Capítulo 16 - Mensagens

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Pov Margort

Eu não sei exatamente que horas eram aquelas quando abri os olhos me deparando com a imagem de Anne me olhando de braços cruzados. Julgando por sua expressão era difícil dizer o que ela estava pensando, mas era nítido que em seus olhos existia um misto de surpresa com tesão.

– O que foi? Por que está me olhando assim? – Perguntei ainda meio sonolenta.

– É tanta coisa que nem sei por onde começar. – Anne olhou em volta do quarto como se estivesse em busca de algo. – Por que você está dormindo sem roupa?

– Ora, agora eu preciso de um motivo para estar à vontade em meu próprio quarto? – Puxei o lençol fino para cobrir meu corpo. Por alguma razão o olhar de Anne sob ele, não me parecia certo naquele momento. – Afinal de contas, quando você chegou aqui?

– Pelo amor de Deus, Margort. Você odeia dormir sem roupa. Isso só acontece em casos extremos quando após o sexo você se sente muito sonolenta e se rende ao cansaço. Onde você esteve ontem que não me atendeu?

Anne saiu pelo quarto tentando arrumar a pequena bagunça que fiz na noite anterior quando fui me despindo e jogando as roupas por todo o cômodo.

– Eu não sabia que agora tinha que te dar satisfação até de como durmo ou deixo de dormir. Por que está aqui tão cedo?

Aquele era um jogo de perguntas sem respostas concretas que eu e Anne costumávamos jogar quando tentávamos evitar um conflito, mas que claramente não nunca nos saímos bem sucedidas na tentativa. No final sempre acabávamos discutindo porque não respondíamos aquilo que a outra desejava ouvir.

No entanto, naquele momento Anne me surpreendeu quando deixou os ombros caírem parecendo disposta a erguer uma bandeira branca antes mesmo da discussão começar. Ela deixou de lado as roupas que tinha recolhido do chão e veio em direção a minha cama onde se sentiu olhando fixamente para mim.

– Cheguei agora a pouco. As meninas já estão acordadas, pedi para que servissem o café delas. Por incrível que possa parecer, elas me receberam bem até. Falaram que você ainda estava dormindo, que tinha chegado tarde ontem e provavelmente estava cansada. Hoje é sábado, Margort. Ficamos se leva-las para fazer um programa em família, lembra? Precisamos ter um pouco de tempo com nossas garotas.

Engoli seco! Primeiro porque eu não esperava por aquela reação de Anne. Eu estava acostumada com suas alfinetas e com as quedas de braços que costumava travar com Anne. Não com aquela mulher serena e submissa. Segundo, eu tinha me esquecido completamente que tinha prometido a Anne que sairia com ela com as meninas. Terceiro, me vi completamente surpresa, afinal de contas aquela era a primeira vez em anos que minha noiva se referia a minhas filhas como "suas garotas".

Por um breve momento naquele instante em que tinha sob mim o olhar rendido de Anne, um relâmpago de culpa me abraçou. Um nó se formou em minha garganta enquanto eu tentava rapidamente organizar meus pensamentos.

– Você não lembrava que tínhamos combinado sair com elas, não é mesmo? – Anne riu de canto parecendo meio cansada.

– Não, Anne. Eu não lembrava. – Fui honesta. – Para ser sincera, eu nem falei com elas sobre isso.

– Não tem problema. Se elas não quiserem sair podemos fazer algo em casa mesmo. O que acha?

– Tudo bem, podemos ver com elas. Eu só preciso tomar um banho e já descemos.

Anne acenou em concordância, e pelo menos por hora as cobranças por explicação que ela me fazia antes tinham sido esquecidas.

Puxei o lençol contra meu corpo o cobrindo para me forçar a me jogar para fora da cama. Contudo, tive minha mão segurada pelas mãos de Anne que se aproximou de mim e lentamente puxou o lençol deixando meu corpo exposto.

Casos de amor em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora