15. A Sip

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- Bailey?

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- Bailey?

- Eu quase não acreditei que fosse você saindo daquela casa, como o destino é imprevisível.

- Você nem imagina o quanto. - murmurei me desvencilhando de sua mão.

- Eu realmente preciso falar com você.

- Me pergunto o que de tão importante você teria pra falar comigo depois de tantos anos. - falei. Ele está sendo incrívelmente persistente sobre isso, e eu já estava começando a me incomodar.

- Escuta, eu não terminei com você por conveniência, eu iria embora e não queria te magoar.

- Não queria me magoar? - sorri amarga - e o que você acha que aconteceu depois que eu li aquela maldita mensagem? Fiquei feliz?

- Eu sabia que você iria querer me esperar, e não poderia fazer isso com você, não seria justo parar a sua vida por mim-

- Já chega Bailey. - o interrompi. - Por quê falar tudo isso agora? Não vai mudar absolutamente nada. Deveria ter dito isso aquele dia, ao invés de mandar uma mensagem terminando friamente seja lá o que nós tínhamos.

- Eu só não queria que você continuasse sentindo raiva de mim, eu não sou o monstro que você acha que eu sou.

- Eu nunca te considerei um "monstro", Bailey. Mas também não melhorou muita coisa vindo falar comigo depois de tantos anos.

- Eu só quero que você me desculpe, só isso, me senti muito mal depois de te ver, fiquei me sentindo um babaca completo - pegou a minha mão - Só diz que me perdoa, por favor.

- Tudo bem, eu te perdôo. Não é como se eu gostasse de guardar mágoa.

- Obrigado. Talvez você não acredite, mas a minha consciência estava realmente pesada.

- Eu acredito - puxei minha mão de volta sutilmente - Eu preciso ir.

- Ah, certo.

Dei as costas e sai caminhando pela calçada. Deixando para trás alguém que eu não esperava reencontrar novamente. E por incrível que pareça, só queria me pedir desculpas. Eu não sei explicar o que sentia agora, me sentia mal por tê-lo interpretado errado e ao mesmo tempo dizia a mim mesma que não precisava me sentir assim, que apesar dele ter se desculpado, não muda o fato de que agiu errado um tempo atrás.

Após comprar a ração do Ethan, voltei para casa. Escolhi a dedo uma das garrafas de vinho que tinha no armário. A dias ansiava por elas. Tenho um pequeno intervalo entre hoje e domingo - ou seja, o sábado -, sem problema. O que me impedia de beber era o trabalho no dia seguinte, mas é final de semana, a deixa perfeita, para encher a cara.

Comecei a beber. Sem pausa. Continuamente. Desesperadamente. Tão impulsivamente, que nem sequer percebi quando sequei a primeira garrafa. Exatamente; a primeira de mais duas garrafas. Eu nem ao menos sabia porquê estava bebendo. Sempre julguei pessoas que bebiam para esquecer os problemas, mas acho que esse não é meu caso. Não tenho tantos problemas, estou bebendo porque... porque... Eu sei lá por que estou bebendo.

𝗔 𝗖𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮𝗰𝘁 | ᴺᴼᴬᴿᵀOnde histórias criam vida. Descubra agora