Isadora DePrá - 23

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CINCO MESES DEPOIS...

E lá estava eu novamente, morrendo com dor durante mais uma gestação. Os sangramentos começaram mas meu bebê está saudável, graças a Deus. Me movo dentro da banheira procurando uma boa posição para ficar, uma que relaxe meu bebê que está se mexendo mais do que o normal, mais do que nos dias passados. Apenas sete meses e ela já estava apressada para nascer antes do tempo, muito antes.

Vivo para meu mundo ser rosa em possuir apenas um pontinho azul, que no caso é Eros. Zaya é uma criança agitada antes mesmo de nascer e estou começando a ter certeza que vou parir antes do tempo determinado. Desço a mão para minha intimidade e paraliso completamente ao sentir algo redondo querendo sair. Puta merda. Levanto com cuidado da banheira e saio aos poucos indo para o quarto.

__ Mãe? _ Nina diz assustada se levantando junto com Mirela __ A senhora está bem?

__ Sim, mas... A mamãe precisa que você vá com cuidado até o escritório e chame Eros com urgência. Agora. _ ela assente e corre para fora do quarto __ Mirela, pegue a bolsa da bebê no closet, por favor.

Não demorou para que Eros surgisse preocupado na porta do quarto. __ Essa pirralha já quer nascer... _ sorrio e ele rir vindo em minha direção e me cobrindo com o casaco.

__ Vai ficar tudo bem. _ nunca conheci um homem que ficasse tão calmo na hora que a mulher estivesse prestes a parir __ Vamos, foi te levar. A bolsa não estourou né?

__ Na verdade sim, mas não está doendo tanto, dá pra aguentar.

Realmente dava. Eu só estava com medo de toda essa calmaria resultar em uma tragédia dentro de mim. Desci as escadas e entrei no carro com a ajuda de Eros, quando chegamos na maternidade as enfermeiras ficaram assustadas por causa da minha calma. _ Não está sentindo dor? _ a novata questiona com os olhos levemente arregalados.

__ Apenas leves contrações. Por favor chame o doutor isso está me assustando. _ digo andando pelo quarto e pedindo, implorando para que Zaya desse pelo menos um chute desses que passei todos esses meses reclamando. Eros se juntou a mim e eu precisei chorar para esvaziar a tensão dentro do meu corpo.

O doutor me examinou e disse que meu bebê seria uma cesária urgente pois o bebê estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço e por isso não estava tendo reação após a bolsa ter estourado, apenas as contrações. Durante a cirurgia a única coisa que sabia pensar era nas possibilidades de Zaya sair de dentro de mim sem vida ou com alguma doença. Isso foi tão repentino.

__ Ela... Ela nasceu... Nossa Zaya nasceu! _ Eros diz em total choque e eu levanto a cabeça para vê-la.

__ Me dê ela. _ ordeno __ Me dê minha filha! _ digo rígida e o médico obedece sem exitar, entregando-me uma bebê chorona, beijo sua cabeça frágil por poucos segundos e logo Eros a recolhe de mim.

__ Precisamos fazer alguns exames nela. _ a enfermeira diz e eu assenti.

Depois da cirurgia já na sala de recuperação, esperei trazerem minha filha e ela não veio, nascida de sete meses teria que permanecer na maternidade para uma observação temporária e duas semanas depois eu pude ir para casa após ganhar alta, fui obrigada, por mim eu ficava sentada na frente do berçário até minha filha poder voltar para casa comigo.

Lara cuidou de mim nesse período enquanto Eros ficava a parte nos últimos serviços na família. Em breve estaremos saindo dessa casa e saber que ele fez tudo isso para nosso casamento ser saudável e sem perigos constantes faz meu coração frio se aquecer rapidamente. Foram dias recebendo mais atenção do que o normal e quando me recuperei totalmente não perdi tempo em ir até a maternidade.

Sempre Você | 1° Livro - TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora