Isadora DePrá - 16

45 2 0
                                    

Thomáz já deveria ter ido embora. Mas eu fiz que isso não acontecesse, tenho planos para concretizar e ele precisa está presente para isso se realizar. Se há algo que é valorizado entre os Santino, é a lealdade - mesmo depois deles terem me traído com o casamento. E eu vou ferir isso, começando pela amizade que existe entre Eros e Thomáz, depois o casamento de Thomáz e Verônica, e tão logo o farei ser condenado pelo conselho italiano.

Agora que sou a mulher da Famiglia, posso fazer o que eu quiser. Não tenho regras, empecilhos ou pessoas para estarem entre minhas decisões e eu. Portanto, decidi que faria algo que desejo desde o dia em que cheguei nesse inferno. As nove da noite, dispensei os empregados e fui para os containers junto a Let, Maria Luíza, Margareth, Amanda e Bonnie. Elas estavam ansiosas.

Lhes assegurei que ninguém faria mal a elas e mandei que trouxessem roupas limpas para todas as mulheres, ao todo são 276 mulheres presas nesse chiqueiro. Abri as portas de cada um container, Bonnie as colocou para fora e elas se reuniram em nossa frente. Mandei distribuir as roupas, elas foram se vestindo e cada uma ficando com um par de roupa livre para trocarem depois de tomarem banho.

__ Amanda, vá buscar a van. _ ordeno e a loira se vai para a garagem __ Na cidade, Amanda e as outras irão levá-las para uma pousada privada, irão tomar banho e terá um avião esperando vocês para as levarem para seus países de origem, tudo já está pago e esclarecido. E isso, _ abro uma bolsa com dinheiro e levo a luz da lanterna para lá __ Margareth estará encarregada de distribuir de forma igual a todas vocês. Voltem para suas vidas de antes e tomem cuidado para não caírem nisso de novo.

__ Você só se esqueceu de uma coisa. _ o idioma russo soa dentre elas __ Nossos documentos.

__ Eu não esqueceria disso. _ digo pegando outra bolsa ao meu lado e entregando para Let __ Agora podem ir.

__ Obrigada. _ elas dizem em conjunto.

Começo a preparar meu juízo para quando voltar e escutar os gritos de Eros por eu ter feito isso. Caminhei com calma até a porta e ao abri, encontrei olhos curiosos sobre mim, meus cunhados e cunhadas estavam calorosos, dando gargalhadas e comendo tira gosto a cada momento. Foi questão de segundos para eu escutar um impacto contra a porta do escritório. Eros saiu para fora.

Ele estava furioso. Seus lábios se abriam e fechavam procurando palavras para descrever o que eu acabava de fazer, olho para meus cunhados e reviro os olhos me voltando para a escada. __ Isadora!

__ Oi? _ digo fingindo não saber de nada e continuando a subir as escadas.

__ Volta. _ ele ordena.

__ Quer mesmo discutir comigo na frente dos seus irmãos? _ pergunto o lógico __ Venha para nosso quarto, já está tarde para um homem casado está fora da cama com sua esposa. _ digo seguindo meus passos __ Você vem?

Eu consigo sentir a intensidade da raiva de Eros e o bom disso é que não sinto uma pitada de medo. Ele me segue até nosso quarto, eu sento na cama e começo a tirar minha bota de cadarço enquanto Eros encosta a cabeça na porta e se contém em relação a mim. Não é meu objetivo deixá-lo assim, mas já que ele é fraco o suficiente, então teremos que trabalhar.

__ Por que caralho você mandou as mulheres embora? _ ele questiona se aproximando de mim e se posicionando na minha frente.

__ Ué, elas são minhas mulheres, apenas as deixei livre para voltar às suas famílias. Não posso? _ Eros esfrega o rosto dentre as mãos __ Sinto muito meu amor, não sabia que isso iria te ofender tanto. _ ele me encara confuso, seus olhos ficando vermelhos __ Estou atuando bem?

__ Quê?

__ Estou atuando bem? Estou conseguindo esconder minha satisfação em soltar aquelas mulheres? Estou conseguindo fingir importância quando na verdade estou pouco me fodendo para isso? _ questiono rígida, áspera.

Sempre Você | 1° Livro - TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora