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NOTAS

ai que esse capítulo tá de doer o coração, gatilho pra quem tem daddy issues kkkk

seguinte, deixei um pedacinho de mim aqui. meu estado, a cidade onde nasci e cresci, espero que gostem e embarquem junto comigo e Kitkat nessa loucura.

PS: na primeira memória a Cat tem 11 anos e na segunda 18.

Boa leitura.❤️

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 CATARINA

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CATARINA

[ 🗓 ] Agosto de 2005.
[📍] Rio de Janeiro, Brasil.
Apresentação de Dia dos Pais na escola.

Retorci minhas mãos nervosas esticando meus pés bem na pontinha pra ver a porta do salão por cima da cabeça dos meus colegas de turma. Vi vários homens passando pela porta e meu coração começou a doer.

Eu não gostava daquela música. Eu odiava aquele vestido e aquele laço irritante tava fazendo minha cabeça coçar.

Eu disse pra mim professora que não tinha porquê estar ali se eu não tinha pai, mas ela insistiu.

Se Pedro tivesse aqui provavelmente nós já teríamos corrido pra ir brincar na pracinha que fica na frente da escola.

Estiquei um pouquinho meu pescoço e vi minha mãe passar pela porta, junto com tia Christina e Pedro. Sorri e acenei quando nossos olhares se encontraram.

Pedro é meu primo e meu melhor amigo. Apesar de eu ser três anos mais velha, ele ainda é meu melhor amigo. Nós jogamos bola na rua, andamos de skate e ele também brinca de boneca comigo e Flavinha, afinal, um dia ele vai ser pai também, né?

— Atenção, crianças! — diz a Tia Juliana na frente do palco e então  todo mundo faz silêncio. — Assim que a luz apagar e a música começar, cantem bem alto e forte pros pais de vocês, ok? Eles merecem muito.

— Se a gente vai cantar pros pais, o que a Catarina tá fazendo aqui? — Agatha fala, a menina loirinha que vive implicando comigo.

— Não ouvi quando eu disse "Pais", Agatha? Isso quer dizer pai e mãe. — Tia Ju fala e me olha sorrindo. — A mãe da Ana Catarina está aqui e por isso ela vai cantar mais forte ainda, né? — diz e eu assinto rapidamente com a cabeça.

— É, canta bem alto e bem forte pra vê se seu pai te ouve e volta — diz Enzo, um dos amigos da Agatha e logo depois todo mundo ri. Minha professora tenta cessar, mas eu só balanço a cabeça e abro um sorriso olhando pra frente. Engulo um nó em minha garganta e levanto a cabeça.

MORENO ⋆ João GomesOnde histórias criam vida. Descubra agora