Capítulo 2 - Fogos de artifício

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Simone

A química é algo bem inexplicável, de uma maneira que às vezes soava até mesmo irônica. Como se algumas pessoas tivessem sido propositalmente criadas uma para a outra e nossos corpos dessem um sinal quando topamos pela vida com as que foram criadas exclusivamente para nós.

O lado irônico é que sempre que encontramos alguém com o poder de nos fazer incendiar com simples toques, essa pessoa costuma ser uma terrível ideia.

E eu sempre fui uma pessoa de amar as péssimas decisões. Principalmente as péssimas decisões amorosas.

Havíamos saído para esperar o uber com Dani e Marques assim que a última garrafa de cerveja terminara, ele tão anestesiado pelo álcool que mancava apenas levemente com a perna ferida. Quem se apoiava nele dessa vez era Dani, que com seus pouco mais de um metro e cinquenta, não era muito forte para as bebidas e já começava a cambalear.

Ela iria se odiar amanhã quando tivesse que ministrar sua palestra com a cabeça explodindo.

— Você não tem plano nenhum para antes de voltar pro hotel, não é? —Soraya diz assim que nos despedimos do casal e ficamos sozinhas no calçadão.

O vento forte da praia sacode seus cabelos loiros e alguns fios ficam presos em seus lábios. Não consigo evitar sorrir, adoro a maneira em que ela é direta e sem filtros, indo na contramão de mim, com meu discurso sempre apaziguador. Soraya é verdadeira, não esconde suas intenções e isso é revigorante.

— Foi só uma desculpa para passar mais tempo comigo.

Suas palavras agem como um incentivo em mim. Me aproximo dela e levo minha mão ao seu cabelo, o colocando para trás da orelha em um gesto lento. Soraya fecha os olhos ao sentir o roçar dos meus dedos em sua face.

— Ah eu com certeza tenho planos para antes de voltar para o hotel, disso você não precisa ter dúvidas. — Digo com a voz baixa, agora com meu rosto próximo ao seu. — Mas você está certa, não estava planejando passar em nenhum lugar em específico, aquilo foi só uma desculpa para passar mais tempo contigo.

Coloco minha mão em sua cintura e puxo seu corpo contra o meu, me pressionando contra ela da maneira que eu havia desejado por horas enquanto estávamos sentadas naquela mesa.

Sua saída de praia é tão fina que é quase como se eu estivesse tocando sua pele nua. Deixo meu nariz tocar o seu, nossas bocas estão a apenas centímetros de distância e meu coração acelera descompassado. Soraya tenta quebrar os últimos centímetros que nos separam mas eu afasto meu rosto, apenas o suficiente para que um roçar de lábios seja o máximo que ela consiga, para provocá-la.

A maneira que meu corpo reage a ela é quase sufocante, eu nunca havia desejado alguém dessa forma em nenhum outro momento durante meus 30 anos de vida e quase perco a cabeça quando Soraya entrelaça seus dedos no meu cabelo próximo a nuca. Estremeço com a onda de desejo que ela me causa e finalmente a beijo, não conseguindo mais sustentar a provocação.

Nossas bocas se encontram com tanta urgência que eu poderia acreditar que precisamos disso da mesma forma que precisamos do ar. Seus lábios são macios e eu não perco tempo antes de procurar sua língua com a minha.

Fogos de artifício.

Quando nossas línguas se encontram é como se fogos de artifício estivessem explodindo por mim e me incendiando. Ela tem o gosto do limão das caipirinhas que tinha tomado ao meu lado, enquanto me provocava chupando o canudo. Esse definitivamente é o gosto ideal para um beijo.

Subo minha mão pela lateral do seu corpo enquanto aprofundo o beijo e Soraya solta um pequeno gemido que é o responsável por acabar com o restante de toda minha sanidade. Ela interrompe nosso contato.

Requisitos para um diploma - SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora