Pov Leonor
Embora ainda fosse algo diferente em minha vida, acordar ao lado de Margort não foi a real novidade naquele dia, afinal de contas isso já tinha acontecido antes. A novidade ficou por conta do local onde acordei. Estar às sete horas da manhã ainda sonolenta na cama de Margort Lefort não era algo que imaginei ser possível. Pelo menos não depois de tudo o que ela havia me contato sobre ela enquanto tínhamos nossos encontros relacionados a sua biografia. Talvez fosse necessário que Margort ao longo do tempo abrisse um pouco mais seu coração para que eu entendesse o que tinha mudado, quando e o que a motivava a fazer coisas jamais feitas antes.
Naquela manhã não apenas acordei ao lado de Margort em sua cama, como também tomei café da manhã em sua companhia e das meninas que não pareciam surpresas por ver ali. Confesso que mesmo me sentindo bem ao lado das duas crianças, precisei de alguns minutos para deixar o constrangimento de lado e encarar o momento com naturalidade. Era tudo muito novo para mim, e certamente eu precisaria de dias para me acostumar com a presença das três em minha rotina.
Após me despedir das três, passei rapidamente em casa apenas para trocar de roupa e em seguida fui direto para o trabalho. Durante o caminho meu celular tocou insistentemente e em todas às vezes era Agnes. Contudo, como estava dirigindo deixei para retornar a ligação apenas quando estivesse em minha sala, mas não pude deixar de me preocupar com suas insistência. Agnes só costumava agir assim em duas situações especificas: Quando ela estava com problemas sérios, ou quando eu estava com problemas sérios.
Ao chegar na revista logo me deparei com toda atenção voltada para mim. Como de costume, por onde eu passava cumprimentava a todos em minha volta. Por sua vez, todos pareciam me responder de maneiras distintas. Alguns com indiferença, outros com certo receio como se estivessem diante da pessoa mais importante que já conheceram, o que logo começou me deixar inquieta. Mas foi no momento que comecei a me sentir desconfortável com os olhares que recebia, que percebi que não era exagero afirmar que alguma coisa de errado estava acontecendo naquele lugar. Não todos, mas alguns funcionários pareciam transmitir em seus olhos julgamentos ou decepção. Não sei bem como definir!
Quando cheguei em minha sala logo Vitória ficou de pé para me receber. Seus olhos estavam arregalados, e minha assistente parecia dividida entre ansiedade e insegurança. Ok, algo estava errado naquele lugar.
– O que foi, Vitória? Você parece que viu um fantasma. – Deixei de lado meu casaco e bolsa e então me virei para ela. – Por que todos me olham com espanto essa manhã?
– A senhora não viu as manchetes dessa manhã? – Vitória questionou com certa cautela.
– Não tive tempo! O que aconteceu?
A jovem nada disso, apenas me entregou a edição da nossa principal concorrente e ao me deparar com a foto exposta da capa posso jurar que meu coração congelou. Eu sabia exatamente quando tinha tirado aquela foto... Foi na festa da empresa de Margort. Nela eu estava ao lado da empresária logo após ela ter feito seu discurso e me apresentado como a responsável por sua biografia. Estávamos lado a lado, Margort com a mão pousando em minha cintura com certa propriedade enquanto me dizia algo no ouvido e mantinha um sorriso torto nos lábios. E eu, é claro que estava visivelmente atordoada com a aproximação da mais velha, porém ainda assim retribuía o sorriso com prazer. Olhando assim, facilmente poderíamos ser apontadas como um casal de celebridades.
Uma outra foto estava ao lado em um tamanho um pouco menor... Era a imagem de uma Anne visivelmente desolado. A imagem de capa por si só já era assustadora, mas nada poderia superar a manchete que li em seguida...
A dor da mulher traída: Após anos se dedicando ao relacionamento com a empresária Margort Lefort, Anne Varane garanti que seu noivado chegou ao fim após ter sido traída e trocada pela escritora Leonor Pavard."
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Casos de amor em Paris
RomanceParis é o coração francês, popularmente conhecido como o centro dos grandes amantes, os românticos, os passionné, enamorados, apaixonados... É assim, em diversas línguas, porém dividindo o mesmo significado, que ao longo do tempo Paris ficou conheci...