𝟎𝟎𝟓 - 𝑫𝒊𝒂́𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝑭𝒂𝒖𝒍𝒌𝒏𝒆𝒓

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Não sei porque fugi e confiei em deixar Tyler sozinho em meu quarto. Eu não sabia do que ele era capaz, mas precisava processar o que estava acontecendo.

"Não apenas o Hyde, mas também o mestre desenvolve senso de responsabilidade e sensação de conexão por seu Hyde..."

Essas palavras ecoavam em minha mente, fazendo-me pensar que poderia haver uma ligação entre eu e Tyler, como mestre e Hyde.
Corro em direção ao estúdio de Xavier, sem pensar muito. Adentro-o e logo vejo um certo cabeludo sentado em um banquinho a desenhar algo em seu caderno.
Xavier assim como eu estava matando aula, já se passavam das 10 horas e ele desenhava tranquilamente com as luzes apagadas no conforto de seu mini estúdio.

— P-por que você insiste em invadir o meu espaço? — disse, escondendo seu caderno.
Sem pensar, me aproximo e tomo o caderno de suas mãos, enquanto o mesmo quase cai do banco com minha atitude abrupta.

— Esse está bem mais característico e realista desta vez. — falo, sarcasticamente.
Era outro desenho íntimo meu, desta vez eu estava vestida apenas na parte íntima baixa, com uma cueca boxer, a parte de cima se encontrava exposta.
Ele me desenhou com belos seios.

— Olha, eu não vou comentar nada mais. — ele disse, sem tentar se explicar muito.

— Pode relaxar, Xavier, preciso me preocupar com uma coisa mais importante agora. — digo ríspida, enquanto coloco o diário de Faulkner em cima da mesa e sento-me em outro banco para ler mais sobre.

— Porque você está lendo sobre hydes novamente? — ele disse, parecendo bravo. — Não me diga que está interessada no Tyler.

— Não Xavier, eu não estou interessada no Tyler. Eu apenas tive visões e coisas estranhas aconteceram. — falo estressada.

— Que tipo de coisas? Ele te machucou novamente, Wandinha?

— Não Xavier, ele não me machucou desta vez. — falei, e ele pareceu incomodado. — Aqui. — apontei para um parágrafo que eu devo ter deixado passar.

"A relação entre mestre e hyde natural é mútua, sempre de via dupla. Não há hyde que se aproxime sem que o mestre o contemple, e não há mestre que domine hyde sem que o hyde o estime. Após conectados o contrato hyde-mestre só pode ser interrompido com um ritual de separação, fora isso apenas a morte poderá quebrar essa união."

Termino de ler, incrédula. Xavier encerra sua leitura após, entendendo do que se tratava minha ansiedade.

— Não acredito... Vocês estão conectados como mestre e hyde. — ele fica assustado e, ao mesmo tempo, tristonho.

— Creio que sim. — digo fria, como sempre. — Mas se aqui diz que há um jeito de reverter essa situação, talvez eu precise tentar. — falo levantando-me e dando de costas.

Ele vem em minha direção e me abraça por trás, passando seus braços por cima de meus ombros. "Por que gostam tanto de abraços?" Penso, envergonhada e incomodada.

— Não quero te ver tomando outra flechada, Wandinha. — diz ele, manhoso.

— Não tomarei, desta vez serei mais cautelosa comigo mesma. — falo, afastando-o e virando me para olhar o mesmo. Ele se aproxima novamente, parecendo querer domar meus lábios em um beijo.

Eu ainda estava receosa pelo passado de Xavier e Bianca, não saberia como lidar com essa situação desconfortável, já que inteligência emocional não era minha maior característica. Ele está prestes a beijar-me, quando reparo em um desenho suspeito atrás de si. Olhando melhor noto que éramos eu e Tyler, no dia que o carro capotou e o vi em forma de hyde pela última vez.

— Por que você não me mostrou isso? — digo, interrompendo o clima e caminhando até o desenho.

— Ah, droga. — falou decepcionado. — Eu o desenhei nas férias, tentei te contatar, mas você estava muito distante e fria, então eu...

— Então você esconde de mim que continua tendo sonhos com o hyde. — digo em um tom expressivo e alterado. — Olha, você, eu e Tyler somos as únicas pessoas que sabem sobre o quê exatamente aconteceu nesse dia. Nem mesmo o Mãozinha sabe.

— Por  que não contou a ninguém? — indaga.

— Porque eu não queria que ninguém soubesse que eu o deixei fugir. — digo fria.

— Eu não acho isso Wandinha. Acredito que você não contou, pois, estava com medo. — ele hesita. — e quero que saiba que não precisa ter medo, pois eu estarei ao seu lado.

Fiquei sem palavras, caminhei até a porta do estúdio e saí sem dizer qualquer coisa.
Eu estava brava com o Xavier e, ao mesmo tempo chocada, ele parecia sincero, mas antes que eu pudesse pensar em qualquer compaixão, eu estava desconfiada, desconfiada de tudo e todos pensando no que poderia acontecer se todos soubessem que sou a nova mestra do hyde serial killer.

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Um abraço!

𝙥𝙧𝙚𝙨𝙖𝙜𝙞𝙤 𝙙𝙞 𝙢𝙚𝙧𝙘𝙤𝙡𝙚𝙙𝙞́ - Tyler x Wandinha x XavierOnde histórias criam vida. Descubra agora