𝟎𝟏𝟐 - 𝑩𝒓𝒊𝒈𝒂 𝒆́ 𝒔𝒐́ 𝒅𝒆𝒔𝒈𝒐𝒔𝒕𝒐

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Xavier e eu resolvemos faltar aula para conversamos e resolvermos nossas diferenças. Eu propus a ideia pensando que poderia ajudar em minha análise, afinal, se quero descobrir o jogo dele, pensei que assumir coisas que ele talvez já saiba seria uma forma de captar seus segredos. 
Estávamos sentados no chão, de pernas cruzadas de frente um para o outro. O mesmo se encontrava tenso e reto, noto como seus ombros são largos e ele é muito alto em comparação a mim, mesmo estando sentado.

— Eu, na verdade não comecei a te investigar hoje. — digo, séria.

— Eu sei. — ele parece cair em meu plano. — Eu percebi que as coisas estavam estranhas no final de semana quando retornei ao meu quarto. — parecia desculpa esfarrapada, mas não poderia dizer que organizei o local, já que quem me arrastou daqui foi o Tyler, e isso o Xavier definitivamente não poderia saber. — Um desenho meu sumiu.

— Eu o roubei. — assumo, indiferente. — Tive uma visão quando toquei no mesmo. Vi minha família diante de um cadáver de um padrão. — seus olhos arregalaram-se e o mesmo levantou-se a procura de seu caderno de desenhos.

— Desenhei isso na noite passada. — Era um desenho onde havia minha família diante do cadáver do padrão, exatamente estilhaçado conforme a minha visão.

— O que será que significa? — indago, tentando imaginar as possibilidades.

— Eu sonho com massacres, excluídos e padrões morrendo. — ele diz, prestes a retomar.

— Será que isso pode significar o retorno de Crackstone? Quem sabe algo muito maior? — interrompo-o. — Xavier, preciso que me ajude a relatar todos os seus sonhos com uma riqueza de detalhes para que possamos analisar e tentar entender do que se trata. - digo, fixada pelo mistério que surgia.

— A-agora? — ele pergunta, visivelmente envergonhado.

— Sim, não podemos deixar com que sua memória esqueça qualquer detalhe. — digo séria. — Vamos ao meu quarto, assim poderei escrever rapidamente na maquina de datilografia — Noto o mesmo tímido, sorrindo como um bobo por ir ao meu quarto.

— Ok. Vamos! — parecia bem animado.

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Ao descer as escadas do prédio de Xavier, podemos ver Tyler sentado no pentágono. Todos estão em aula, mas o mesmo está com o uniforme da cantina, o que indica que deveria estar em trabalho.
Puxo Xavier e retornamos, nos escondendo, ficando a observa-lo por alguns minutos.
Notamos que Tyler está escrevendo algo em seu caderno, e logo o mesmo para e diz em voz alta.

— Vocês sabem que eu consigo sentir a vossa presença aí? — ele diz, surpreendendo nos. Alguns segundos depois, caminhamos em direção ao mesmo parando a poucos metros.

— E daí? — debocha Xavier.

— Você sabe o quanto eu gostaria de arrebentar esse seu narizinho empinado seu freak riquinho? — ameaça Tyler e Xavier parte para cima do mesmo, segurando-o pela gola da camisa.

— Saiba o seu lugar, assassino filho da puta. — Xavier era mais alto que Tyler e isso fazia o mesmo olha-lo por baixo. — E fica longe da Wandinha.

— Quem é que vai me obrigar? — diz, esbanjando um sorriso largo. — Hahahahaha, você? — Tyler soltou uma longa gargalhada, e então Xavier inesperadamente descarregou um soco pesado em sua bochecha direita. Percebo que a situação rapidamente se complica.

— Parem! — decido intervir quando noto que a situação se intensifica.

De repente, Tyler começa sua transformação em hyde, suas roupas se rasgam deixando o monstro desnudo, e, nesse momento os dois iniciam um embate. Xavier corre em direção a uma parede onde havia um polvo gigante desenhado. O mesmo dá forma a obra, e logo, o polvo salta para fora da parede seguindo em direção a Tyler, que agora estava completamente em sua forma de monstro hyde. O polvo se aproximou de hyde e começou a enrolar seus tentáculos em volta do pescoço de Tyler asfixiando-o. Xavier usava toda sua força e poder para apertar o pescoço de Tyler, mas eu o gritava por piedade com o hyde.

— Xavier! Você vai matá-lo! — exclamei aterrorizada, vendo-o fazer o polvo soltar o hyde. Neste momento comecei a pensar sobre o quão poderoso Xavier poderia ser.

O hyde grunhiu e tossiu muito ao ser solto pelo polvo, com certeza pela falta de ar em seus pulmões. Logo, o mesmo se recuperou e correu em direção ao artista, surpreendendo-o e arranhando seu peito com as unhas pontudas, tirando sangue de Xavier.

— Não! Tyler. Para! Agora! — ordenei ao hyde.

O hyde imediatamente largou o Xavier, seguindo as ordens. Logo Tyler retorna a sua forma humana e percebo os dois completamente ofegantes e feridos pelo ocorrido.

De repente, minha cabeça começa a girar e minha visão a distorcer, sinto que estou prestes a ter uma visão, e a última coisa que vejo é Tyler e Xavier correndo ambos em minha direção.

VISÃO ON:

Vejo alguns excluídos em minha frente, estamos todos sujos, visivelmente cansados e ouço alguns barulhos ao fundo. Parecemos estar em uma espécie de porão, não vejo nenhum excluído conhecido.

Ouço uma voz em minha cabeça que noto ser a voz de Goody Addams.

— Wandinha, você precisa sacrificar. — a voz hesitou. — Escolha... você é a chave.

— A chave para que desta vez? — questiono minha própria mente.

— Você é a salvação dos excluídos. — disse. — Afinal, eles virão por você!

VISÃO OFF.

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Espero que gostem! Um abraço.

𝙥𝙧𝙚𝙨𝙖𝙜𝙞𝙤 𝙙𝙞 𝙢𝙚𝙧𝙘𝙤𝙡𝙚𝙙𝙞́ - Tyler x Wandinha x XavierOnde histórias criam vida. Descubra agora