Sei que Isadora já deixou claro que não quer eu me envolvendo em sua vida, assim como me expulsou com frieza do apartamento de sua irmã. Eu entendi, estava com raiva, zangada e não queria ninguém oferecendo apoio pois sabe como resolver qualquer coisa que envolva sua irmã e sua sobrinha, mas há algo que me impede de seguir: a minha maldita curiosidade.
A menina que foi abusada pela professora é idêntica a alguém que conheço, parece ter saído até da mesma placenta só que em anos diferentes. Nina é a cara, sua fisionomia é idêntica a de meu irmão Thomáz, eu poderia ignorar e dizer que Nina é a sósia de meu irmão e estaria tudo bem, mas eu preciso, tenho a necessidade de aprofundar mais esse assunto.
Seria Isadora a mulher que meu irmão deixou estando grávida anos atrás? Decidi que descobriria pelo menos a ponta do iceberg, tenho certeza que tem mais coisas por trás disso e Isadora me mataria se descobrisse que eu estou me intrometendo em sua vida, mas... Foda-se? Sabendo a verdade, eu chegaria a conclusão das minhas dúvidas, entenderia o motivo dela odiar tanto os homens.
Com o carro estacionado em frente a escola particular em que Eliza e Nina estudam, aguardo elas passarem, reconheço pela babá que está dirigindo o dodge americano. Espero que as duas já estejam dentro e abro a porta do meu carro permanecendo sentado. Minutos depois sou cutucado por dedos femininos, olho em direção e sorrio de lado vendo que alcancei quem eu queria.
Uma adolescente dessas que se oferecem para qualquer homem, claro que não iria aproveitar-me sexualmente dela, mas usaria sua atração ao meu favor.
__ Quer alguma ajuda? _ suas amigas se envolvem atrás dela.
__ Na verdade sim, é... Como é seu nome? _ retiro meus óculos e sinto quando a respiração da garota se perde.
__ Mônica. _ sorrio de lado mais uma vez.
__ Tem uma aluna que se chama Eliza e queria saber algo ao seu respeito, pode me ajudar com isto?
__ Que coincidência, Eliza é a namorada do meu irmão, e claro, o que deseja saber?
__ Ela tem filha? _ sou direto, a garota rir.
__ Não, claro que não? _ ela diz como se fosse algo óbvio __ Eliza está no último ano, seria idiotice ela ser mãe agora.
Então não, Nina não é filha dela.
__ E aquela menina que a acompanha?
__ Nina é sobrinha dela. Filha de uma irmã sua que aparentemente viajou a trabalho, pelo que sei, a tal irmã vem de tempos em tempos. Isso faz sete meses apenas, e ela ganha muito bem, conseguir manter os estudos nessa escola não é fácil, as prestações são altíssimas.
__ Entendo. _ tiro uma quantia em dinheiro da minha carteira e estendo a ela __ Um agradecimento.
__ Oh, obrigada. _ a menina sorrir ficando com as bochechas vermelhas.
Então Nina não é filha de Eliza? Possivelmente ela é filha de Isadora, mas por que ela escondeu isso? Não há necessidade. Não irei comentar nada, apenas matei minha curiosidade e se por algum motivo algum dia e por algum milagre Isadora querer falar sobre isso comigo, eu a ouvirei com toda atenção do mundo. No entanto, vem agora o assunto de Thomáz.
Foi ele quem a deixou desamparada, ela é a mulher que tinha sérios problemas de raiva, que não conseguia viver sem ele e que havia engravidado dias depois de perder os pais. Filho da puta. Tudo o que consigo pensar de Thomáz agora é em como ele pôde ter sido cretino em fazer tal coisa. Entendo perfeitamente o motivo de Isadora não querer nenhum homem perto dela no sentindo sentimental.
Isadora tem medo. Ao mesmo tempo que possui uma dependência emocional a ele, as vezes em que seus olhos se fecham de repente e quando os abre estão cheios de lágrimas de uma hora para outra, seus pensamentos a corroem, a falta que sente dele. A raiva dos homens se tornou uma capa de proteção contra qualquer um que queira se aproveitar, assim como ela não quer que nenhum tome o lugar do filho da mãe.
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Sempre Você | 1° Livro - Trilogia
Storie d'amore"Não gosto de rivalidade feminina e nem masculina. Aprecio rivalidade generalizada, todos são meus rivais e irei destruir um por um." Isadora DePrá, é ex capitã do exército britânico, possuidora da Cruz da Vitória, a mais alta honraria que já foi da...