e segurou a mão dele.
— Tudo bem, eu vejo o que posso fazer mamãe _ suspirou sem conseguir conter aquele absurdo de idéia _ mas não fale nada com o meu pai antes do resultado, me prometa ok?
— Prometo meu filho _ disse mais calma e abraçou o filho.
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El Mafioso ☠️
FanfictionAmar é conviver com seus demônios até eles desaparecerem ou te sufocar... Para ter o amor de Estevão San Roman, Maria tem que trilhar o mesmo caminho do seu amado e viver entre o bem e o mal.