Pov Margort
No fim de semana
Eu nem conseguia acreditar que estava ali reunida com minhas filhas e Leonor após um jantar um tanto inesperado. Não que eu não tivesse gostado do ocorrido, mas não era como se tivesse previsto que minhas filhas após realizarem um verdadeiro interrogatório com Leonor, a convidaria para jantar em nossa casa sem sequer combinar comigo antes. A verdade é que fiquei mesmo atordoado quando soube que Eliza e Lavinia tinham chantageado a babá para leva-las até a revista onde Leonor trabalhava. Tinham ficado de castigo mesmo Leonor pedindo para que eu não o fizesse, mas confesso que elas não pareceram se importar muito com isso, ao contrário, aceitaram o castigo em silêncio, o que acabou servindo para me deixar atenta sobre seus passos.
O fato é que fiquei sabendo de tudo o que elas tinham planejado somente quando recebi o convite para me fazer presente em casa no horário estabelecido pelas duas. Eliza e Lavínia estavam eufóricas com a ideia de ter Leonor um pouco mais presente na vida delas. Aquela era a primeira pessoa que antes de se tornar minha, era das minhas filhas. A primeira pessoa que conquistou minhas meninas antes mesmo de conquistar a mim.
– Você vai nos levar para conhecê-los? – Questionou Eliza com empolgação.
– Acho que nunca fui em uma cidade pacata do interior. Podemos ir, mamãe? – Lavínia me olhou com os olhos brilhantes.
Troquei olhares com Leonor que estava entre as duas garotinhas que a enchiam de perguntas. Lavínia e Eliza não sabiam, mas eu sabia que não era tão simples assim para Leonor apresenta-las aos seus pais. Pelo o que ela já tinha contato e considerando a tristeza que eu enxergava em seus olhos enquanto falava para minhas filhas sobre a cidade onde ela havia crescido, eu podia imaginar que voltar para casa seria difícil para seu coração machucado.
– Veremos isso depois, minhas bonequinhas. – Garanti a mais nova anotando mentalmente conversar depois com Leonor sobre aquele assunto. – Agora porque não se dependem da Leonor? Já está tarde e amanhã iniciam uma nova semana de aula.
– Mas mamãe, nós queremos ouvir um pouco mais da vida dela. – Lavínia cruzou os braços.
– É, mamãe! Como vamos aceita-la como mãe se não soubermos nada sobre ela? – Argumentou Eliza, me deixando em pânico.
A ideia das minhas filhas em algum momento da sua vida vê-las Leonor como mãe, não era ruim, tão pouco assustadora. O susto estava concentrado mesmo em como Leonor poderia está se sentindo no meio daquilo tudo. Eu não queria que ela se sentisse pressionada a nada, nem mesmo que tivesse a sensação que as coisas estavam fluindo de maneira apressada ou coisa assim. Para ser honesta, eu estava em pânico com receio que ela fugisse.
– Eliza, não fale essas coisas. – Repreendi minha filha, mas para meu desespero a menor era parecida demais comigo mesma.
Eliza me olhou com aqueles olhos desafiadores, ergueu a sobrancelha e sorriu de lado como se soubesse que estava fazendo traquinagens.
– O que foi, mamãe? A senhora não pretende fazer da Leonor uma senhora Lefort? Não cometa com ela os mesmos erros mamãe.
Eu só queria determinar ali pelo menos um ano de castigo a Eliza, pela a afronta cometida. Mas ela e sua irmã tinham sorte de ter Leonor para intervir a favor delas.
– Tudo bem, meninas. Eu prometo para vocês que as levo para conhecerem meus pais. Não vou garantir quando, mas em breve terei que até eles, e as convido para irem comigo. – Leonor me olhou como se estivesse fazendo um pedido mudo. – Se a mãe de vocês deixarem, é claro.
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Casos de amor em Paris
RomanceParis é o coração francês, popularmente conhecido como o centro dos grandes amantes, os românticos, os passionné, enamorados, apaixonados... É assim, em diversas línguas, porém dividindo o mesmo significado, que ao longo do tempo Paris ficou conheci...