Maria que desobedeceu a ordem de Estevão e tinha subido escutou toda aquela conversa e se sentiu tonta quase caindo, mas teve a coragem de abrir a porta e olhar pra ela.
— Você é minha mãe? Como? Estevão? _ olhou ele confusa.
— Maria? _ olhou ela tenso e ficou parado _ eu posso explicar, essa senhora é...
— Eu explico, seu noivo não me conhecia até hoje mais cedo eu lhe ameaçar com um canivete, falei com seu irmão e antes que me acuse de algum absurdo eu estava presa todo esse tempo _ falou de uma vez se livrando das perguntas óbvias.
— A sua mãe era uma bruxa de marca maior sabia? Ferrou comigo, meu pai e irmão, e pelo jeito contigo também, ela acabou com a nossa família, Eva Fernandes não prestava _ desabafou.
— Vocês precisam conversar em particular _ deixou a espingarda numa mão e pegou a filha com o braço livre e saiu do quarto.
— Sua família é linda, ela é sua filha? _ tentou trocar de assunto.
— Não biológica, nesse quesito é apenas de Estevão, mas eu sou a mãe porque amo e crio com amor, esse que nunca tive e aquela bruxa me tirou ao pegar minha tutela do meu pai _ falou com ódio.
— Sim, sua avó era uma mulher difícil, mas entenda meu lado, é minha mãe, não consigo acreditar que ela tenha me destruído assim.
— É bom se acostumar, eu tenho um carta com a grande confissão daquele diabo, nunca quis ver, mas foi o que ela disse antes de morrer.
— Eu preciso ver essa carta e depois preciso resolver o que faço com essa verdade _ colocou as mãos no bolso.
— Tudo bem, não vou te fazer mais perder tempo, vai descobrir que mãe tinha na verdade _ saiu do quarto sendo seguida por ela.
Maria foi até seu quarto e pegou um envelope antigo na gaveta, guardava aquilo ha tanto tempo, não iria abrir nunca, só guardava aquilo como recordação da maldade que passou com a avó, ali estava a resposta de todo sofrimento que passou e iria passar quando ficasse remoendo o passado que já tinha ido embora.
— Seu pai sabe disso? _ mostrou o envelope.
— Não sabe nada, nem vai saber _ cruzou os braços.
— Posso ler? _ olhou ela e o amarelo do envelope um pouco pensativa.
— Te dei, é sua _ deu de ombros e saiu do quarto.
— Eva Fernandes, agora vamos saber qual é a verdade _ foi abrindo o envelope e tirando os papéis de dentro.
Maria desceu um pouco desorientada, sentia uma angústia grande no peito e quando viu Estevão correu prós seus braços lhe abraçando e sentindo aquele sentimento reconfortante de que podia contar com ele naquele momento tão tenso.
— Eu tô aqui meu amor, não vão te machucar mais minha ratinha _ a beijou na testa _ sou tua família.
— Eu tô tão feliz e confusa ao mesmo tempo Estevão, não sei se a volta da minha mãe foi boa ou ruim.
— Vai descobrir isso com o tempo, não tenha medo minha vida, eu tô aqui com você pra tudo _ a trouxe pro sofá e ficou abraçado com ela.
.
.
.Arturo chegou em casa e jogou tudo que estava na sua frente pra longe e chamou a atenção do pai que descia bem arrumado e perfumado, tinha até feito a barba e sorria descontraído, mas ao ver o descontrole do filho se preocupou e foi até ele lhe parando segurando seus braços.
— Seja lá o que aconteceu os móveis não tem a culpa Arturo _ segurou os punhos dele.
— Desculpa pai... Eu... Eu não sei o que me deu _ suspirou abaixando a cabeça.
— Meu filho não te vejo assim desde a morte da sua mãe _ levantou seu rosto com uma mão.
— Não quero lembrar dessa mulher, nem ver _ falou sem sentir e se afastou do pai.
— Falar e ver? _ parou um pouco confuso _ Do que está falando meu filho?
— Pai eu... _ passou a mão nos cabelos e foi até o bar pegando um copo com uísque _ não quero falar agora, pode sair e vou ficar sozinho, tô bem.
— Se precisar eu fico, ligo pra sua irmã e depois eu vou lá _ falou preocupado.
— Não mesmo, vai lá ver a pirralha que vou ficar bem sozinho _ se serviu de mais uísque e sentou no sofá ligando a TV.
— Tudo bem, eu não irei demorar Arturo _ disse indo pra porta de saída.
(...)
Bernardo pediu ao seu motorista que parasse numa padaria e comprou o bolo de chocolate que María tanto amava, também pegou uns donuts sortidos para Ângelo e Estevão, depois pegou o caminho para casa da filha. Depois de alguns minutos Bernardo decidiu entrar pela cozinha e com ajuda do motorista deixou as caixas na bancada e logo após seguiu sozinho até a sala, mas parou ao ver a figura que descia as escadas e não acreditou no que seus olhos estavam vendo.
— Não é possível, isso é loucura.
— Não pode ser, Bernardo? Você tá tão... _ pensou em algo que ia falar mas se conteve.
— Velho? Acho que é essa palavra que ecoou por sua mente verdade?
— Ia falar mudado, esse cabelo grisalho deu um toque a mais em você _ apesar de pensar nele como culpado da sua desgraça, não conseguia deixar de pensar no amor que ainda sentia por ele.
— Ah o grisalho _ passou a mão nos cabelos com um sorriso bobo nos lábios, mas logo ficou sério _ o que faz viva? Porque não voltou se estava bem depois do acidente, Eva me disse que os tubarões comeram metade do seu corpo e me deu só as suas cinzas.
— Não existiu acidente nem tubarão, muito menos Marbella, eu estava presa nos Estados Unidos acusada de matar um homem que nunca conheci, armaram pra mim.
— Como? Mas porque nunca entrou em contato?
— Tentava, se não era por cartas mandava um recado por minha mãe _ parou e caiu em si, era a mãe sua pior inimiga .
— Não sei no que acreditar Helena, nosso casamento estava em crise, acho que queria se afastar de mim _ suas palavras saíram com mágoas.
— E me afastar dos meus dois filhos? Acha mesmo que sou esse tipo de mulher? _ falou ofendida.
— Desculpa, não to muito bem _ pegou o frasco de remédio e colocou um debaixo da língua.
— Vamos pra outro lugar conversar tudo bem _ segurou nos braços dele preocupada.
— Ai Helena, não sabe quantas vezes eu sonhei em te ter ao meu lado _ tocou o rosto dela e aproximou do seu querendo um contato mais intimo.
— Bernardo, não é momento pra isso agora _ olhava os lábios dele e queria se entregar também.
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El Mafioso ☠️
FanfictionAmar é conviver com seus demônios até eles desaparecerem ou te sufocar... Para ter o amor de Estevão San Roman, Maria tem que trilhar o mesmo caminho do seu amado e viver entre o bem e o mal.