Celestian

83. Oposição Darkinal

O clone da bruxa Darkina não correu para lugar algum, afinal, estava no coração do continente elemental, onde já poderia extrair o máximo de seus poderes usando os componentes ao seu redor. Assim sendo, Darkina ajuntou certa quantidade de cada elemento em pontos específicos atrás de seu corpo, de modo que concentrações de fogo, água, terra, ar e relâmpago formavam um arco que acompanhava o clone aonde quer que fosse e defendia a sua retaguarda.

Darkina ainda estava no meio do campo de batalha, onde os monstros de lama e as forças aliadas se enfrentavam com toda a fúria e os guardiões elementais suprimiam a fúria do ente elemental que havia se dividido em cinco outros entes, um para cada elemento correspondente ao respectivo guardião que enfrentava.

O clone causava estragos a todos e desequilibrava a batalha em favor do exército das trevas, ela precisava ser parada ou ao menos concentrar a sua atenção em um único inimigo, ou uma única batalha que não fosse a dos exércitos que se enfrentavam. Darkina sempre foi a mais temperamental das bruxas e seu clone representava isso bem, exatamente como ela, não é de espantar que o mesmo decidiu causar bagunça no campo de batalha em vez de se retirar para ser seguido e eliminar quem quer que fosse enfrentá-lo.

Uma vez que as majestades imperiais e continentais e boa parte das luzes protetoras havia se dividido para enfrentar os clones de Avarossa e Faranegra, somente restaram ali três pessoas para enfrentar Darkina: Terano, o Rei de Animarium, Shion e seu irmão Dylan.

Eles precisavam prender a atenção de Darkina enquanto o conselheiro-mor Nilo e o Arcanjo Miguel comandavam as forças aliadas juntamente com as sub-lideranças de cada povo ali presente. Entretanto, mesmo que o fizessem, os monstros de lama atacariam qualquer pessoa que cruzasse seu caminho, e lutar contra o clone da bruxa nessas condições significaria ter que lidar com dois grandes problemas.

O primeiro, ter uma bruxa totalmente focada em matar um único alvo, e o segundo, monstros de lama possuídos por espíritos malignos atacando simultaneamente enquanto se realizam várias tentativas de lidar com o problema anterior. Eles não tinham escolha e por isso tiveram que aceitar esse desafio, mesmo que não vencessem o confronto, ao menos teriam conseguido um tempo valioso para Afrody e para as forças aliadas.

Após pensar por alguns instantes como iriam isolar a bruxa em um lugar onde os monstros de lama não interferissem, Shion deu um salto e lançou cinco agulhas em diferentes direções, todas em um raio de um quilômetro de distância uma da outra e igualmente distantes das mãos que as lançaram.

Estando as agulhas posicionadas, Shion realizou aquilo que era uma de suas especialidades, um selamento pentagonal que usou as agulhas como conjurativos, formando uma barreira de coloração verde e aspecto transparente que prendeu em si não somente o clone da bruxa, mas Dylan, Shion e Terano, seus adversários.

A barreira era forte o suficiente para impedir a interferência dos monstros de lama e assim, um dos problemas estava resolvido, mas o mais impressionante, é que mesmo percebendo a intenção de seus inimigos, a bruxa não se deu o esforço de se reposicionar, era como tudo aquilo lhe fosse completamente indiferente.

_ Você não fugiu, como as outras... - Diz Shion.

_ Porque eu faria isso se tenho tudo que preciso aqui? - Questiona o clone de Darkina.

_ Os elementos, espalhados por todo o campo de batalha ao longo da guerra. - Diz Dylan.

_ Exato! Sabe, era um desejo pessoal que nossa última batalha acontecesse aqui, nesse lugar imundo! - Diz Darkina.

_ Sua raiva por este lugar se deve ao caso com os alquimistas? Ou tem algo a mais? - Questiona o Rei de Animarium.

_ E precisa haver algo a mais? Por acaso acha que o que eles fizeram foi pouco? Claro, se colocarmos na ponta do lápis todas as irregularidades da humanidade, o caso dos alquimistas não é nada, mas a questão é que eles foram o estopim de algo muito maior do que eles: eu! nós! A verdadeira irmandade! - Diz Darkina.