Soraya
A banheira da minha suíte é pequena demais para duas pessoas caberem de forma confortável. Eu havia a comprado em uma loja de móveis vintage, por puro capricho, durante minha primeira graduação. Depois havia a usado pouquíssimas vezes, sempre fugindo do trabalho de esperar por vários minutos até que a água a preenchesse o suficiente para um banho.
Durante os últimos 4 dias ela foi usada mais vezes do que a soma entre todos os primeiros anos que ela ocupou meu banheiro. Agora já me virou rotina chegar em casa após o estágio e deixar a água correr para dentro da porcelana branca.
Entorno um fio da essência de baunilha no seu interior, o cheiro familiar preenchendo todo o cômodo e como se esse fosse um sinal de chamado, ouço o barulho da porta da frente se abrindo. Logo após escuto o farfalhar do tecido quando ela retira o blazer e o barulho da sua bolsa e chaves sendo deixadas em algum lugar.
Seus passos suaves se aproximam do banheiro, os saltos criando um ruído cada vez que seus pés encontram o chão. Mesmo virada de costas, sinto seus olhos em mim antes que seus braços envolvam minha cintura, me puxando contra ela. Me pego sorrindo ao sentir seu calor contra mim, eu poderia facilmente me convencer que pertenço a esse abraço.
— Ei, oncinha. — Fala, antes de afundar o nariz na curva do meu ombro. Inala profundamente contra minha pele fazendo um arrepio correr pela minha espinha.
— Ei. Você chegou rápido, ainda nem terminei de encher a banheira.
— Fiquei com saudades e não tava aguentando mais esperar. — Diz manhosa. Eu ainda estava me acostumando com esse lado dela, que contrasta de forma deliciosa com seu lado sério e autoritário. — Sai logo depois de você.
— Não tem nem meia hora desde que você me viu. — Me viro entre seus braços, ficando de frente para ela que não perde tempo antes de selar seus lábios na minha testa.
Seus cabelos estão pelo menos três dedos mais compridos do que estavam no dia que a conheci e agora passam dos seus ombros, enrolando de leve nas pontas. Passo os fios negros para de trás da sua orelha, não resistindo a tentação de sentir a textura macia deles em meus dedos.
— Mas meia hora atrás eu não podia fazer isso. — Ela agarra minha bunda com as duas mãos por cima da minha calça social rosa, me puxando para mais perto de si. Ficamos coladas uma a outra, a pontinha do seu nariz acariciando a ponte do meu.
— E muito menos isso. — Ela continua. Seus lábios vão de encontro aos meus e ela os devora, deixando claro em suas ações o quanto estava com saudades. Termina o beijo dando uma leve mordida em meu lábio inferior.
— É, provavelmente não seria de bom tom. Meus colegas poderiam começar a achar que você tem uma favorita. — Brinco.
— Eles não estariam errados.
— Então quer dizer que eu sou sua favorita? — Provoco passando meus braços por cima dos seus ombros e os cruzando atrás do seu pescoço. Tornando impossível a ela fugir do meu enlace.
— Só quando você é boazinha. — Diz baixinho enquanto suas mãos sobem da minha bunda em direção a minha cintura, ficando encaixadas na curva.
— Algo me diz que você gosta ainda mais quando eu me comporto mal. — Deixo minha boca próxima a sua, a apenas um pequeno movimento de se encontrarem.
Ela tenta acabar com a mínima distância mas eu me afasto suavemente, não permitindo que nossos lábios se toquem. Ainda sim permaneço naquela distância irrisória, provocando para que ela tente mais uma vez sentir meu gosto. Simone presa em minha armadilha segue os passos que a dei para essa dança, os olhos fechados pelo desejo e mais uma vez tenta capturar meus lábios sem sucesso. Sorrio mesmo que ela não possa ver, me divertindo com nosso pequeno jogo de controle.
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Requisitos para um diploma - Simoraya
FanfictionSoraya Thronicke achou que nunca mais veria Simone Tebet depois do final de semana em que passaram dormindo juntas, rodeadas por todas suas coisas encaixotadas para a mudança, no seu antigo apartamento. Por isso fez de tudo para gravar na memória to...