Celestian

78. Lamaçal de Contendas

Em Elementor, a guerra seguia seu curso e ambos os lados sofriam perdas, ou melhor, somente um deles possuía capacidade emocional para sofrer, o outro não se importava com os números, apenas com a vitória. Enquanto isso, na câmara de pedra, um monstro de lama encontrou Afrody e agora não só ameaçava matá-lo, como revelar sua localização às bruxas.

O rei de Celestian estava com os pensamentos longe dali, desconexo da realidade à sua volta e por isso sequer sabia o que se passava, confiando sua vida aos companheiros ali presentes, um grupo de dois anões, um par de anjos e uma ninfa. Todos estavam dispostos a dar a sua própria vida para defender Afrody, e estavam prestes a descobrir que o monstro de lama era bem mais forte do que aparentava.

_ Precisamos acabar com ele depressa, ou informará às bruxas o paradeiro do Rei de Celestian! - Diz a Ninfa em alta voz.

_ Esse monstro é feito de terra, ao menos parte dele é manipulável aos anões. - Diz um dos anjos.

_ Não acha que já tentamos isso? Alguma coisa está bloqueando os efeitos de nossas conjurações que tentam usá-lo como base conjuradora. Tudo que podemos é atacá-lo de outras formas. - Explica um dos anões.

Arremessos de rocha não funcionavam contra o monstro, ele absorvia todas e as arremessava de volta, causando tremores em toda a câmara, da mesma forma que as armas, que absorvidas por ele, agora compunham algo que podia ser facilmente comparado com uma garra. Tudo parecia ser inútil contra aquela estranha criatura, até que um dos anjos lançou um ataque de luz na fronte da mesma, que foi petrificada por poucos instantes até descascar e expelir lama novamente.

_ É isso! O monstro é feito de terra e água, atributos necessários para... bem, espero que funcione! - Diz a ninfa enquanto pega algo em sua bolsa.

_ Necessários para que? - Pergunta um dos anões.

_ Para jardinagem! Ó Mãe Natureza, pelo vínculo que tenho com a Têmpora de nossas Estações, conceda à essas sementes um crescimento acelerado pela força de nossos corações! - Diz a Ninfa arremessando algumas sementes no monstro.

Assim como fez com os outros ataques, o monstro de lama absorveu aquelas sementes e elas, quase que instantaneamente à prece da Ninfa, cresceram em ritmo acelerado, atrapalhando a movimentação dele como se fosse um parasita tentando dominar o hospedeiro.

_ Agora, usem o ataque de luz! - Diz a Ninfa.

_ Lúminus Atáqueos! - Dizem os anjos.

_ Eles estão petrificados e inertes, as plantas os dominaram! Agora para finalizar, lançamento de rocha, anões! - Diz a Ninfa.

_ Elementífona Têrrus Atáqueos! - Dizem os anões.

Partido em vários pedaços, o monstro havia sido destruído, ao menos era o que pensavam os aliados da luz multicolorida da esperança, até que uma sombra começou a irradiar dos escombros do monstros e se juntar acima deles. Era um dos espíritos corrompidos invocados pelas bruxas, ele estava escondido dentro de toda aquela carapaça de lama como se a tivesse possuído para si, como se ela fizesse parte dele.

Ao ver que estava exposto, o espírito olhou ao seu redor e fez as pedras reagirem de algum modo, elas se juntaram a ele e se partiam, o interior delas ainda era lama e essa lama se proliferou até cobrir novamente o dito espírito das trevas, ressuscitando o monstro de lama que os aliados do rei pensaram ter derrotado.

_ Você, Ninfa, diga que tem mais daquelas sementes, por favor... - Diz um dos anões.

_ Infelizmente àquelas eram as única que eu tinha. - Responde a mulher.

_ Então é isso, nós vamos morrer! - Diz um dos anjos.

_ Mesmo se isso acontecer, precisamos conseguir mais tempo para o herói dos anões, o príncipe, digo, Rei Arco-Íris! - Diz um dos anões.