Isadora DePrá - 04

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Após o momento da surra, mandei que Robert levasse Mirela para seu quarto e a fizesse dormir, a menina estava inquieta, preocupada com o que me fizeram, tentei conformar ela falando que eu resolveria isso da melhor forma, só não falei qual. Depois, Robert voltou e cuidou dos meus cortes e hematomas, nenhuma dor era maior que minha vontade de matar todas aquelas mulheres.

Eu fiz a porra de um juramento para isso? Ser chutada por vadias? Eu sou a líder da equipe de segurança da máfia, sou a líder do exército de soldados da família Santino e é isso que mereço depois de foder a minha vida ao entregar meu sangue nas mãos de Eros?! Eu vou matar cada uma delas, com ou sem a permissão de Carlos, isso não pode ficar assim, e não vai.

Não consegui dormir o resto da noite, fiquei acordada até ver o dia amanhecer, meus lábios tremiam de tanta raiva. Robert havia dormido na minha cama, abraçado ao meu travesseiro. Pelo menos alguém conseguiu ter uma boa noite de sono, pensei. Eu o acordei e mandei se preparar para nosso dia, enquanto eu limpava meus cortes mais uma vez.

Vesti minha calça, minha camisa de manga longa preta, coloquei minha arma na cintura e meu canivete no cano da bota que calcei, mesmo com algumas dores, desci as escadas e acompanhei Robert ao escritório de Carlos para receber as primeiras ordens do dia. E pela primeira vez desde que cheguei nessa propriedade, encontrei Eros ao lado do pai logo de manhã cedo.

Isso não é normal. Será que ele finalmente decidiu ter vergonha na cara e está querendo assumir de vez o cargo do pai antes que o velho se aposente? Isso é muito estranho vindo de um homem que não faz nada o dia todo além de comer, dormir e brincar com a coleção de armas que tem. Eu havia amarrado meu cabelo como sempre fazia antes de sair do quarto, dando a perceber meus ferimentos.

Não foi intencional, eu não queria que ninguém se metesse nesse assunto, mas como sempre e em qualquer situação, eu teria que pedir permissão de Carlos para dá qualquer passo encima delas, e para isso, meus ferimentos e motivos precisavam ser claros o suficiente para ele entender tudo. Estando mais uma vez inerte em meus pensamentos, voltei a tona com um empurrão que Robert me deu.

__ Acorda mulher... _ o mesmo sussurra fazendo-me lembrar onde estou.

__ Vou perguntar pela quarta e última vez, quem fez isso com você e por qual motivo? _ Eros questiona de forma rígida, ele estava mais próximo que o normal.

__ Perdão senhor, por não ter respondido na primeira vez. _ Eros assente para que eu continue __ As mulheres da cozinha, elas invadiram meu espaço em meu quarto, me agrediram covardemente e tudo isso por eu ter matado Kemilly. _ ele ergue meu rosto com a mão, olhei em seus olhos e o mesmo entendeu o que eu queria dizer __ Quero pedir algo. _ continuava encarando seus olhos castanhos, que não me largavam por nada.

__ Peça, e eu te darei. _ Eros diz.

__ Quero permissão para acabar com todas elas. Pois me feriram por eu ter cumprido meu trabalho com excelência, algo exigido de vocês, meus senhores. _ movi minha cabeça, retirando sua mão do meu rosto __ E peço que não me toque, estou machucada.

__ Permissão concedida, Fiona. _ Eros sorrir de canto ao sussurrar meu mais novo apelido dado por ele.

__ Obrigada, senhor. _ sem nenhuma reação, fiz uma reverência e saí do escritório, acabando por não ter escutado as ordens e deixando Robert sozinho na sala com eles.

Eu iria fazer tudo o mais rápido possível, sem cerimônia e sem aqueles discursos de ódio. Um simples tiro, e acabo com uma de cada vez. Chamei dois de meus homens para pegar a primeira, justamente a que estava cuidando das flores de Mirela, ela tem apenas tem 9 anos, e já conseguiu cultivar um jardim maravilhoso na parte detrás da casa, uma área reservada somente para ela e seu coelho de estimação, Alfredo.

Sempre Você | 1° Livro - TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora