Eu assistia meu pai rindo da minha cara como se eu fosse um palhaço do melhor circo mundial. Depois de três semanas após eu ter apanhado de Isadora, decidi contar o que me aconteceu a meu pai, pensando que teria uma conversa séria com ele, a respeito do mesmo querer que eu me case com aquela ogra, mas tudo o que tive foi chacota da parte dele.
Seu plano parece simples ao seus olhos: casar-me com ela sem lhe dá direito de escolha, por saber que a mesma nunca irá compactuar com tal coisa. Já na minha cabeça, isso quer dizer: ser espancado até pôr meus órgãos pela boca, perder as bolas, ser castrado a sangue frio e virar o saco de pancada daquela mulher pelo resto da minha vida.
Isso para meu pai é a oitava maravilha do mundo. Eu realmente pensei na possibilidade, mesmo que mínima, dele desistir disso e deixar eu assumir essa porra de liderança sem mulher nenhuma, e então eu poderia finalmente acabar com todo mundo da família e terminar com a patifaria que é essa vida. Mas não, tudo tem que ser de acordo com o que meu pai quer.
E eu odeio, isso.
__ Meu filho amado. _ papai me serve com um corpo cheio de conhaque __ Domine aquela fera e verá que seu pai está certo quanto a isso.
__ Acontece, que eu nem comentei com ela sobre o assunto, entende o medo que eu tenho de pelo menos tocar no assunto de casamento? _ papai prende os lábios entre os dentes, seu rosto ficando vermelho mostrando que ele prendia a risada __ Aquela mulher me faz mijar nas calças só com o olhar. Podemos mudar de assunto?
__ Claro. _ ele aceita a mudança, respira e continua __ Quero organizar uma confraternização, se não encontrarmos outra mulher que esteja a altura de Isadora, mesmo sabendo que não há uma igual a ela, não teremos outra opção a não ser unir vocês dois a um matrimônio.
__ Isso só acontece se houver uma providência divina.
Passamos o resto do dia conversando sobre essa confraternização, os primeiros convidados serão os que restaram da família Sarraceno - mais que a metade foram vítimas de uma chacina e desde então há muitas poucas notícias sobre quem sobreviveu, a famiglia da Polônia, os parentes mais próximos. Os demais fica por minha conta, então no fim do dia, tratei de mandar um convite formal e on-line para todos os convidados, tendo local e horário já combinados, às sete da noite eu já havia recebido confirmações de presença de quem eu menos imaginava que viria.
Parece que todos já estão sabendo do desespero que estamos. Segui minha rotina noturna, li um livro e consegui terminar ele antes das 10h, vesti meu traje de dormir e desci as escadas procurando algo para comer, tão logo me encontro com Isadora comendo uma torta de limão que Maria Luíza havia feito mais cedo. Isadora nem sequer olhou na minha cara assim que apareci para ela.
A mesma fez o trajeto em direção a porta da cozinha quando parou e virou-se para mim, fazendo-me olhar seu corpo, coberto por uma calça de cetim, uma camisa do mesmo tecido com alças finas, os formatos dos seios pequenos perceptíveis. Isadora umedece seus lábios, se controlando para não falar nada, mas como sei que sua língua é grande, o silêncio não irá predominar.
__ Seria idiotice minha ter escutado os seguranças pessoais de seu pai, comentar que ele planeja casar-me contigo? _ ela pergunta me deixando sem saída __ Eu não acreditei, né... Seria besteira da minha parte acreditar que Carlos seria tão idiota a ponto de querer casar o filho com uma mulher como eu...
E como um grande covarde, neguei.
__ Realmente não sei do que você está falando...
__ Eu espero. Afinal, _ ela se aproxima deixando o prato com torta no balcão __ Não queremos entrar numa briga, certo? _ Isadora afasta minhas pernas, se envolvendo entre elas.
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Sempre Você | 1° Livro - Trilogia
Romance"Não gosto de rivalidade feminina e nem masculina. Aprecio rivalidade generalizada, todos são meus rivais e irei destruir um por um." Isadora DePrá, é ex capitã do exército britânico, possuidora da Cruz da Vitória, a mais alta honraria que já foi da...