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- Então você tem uma irmã espiritual?- Tsireya pergunta animada.- Você é oficialmente Metkayina agora.

- Bom... ela é albina, tem olhos violeta e tem alguns arranhões nas nadadeiras.- Ela fica vermelha em ser o centro das atenções.

- Albina? Arranhões nas nadadeiras?- Aonung pergunta olhando para sua irmã.

- Takeru.- Ela responde.

- O que tem de errado com a Takeru?- Neytakiri pergunta meio envergonhada.

Takeru e Neytakiri tinham essas três coisas em comum, albinas, olhos violetas, mas no lugar de arranhões nas nadadeiras ela tinha nas costas.

- Ela não tem nada de errado, oque acontece é que a muitos anos ela não faz conexão espiritual com ninguém, e havia uma lenda que ela só faria com alguém igual a ela, a quem chamamos de a prometida.

- Mas a prometida seria daqui, não dá floresta.- Rotxo fala chamando a atenção para si.

- Ninguém nunca disse de onde viria a prometida.

{...}

- Por que ela sempre fica olhando para o nada?- Aonung pergunta para um de seus amigos que o acompanhavam.

- Sei lá, ela é estranha.- Um deles fala rindo.

Kiri apenas sai da água com ódio e sai andando sem olhar para trás.

- Ei, azulzinha.- Aonung diz a puxando pelo braço.

- Por que vocês são tão obcecados por nós? Vão cuidar da vida de vocês.

- Vish.- Rotxo fala só olhando a cena.- Eu não deixava.

- Como é que é?- Ele aperta seu braço ainda mais forte, até ela se soltar dele.

- Você não aprendeu nada com Neytakiri te afogando?- Ela debocha dele.- Estava parecendo um peixinho fora d'água, sufocando.

Alguns de seus amigos riem do seu comentário, até o mesmo virar para trás e dar uma olhada que fez todos se calarem.

- Kiri, esse cara tá implicando com você?- Neteyam fala se aproximando com seus irmãos, Neytakiri e Lo'ak.

- São uns idiotas.- Ela responde ficando ao lado de sua irmã, enquanto ela segura na sua mão para dar apoio.

- Não perca seu tempo com eles.- Ela fala entrelaçando seus dedos nos de Kiri.- Vamos embora.

- A partir de hoje, eu quero que vocês respeitem minhas irmãs, está ouvindo?- Neteyam fala chegando cada vez mais perto. Quem não o conhecia poderia achá-lo ameaçador naquele momento.

- Ah, ele veio defender a irmãzinha.- Um dos esverdeados para de falar depois de Aonung o interromper colocando uma de suas mãos na frente.

- Claro, como quiser.- Ele fala levantando as duas mãos.

Os Sully apenas viram as costas e saem andando, até ouvirem a voz que mais odiavam.

- Tchau!- Ele diz estendendo a mão para cima fingindo ser amigável.

Lo'ak não aguenta as provocações e se vira em direção a ele.

- Lo'ak, não vale a pena.- Sua irmã mais velha fala tentando pegar seu braço, mas falhando miseravelmente.

- Olha, eu sei que a mão é estranha e engraçada.- Ele diz enquanto o esverdeado o olha sorrindo.- Mas se você colocar um dedo aqui.

Ele dá um soco no seu rosto, fazendo-o cair para trás.

- E um soco, otario.

Ele se levanta e vai para cima de Lo'ak, mas ele inverte deixando Aonung em desvantagem.

Neytakiri decidi não interferir, até ver um dos garotos puxando a cauda de seu irmão.

Ela vai para trás, pega impulso e corre até ele, o dando uma voadora que o fez cair no chão com a mão no braço.

- Não quero bater em você.- Rotxo fala ficando a sua frente, agarrando o colar de conchas de seu pescoço e o quebrando.

- Mas eu quero.- Ela dá um soco fazendo ele ir para atrás.

Enquanto outro vinha, ela dá um chute na escola dele, fazendo um barulho que tinha quebrado.

{...}
- Vocês enlouqueceram?- Jake fala tentando intimidar seus filhos.- Você é a segunda mais velha, Neytakiri, você deveria ter impedido ele de ter feito isso, não continuado.

- Eles não nos respeitam! O que quer que eu faça? A gente é motivo de piada nesse lugar! Eu quero ir para casa!

- Vão pedir desculpas para eles, agora!

Lo'ak sai andando irritado, enquanto ela pega seu arco e flecha correndo em direção ao seu ikran.

Começa a voar pelo céu sem rumo, não havia para onde ir mas ao mesmo tempo não queria voltar, estava sem casa, sem sentido para a vida.

Voa por mais duas horas, estava tão perdida que cogitava a ideia de voltar para casa. Até encontrar uma pequena ilha.

Ela então pousa no lugar, se senta na areia e olha para o mar.

Era enorme, mas ao mesmo tempo sem uma direção certa. Igual a ela.

Começa a explorar o lugar para ver se as condições eram habitáveis.

Estava com tanta raiva de sua vida atual que pensou em fugir e morar ali para sempre.

Mesmo sendo pequeno, o lugar dava para fazer uma casa confortável.

Escala uma das palmeiras e tira algumas folhas dela. Põe algumas no chão, se deita e as usa para se cobrir.

Seu ikran, o qual deu o nome de Neymaki, se deita ao seu lado, assim Neytakiri se apoia nele.

Aos poucos, ela vai pegando no sono até adormecer.

Neytakiri- Aonung Onde histórias criam vida. Descubra agora