Sempre Você | 1° Livro - Trilogia

Eros Santino - 06

O cheiro dela estava impregnado em mim depois de eu ter passado a noite em seu quarto, consegui me livrar do fedor da droga que Annika usou e todo o aroma natural de Isadora tomou conta de mim, incluindo a minha alma. Quando ela voltou ao seu quarto, eu já havia arrumado a cama e saído após abrir a fechadura com um grampo de cabelo que encontrei em suas coisas.

Fui para meu quarto e Annika estava jogada no sofá, olhei em seu rosto e vi que possuía olheiras profundas, sabe se lá que hora ela foi dormir. Peguei um par de roupas, minha toalha, um perfume e escova de dente para arrumar-me no quarto ao lado, quando fiquei pronto, desci as escadas como um furacão, ansioso para contar a meu pai o que a filha dos Holandeses fez, desejando livrar-me de Annika.

Mas assim que eu entrei, encontrei Robert recebendo algumas ordens dadas por meu pai, e Isadora em pé ao lado do mais velho escutando com atenção o que ele dizia. Não pude deixar de notar, qualquer peça de roupa que faça parte do uniforme dela fica maravilhoso em seu corpo, seus cabelos amarrados em um rabo-de-cavalo e um rosto sério, frio.

Chego mais perto, comprimento meu pai recebendo a benção dele e o questiono onde estão meus tios, os velhos haviam voltado para as bases da segunda família pois estavam tendo problemas com alguns empregados. E eu agradeço por isso, eles vêm para cá e não fazem nada além de encher o saco de meu pai para mudar as regras, as nossas leis, as ordens, e o ritmo das coisas.

Meu pai, ao contrário deles, sempre detestou fazer parte disso, por ele não estaríamos aqui correndo perigo constante, mesmo estando debaixo do nosso teto. Papai nunca aprovou a linhagem que faz parte. Vou para trás do homem que agora dispensa Robert, e é nesse momento, que o claro da janela atrás de mim reflete no pescoço de Isadora, fazendo eu enxergar alguns hematomas roxos em sua pele.

Controlo minha boca, impedindo que eu a prejudique com relação a isso e meu pai veja o que meus olhos infelizmente vejam, Isadora deve ter esquecido de uma das regras: nada de envolvimento com outros funcionários, sem relacionamento e sem família. Antes, essa regra valia apenas para os soldados que ficavam de guarda, cuidando para que eles não dessem encima das mulheres que Isa matou.

Mas agora que temos Isadora como a líder do exército e da equipe de segurança da casa, a regra também serve para ela, e isso não tem outro motivo a não ser preservar seu corpo e cuidar de sua integridade. Resolvo não me envolver, não tenho nada haver com esse assunto e eu também não quero saber quem anda fodendo ela nas noites em questão, me estresso só de pensar.

__ Filho, quer falar algo? _ saio dos meus pensamentos quando sinto a mão de meu pai tocar a minha __ Isadora está esperando.

__ Ah, é... _ me recomponho focando no que eu iria dizer __ Tenho uma ocorrência de Annika, ela estava usando drogas ontem em meu quarto, mesmo depois de jurar que não tinha envolvimento com esse assunto.

__ Será que nunca vou encontrar uma mulher digna de respeito nesse meio?! _ papai se altera, Isadora rapidamente o serve com um copo de água __ Se continuar desse jeito, a única opção vai ser você assumir a liderança sem está casado.

__ Chefe... É tão importante que ele esteja casado quando assumir o cargo? _ Isadora pergunta.

__ Sim minha querida, _ olho para meu pai rapidamente, nunca o vi chamar ela assim, e nem uma outra mulher __ Gosto que os homens tenham uma mulher ao seu lado para tomar as decisões, uma mente feminina ajuda muito na hora do sufoco.

__ Mas o senhor não é casado... _ mesmo papai já tendo dado toda abertura e intimidade para Isadora, ela ainda se comunica com ele com receio de ser repreendida.

__ Queria eu ter opções, se eu ainda possuísse minha mulher do lado, não estaria tão desesperado para encontrar uma para Eros. _ papai parece está desapontado, percebo Isadora me olhando, seu olhar parece está mais compreensivo, talvez ela tenha entendido o que lhe falei ontem sobre meus pais.