00. Prologue

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Como todo adolescente derivado de origens diferentes eu não tive uma vida exatamente fácil até aqui

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Como todo adolescente derivado de origens diferentes eu não tive uma vida exatamente fácil até aqui. Com um pai brasileiro e uma mãe americana eu não poderia ter uma história diferente.

As características brasileiras prevaleceram e com a minha aparência "estrangeira", eu consegui sofrer algum bullying aqui e alí. O que acarretou em uma adulta amarga e cheia de bloqueios emocionais. Minha psicóloga adverte: ... ah, é, eu meio que parei de ir nas consultas.

Depois que meus pais me largaram à própria sorte e rumaram para a própria felicidade, eu fiquei aqui, definhando na minha própria solidão fria e cruel e... até que não é tão ruim. Eu literalmente não tenho muitos amigos e por isso devo dizer que dependia um pouquinho emocionalmente dos meus pais e meio que precisava deles pra muitas coisas, mas vamos ignorar essa parte, eu sou uma adulta agora. Se é que eu posso me considerar uma adulta em plenos vinte anos de idade. E dizem que essa é a melhor fase, HÁ! – risasa desdenhosa –, idiotas mentirosos.

A idade adulta é nada mais que desespero sem fim, discórdia e depressão. Ao longo dos dois meses em que fui largada as traças pelos que se dizem meus pais, eu tenho procurado por um maldito emprego. As economias que eles me deixaram estão acabando, e acho que posso apenas morrer de fome antes de fazer uma ligação pedindo por mais dinheiro. Ui, subiu até um frio na espinha.

Essa sou eu, orgulhosa até que a morte me reivindique.

E quebrada, lisa, pobre, suja e depressiva no canto.

É sempre assim quando se trata de mim, tudo dá errado. Tudo. Tudo mesmo nem é exagero. Sejam amizades, relacionamentos ou trabalho. E sim, fui lunática o suficiente pra testar relacionamentos, cerca de três lindas e malditas vezes eu consegui cair de cara no alfasto duro e frio. Bom, eu aprendi minha lição.

Mas se é pra ficar depressiva, que seja enchendo a cara de álcool. Talvez bêbada eu consiga ligar pra eles e pedir socorro. Só talvez. 

Pior do que tá não pode ficar, Vai ser apenas um Drink.

Durante o caminho até o bar charmoso que vi outro dia, tentei criar um discurso não tão miserável que faria quando ligasse pra eles.

Eu não posso parecer miserável demais. A verdade é que eles são capazes de largar seja lá o que estiverem fazendo lá para vir até mim. Devo confessar que a corrente ainda me segurando é devido a isso. Não quero parecer uma idiota fraca que impede a felicidade dos pais porque não é capaz de se virar como a adulta que é. 

Adentrei o lugar e uma das primeiras coisas que notei foram as luzes baixas. Deixando aquele clima acolhedor o suficiente para criaturas das sombras como eu. Um pouco mais próximo do bar, as cores puxavam para o vermelho. A música tocando baixo. Parecia perfeito. Exceto pela mesa um tanto barulhenta mais no fundo do bar. Cerca de seis ou sete pessoas. Gritando e festejando a cada dose virada. Eu teria feito algo assim se tivesse amigos? Tanto faz. Que se dane.

𝗔 𝗖𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮𝗰𝘁 | ᴺᴼᴬᴿᵀOnde histórias criam vida. Descubra agora