A ligação foi encerrada. Eu permanecia no mesmo lugar, imóvel e estática pela notícia recebida. Era o estágio de negação; onde várias respostas lógicas me vinham a cabeça para me fazer desacreditar nas palavras daquela mulher.
Talvez seja um trote;
Talvez seja o Bailey tentando me deixar triste;
Talvez meus pais estejam tramando algo por aí;
Eles só estão fazendo uma brincadeira comigo, uma terrível e desprezível brincadeira de mal gosto;
Alguém certamente me odeia tanto ao ponto de me dizer algo assim. É só isso.
Eles estão bem e, vivos.
Segurei novamente o celular em minhas mãos trêmulas. Procurei com dificuldade o número de celular da minha mãe. Iniciei a chamada, mas ela não atendia; entrei em desespero. Tentei de novo, mas nada acontecia. Só caia na caixa postal.
É claro, o celular está desligado, eles estão no vôo. Não se pode deixar o celular ligado em um vôo, não é?
Andei em passos falhos até o sofá, deixando meu corpo cair sobre o mesmo. Lutava para não deixar que as lágrimas escorressem. Meus olhos marejados encontraram o controle remoto jogado sobre o sofá. Com minha mão ainda trêmula, peguei-o, ligando a TV no primeiro canal que avistei.
Uma reportagem de última hora havia parado a programação. A jornalista falava sobre o "Terrível acidente dessa segunda-feira", título da reportagem.
Ela falava sobre um dos motores do avião. Um deles havia apresentado problemas, mas mesmo assim, a companhia achou que não teria problema decolar. E isso teria ocasionado a terrível queda do avião.
- A terrível queda... - Uma lágrima escapou. - A... Terrível... Queda...
E enfim, o estágio de aceitação.
As lágrimas começaram a rolar descontroladamente pelo meu rosto. Meu peito apertou e o ar me faltou. Bati uma, duas vezes contra meu próprio peito, tentando acabar com aquela dor. Meus gritos tomaram conta do ambiente antes silencioso. A dor me consumia.
Minha respiração falhou; eu tossi.
Tentei levantar e minhas pernas não me obdeceram; caí. Continuei a chorar, incansavelmente, descontroladamente, alí, naquele chão frio e duro.
Meus pais estavam mortos.
Eles estavam realmente mortos.
[...]
A cor preta nunca me pareceu tão triste e sombria quanto hoje. As folhas secas caídas pelo chão do cemitério da Califórnia ajudavam no clima melancólico dessa tarde. Sentada em frente a lápide do túmulo de meus pais, eu apenas sentia o ar entrar e sair de dentro dos meus pulmões. Minha respiração estava pesada, talvez porque eu estava triste.
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𝗔 𝗖𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮𝗰𝘁 | ᴺᴼᴬᴿᵀ
Fanfic𝗔𝗗𝗔𝗣𝗧𝗔𝗖̧𝗔̃𝗢 ™𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟𝑦 𝑂𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑏𝑦: @𝖨𝖼𝖾_𝖯𝗋1𝗇𝖼𝖾𝗌𝗌║▌│█║▌│ Iniciada em: 01.03.2023 Finalizada em: 27.05.2023