38. Expansão Telepática

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Após ter sua mão esquerda quase separada do resto do corpo, o Arcanjo Rafael realizava em si mesmo os primeiros socorros, enquanto Relva e Castiel tentavam entender o que havia acontecido e como o soberano acabou tendo essa reação, mesmo estando inconsciente. Segundo o Arcanjo das fronteiras, essa era a confirmação das suspeitas que ele já tinha desde que começou a analisar o rei Afrody, mas que escolheu não compartilhar até que se tornassem minimamente plausíveis.

_ Maldição, como isso dói! – Diz Rafael, enquanto enfaixa o próprio braço.

_ Está amaldiçoando seu rei, Arcanjo Rafael? – Pergunta Castiel.

_ Não! Não estou... isso foi apenas uma reclamação. Vão me culpabilizar por me expressar em voz alta também? – Pergunta Rafael.

_ Poderíamos, mas acho que meu sobrinho não gostou dos rumos tomados pela nossa conversa há pouco. – Diz Relva, fazendo com que o Arcanjo apenas lhe vire a cara em resposta.

_ Realmente, parece que o subconsciente do Afrody ainda está funcionando, exatamente como eu pensei que estava. – Diz Castiel.

_ Sobre isso, você disse que tinha algumas suspeitas sobre a situação do meu sobrinho e que elas foram confirmadas quando ele interviu em nossa discussão. Será que você vai dizê-las agora ou precisa de mais confirmações? – Pergunta Relva.

_ Tenha calma, Relva, não é para tanto. Eu já iria te falar quando Rafael interrompeu nossa conversa. Como você disse, sua preferência é saber das notícias, sejam elas boas ou más, para que possa lidar com elas à sua maneira. – Diz Castiel.

_ E então? – Pergunta Relva.

_ Dentro do rei, em seu subconsciente, há um misto de emoções que estão se expandindo consideravelmente acarretadas pelos recentes acontecimentos. – Diz Castiel.

_ Isso não nos ajuda em nada! – Sussurra Rafael, consigo mesmo.

_ O que disse, Rafael? – Pergunta Relva.

_ Nada! – Responde o Arcanjo da Cura.

_ Então, Castiel, continue por favor... – Diz Relva.

_ Pelo que vocês me disseram, o Afrody teve dentro de si uma outra alma que não era a dele. Alguém de Animarium poderia explicar melhor do que eu, mas até onde se sabe, os animais são venerados pelos tribais como sendo receptáculos dos espíritos, por não possuírem um para si. Os metamorfos, porém, podem possuir ambas as características, por serem metade homem e metade fera. Eles podem possuir um espírito e ainda assim serem receptáculos de um outro. O seu sobrinho, Relva, não é um metamorfo, e obviamente também não é um animal, então deve ter sofrido uma sobrecarga espiritual. – Diz Castiel.

_ Então a mulher na lua agiu como uma parasita no corpo do nosso rei! Eu sabia que não dava para confiar! – Diz Rafael.

_ Não... essa analogia não pode ser válida! Quando existe um parasita no corpo humano, ele tende a piorar até encontrar uma forma de expeli-lo de si, por meio da excreção. Mas e se o organismo do Afrody não tiver interpretado o que aconteceu como parasitismo? E se ele estiver reagindo como se fosse uma doença, um vírus que ele não sabe combater? – Diz Relva.

_ O que você está sugerindo envolve adaptação corporal, é um processo demorado, estamos falando de séculos de evolução humana! Nossas asas angelicais não se desenvolveram do dia para a noite, assim como a cauda das sereias, as orelhas dos elfos ou a metamorfose de alguns tribais. – Diz o Arcanjo da Cura.

_ Talvez seja isso que esteja acontecendo, metamorfose! Você disse que um anjo apresenta essas feridas quando está próximo de manifestar suas asas, e se meu sobrinho estiver próximo de manifestar outra coisa? – Pergunta Relva.

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