23. I Will Take Care of Him

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A princípio estava tudo bem

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A princípio estava tudo bem. Quer dizer, na medida do possível. Até Noah começar a dirigir mais rápido. Tentei não me assustar e deixá-lo continuar sem interferir, mas aí ele deu início a uma direção brutal, desviando violentamente dos carros pela rodovia.

Comecei a encará-lo tentando entender o que ele pretendia com isso, ele tá tentando um suicídio? Deveria avisá-lo que não quero morrer agora? - interferi.

- Noah! - Chamei. Mesmo assim ele resolveu me ignorar e continuar sua corrida desnecessária. - Noah para a droga desse carro agora!

Ele não me olhou, tão pouco me respondeu. Apenas pisou no freio e aos poucos o carro perdeu velocidade. O silêncio agora era pior que antes. Eu não queria gritar com ele, mas as vezes é preciso pegar uma pessoa e estapea-la até que ela recobre a consciência.

Era isso o que eu realmente queria fazer com ele. Mas não podia. Chegando em uma parte mais calma da estrada ele encostou o carro em uma parte aberta.

- Desculpa!

Foi tudo que ele disse. Ele de fato, estava errado em dirigir daquela maneira, mas então por que fui eu quem sentiu um aperto no peito ao ouvi-lo falar? Por que eu queria abraça-lo e dizer que vai ficar tudo bem? Eu posso mesmo fazer isso? Posso cuidar dele? - em questão de segundos o silêncio que existia foi tomado pelo som de choro do rapaz.

Ele se segurava para não chorar alto demais, eu sentia isso. O que me fez refletir um pouco mais; ele foi capaz de se abrir e chorar na minha frente. Não fez isso na frente dos amigos, mas fez na minha frente.

Não importa mais.

Tirei o cinto que limitava meus movimentos e me aproximei dele. O envolvi em meus braços, abraçando-o forte. Ele não demorou a retribuir, escondendo o rosto molhado pelas lágrimas em meu pescoço. Minha mão deslizou pelos seus ombros largos, dando leves batidinhas ali. Seu choro reprimido logo tomou um tom mais alto. E eu não o soltaria até que estivesse bem; Não o deixaria ir até que me mostrasse seu rosto seco, sem as lágrimas que o cobriam agora; sem as lágrimas que escorriam de seus olhos e molhavam meu ombro.

Eu cuidarei dele.

Minutos depois já não se ouvia mais o som incessante de choro. Tudo que eu podia ouvir era sua respiração profunda, engolindo o choro. Me apertou em seus braços sinalizando para que eu não o deixasse agora. Se mexeu e apoiou melhor a cabeça. Minha mão subiu de suas costas, deslizando até sua nuca e adentrando manhosamente seus fios. Afaguei.

- Por favor não pense que eu estou assim porque ainda gosto dela.

Noah quebrou o silêncio. O que ele disse me tirou um enorme peso. Mas isso significa que existe realmente algo que eu ainda não estou sabendo. E o que poderia ser? O que seria tão ruim a ponto de deixá-lo nesse estado? Totalmente fragilizado?

Que porra é essa?

- Você se importa de não fazer perguntas agora?

- Quem disse que eu ia fazer perguntas?

𝗔 𝗖𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮𝗰𝘁 | ᴺᴼᴬᴿᵀOnde histórias criam vida. Descubra agora