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"E quando fizer merda compro dois buquês de rosa e se ainda tiver nervosa, minha rainha inconstante, sessão de massoterapia com insenso hidratante, te prometo cada batida do meu coração, prometo teremos problemas, mas nunca sem solução, promessas a parte, ficaremos sempre assim, eu gostando de você e você gostando de mim."- Pras damas, Oriente RJ.

- Neném, neném.- Takawa diz apontando para sua barriga.

- Espero que vocês sejam bons amigos.- Ela responde se levantando e o pegando no colo.

Ronal deu a luz a Takawa alguns meses antes de Neytakiri se casar. Ela gostava de crianças e ele sempre gostou dela, então passavam bastante tempo juntos.

- Sua mãe deve estar te procurando.- Fala enquanto sai andando com ele.- Vamos.

Não caminhou por muito tempo e a achou o entregando para ela.

- Não deveria se esforçar tanto, está grávida.- Sua sogra a repreende com um pequeno sorriso.

- Quando você estava grávida até lutava, e Takawa nasceu saudável.

- Sua gravidez e de risco.- Sente o bebê chutar ao pôr ao mão sobre sua barriga.- A primeira sempre é a mais complicada, mas com o tempo você se acostuma.

- E o parto dói muito?

- E como se estivessem quebrando todos os seus ossos e esmagando seus órgãos de uma vez só.

Elas se despedem e caminha até em casa.

- *Por que ninguém me avisou o quanto é difícil carregar um bebê?*- Pensa parando de andar ao sentir um chute forte em sua barriga.

- Ney.- Quando se vira vê Aonung correndo em sua direção.- Está tudo bem? Se machucou?

- tá tudo bem, já passei por coisas piores.

Passa o braço pela sua cintura e a ajuda a caminhar até em casa.

Apoia as mãos na janela e começa a olhar para a lua.

- Tem alguma coisa acontecendo?- Diz ficando ao seu lado.

- Eu sei que parece loucura, e você vai me achar estranha se eu disser, mas eu sinto o coração do Neteyam batendo dentro de mim, eu sinto como se ele estivesse comigo.

- Eu sei que é difícil aceitar, mas ele está morto.- Diz tentando a abraçar.- Daqui a dois meses vai fazer um ano que ele morreu.

- Não!- Fala se afastando dele.- Ninguém me entende! Sabia que você ia me achar louca!

- Em nenhum momento disse que você é louca, mas desde que Neteyam morreu você anda ficando paranoica. Sonha com ele, acorda no meio da noite gritando o nome dele, diz o ver pelos cantos, ouve a voz dele.

Se senta no chão com as mãos na cabeça, até sentir uma sensação estranha.

Passa a mão por debaixo de sua saia e percebe que a bolsa estourou.

- O que tá acontecendo?- Fala preocupado enquanto se ajoelha ficando na sua altura.- Ney?

- A bolsa estourou.

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E todos da ilha conseguiam ouvir seus gritos de dor.

- Como ela está?- Aonung pergunta indo em direção a sua mãe.- Me diz que ela vai ficar bem.

Ela o olha com tristeza antes de responder.

- Tem cinquenta por cento de chances de ela morrer nos próximos vinte minutos.- Exita em falar o resto ao ver seu olhar de desespero.- Ela tinha apenas oito meses, o bebê não quer sair.

Neytakiri- Aonung Onde histórias criam vida. Descubra agora