Isadora DePrá - 29

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Naquele dia, a terra tremeu e o céu queimou. As estrelas caíram, montanhas despencaram, vulcões entraram em erupção, oceanos se agitaram, as placas tectônicas se movimentaram, tornados surgiram, tempestades inundaram as casas, a cidade parou, anjos desceram, demônios apareceram.

Todas essas catástrofes aconteceram dentro do meu peito naquele dia, parecia o fim do mundo, mas era só o amo batendo a porta e indo embora.

- O desconhecido eu.

__ Que brega. _ Eliza entorta a boca enjoada com o recitado de Lara, de um bilhete que veio em mais um dos vários buquês que Isac a enviou.

__ Achei fofo. _ digo a olhando do canto de olho, haviam um par de mãos me maquiando e eu não queria atrapalhar.

__ Meu filho gostou muito de você, menina. _ Juliana diz orgulhosa do filho, ela realmente o criou muito bem.

__ Eu também... Gostei muito dele, senhora. _ Lara indaga desconfortável __ Mas... Isac precisa parar de enviar-me flores.

__ Por que tia? _ Mirela pergunta.

__ Eu realmente não sei a necessidade. Flores apodrecem, ficam secas. Por que ele não manda jóias, bolsas, sapatos? Seria útil para algo. _ Eliza diz sem se importar que a mãe do indivíduo está em nosso meio.

__ Meu filho sabe a importância de presentear com uma flor e as dar somente para mulheres que possuem valor. _ Juliana defende __ Quando encontrar alguém que ame e valorize você, então entenderá o sentido de receber flores.

__ Podemos mudar de assunto? _ pergunto as interrompendo __ Lara não quer que falamos disso então devemos respeitar.

__ Vou ver como anda as coisas lá embaixo, licença. _ Eliza desce da penteadeira se equilibrando em seus saltos e quando chega a porta, diz com total tédio __ É sério isso?

__ O que?

__ Seu marido e Robert aqui no corredor, como dois pinschers rosnando um para o outro. _ ela revira os olhos __ Pode explicar para Eros que Robert não tem mais nada para você?

__ Amor, acalme-se. Não há com o que se preocupar. _ digo o olhando pelo reflexo do espelho.

__ Venha, Robert.

Eu realmente não sei o que está rolando entre Eliza e Robert, e isso deve ser o motivo dele obedecer ela como um cachorro adestrado. Seja lá o que for, não deve ser do meu interesse. Minha maquiagem foi concluída, terminei de calçar meus sapatos e antes que pudéssemos ir para a simples cerimônia no quintal, Eros me segurou pela cintura e beijou meus lábios, apertando-me contra seu corpo.

__ Nervosa? _ pergunta me olhando nos olhos.

__ Não tanto quanto você. _ rio de seu nervosismo.

__ Verdade. Casar diante dos homens nem se compara ao casamento diante do pai.

Seguimos até a parte detrás de casa e fomos até frente ao padre, ele deu início a cerimônia e todos ficaram em silêncio prestando atenção em tudo que saía da boca do líder religioso. No entanto, minha mente me deixou mais enxergar do que ouvir. Olhei ao redor. Zaya e Apollo nos braços de Deckart e Ágata que ficaram responsáveis por eles, ao lado o filho de meu irmão.

Sempre Você | 1° Livro - TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora