13. Insignificant Existence

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Abri disfarçadamente um pouco da cortina da janela

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Abri disfarçadamente um pouco da cortina da janela. Me certificando de que não fui vista por ele. Meu coração batia tão forte que eu o sentia na garganta. Era inevitável continuar olhando. Questinava-me sem pausa do porque ele está morando aqui, e porque raios tem que ser aqui na frente.

Bailey May não é um simples ex. Ele é o tipo de ex do qual você tem que tomar muito cuidado pra não ter uma recaída, porque pode te custar a sanidade mental - essa que eu já não tenho muito - ou talvez até mais que isso. Eu definitivamente não estava preparada pra reencontrá-lo agora. Muito menos pra ser sua vizinha.

Nossa relação durou anos - dois anos pra ser exata - e ele foi meu primeiro namorado. Foi o primeiro a me apresentar a famosa "desilusão amorosa". Eu não o via a muito tempo. E era preferível que não o tivesse visto.

Não que eu vá ter uma "recaída" ou algo do tipo, longe de mim. A última coisa que eu quero é voltar com esse imbecil. Porque Bailey é um verdadeiro imbecil. Eu não lembrava da existência dele até agora. Mas posso dizer que tudo voltou como um filme, onde as cenas retornam como se estivessem gravadas.

Tudo voltou como num passe de mágica. O primeiro beijo, o pedido de namoro... a primeira vez que... Balancei a cabeça me desfazendo dos devaneios. Ter essas malditas memórias circulando na minha cabeça mais uma vez não significa que ainda sinto algo por ele, significa que ainda sinto ressentimento. Ressentimento por ter me entregado por completo a um amor de juventude, que resultou em um coração estilhaçado.

Lembro-me como se fosse hoje. Era um dia chuvoso, eu estava em casa, tinha cabado de me deitar para dormir. Peguei o celular que estava carregando e liguei, pois o mesmo havia ficado desligado a tarde inteira. Assim que abri o aplicativo de mensagens, me deparei com o contado do Bailey. Na única mensagem que havia lá, ele dizia; "Vamos terminar, ok? Eu não posso continuar com isso. Espero que possa me perdoar."

Me recordo de ter ficado um tempo paralisada após ler a mensagem. Eu não entendia porquê ele tinha feito aquilo. Ele não me deu um motivo. Ele apenas terminou comigo... por mensagem. Que tipo de ser sem noção faz algo assim? Terminar por mensagem? O quão idiota ele poderia ser? - era o que passava pela minha cabeça naquele momento.

Aquele dia eu não dormi; não comi; mas também não chorei. Eu não consegui chorar. Em algum momento me achei insensível por não chorar, mas será que eu estava sendo mais insensível que ele? Qual o problema de não chorar? Eu só sentia raiva, em uma mistura de decepção.

No dia seguinte eu fui ao colégio sabendo que teria a chance de esbarrar com ele por lá, embora eu não quisesse falar com ele, eu nem ao menos queria perguntar se tinha um motivo para que ele terminasse comigo, parque eu já não me importava mais. E foi o que eu fiz, o ignorei. Ignorei sua patética e - a partir daquele dia - insignificante existência.

Alguns dias depois descobri que ele havia se mudado da cidade. Aquele foi o ponto final. Tudo tinha realmente acabado. A nossa história estava completamente no passado. Nada mais o ligava a mim ou pelo menos era o que eu achava. Já que agora ele está de volta, e por algum motivo que eu desconheço, morando na frente da minha casa.

𝗔 𝗖𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮𝗰𝘁 | ᴺᴼᴬᴿᵀOnde histórias criam vida. Descubra agora