Pov Leonor
Se em algum momento da minha vida imaginei que estaria ali acordando com Margort deitada em minha cama, com o corpo enrolado em meus lençóis após nos entregarmos a uma noite insana de prazer? Claro que não! Mas como nem tudo na vida ocorre como planejamos, ali estava ela... Linda, de pele macia, cabelos levemente bagunçados, dormindo tranquilamente sob as fronhas dos meus travesseiros. A observei por algum tempo chegando a conclusão que vendo-a dormindo daquela maneira, não dava para imaginar que quando acordada Margort era como um furacão capaz de sacudir a paz de qualquer ser humano.
Agora eu conseguia lembrar com mais precisão das palavras ditas por Margort quando chegou ao meu apartamento na noite anterior. O fato de ter ignorado o que era certo ou errado e ter me entregue a ela, sendo incapaz de continuar resistindo ao sentimento que ela me despertava, não impediu que ao amanhecer eu sentisse o peso do medo por ter uma mulher comprometida em minha cama, voltar a me atingir.
– Eu posso sentir você me olhando. – Resmungou Margort, ainda sonolenta e me pegando de surpresa. – Assim como posso sentir também as caramiolas que estão passando por sua cabeça, Leonor. – Afirmou a mais velha em um tom sereno, porém determinado.
Era inacreditável como ela era capaz de ser daquela forma tão atrevidamente suficiente. Era como se Margort tudo soubesse e pudesse. O mundo não era um obstáculo para ela.
Senti seus braços em volta do meu corpo o puxando para junto do dela, e arrepiei por completo quando pude sentir sua pele nua encostada a minha.
– Pensei que estivesse dormindo. – Falei baixinho enquanto passada a mais por seus fios de cabelo bagunçado.
– E estava! Acordei com a sensação de estar sendo observada. – Resmungou ela ainda sem abrir os olhos.
– Desculpe! Não quis acordar você. – Afirmei com timidez.
Margort finalmente abriu os olhos e senti naquele momento como se estivesse sendo atingida por um grande raio, tamanho foi o impacto proporcionado por suas irís azuis.
– O que está te incomodando? Não me diga que finalmente se deu conta do quão enrugado é o meu corpo.
Não sei de onde tinha surgido aquela complexidade de Margort com o próprio corpo. Aquilo não me parecia ser o tipo de problemática que combinasse com ela e sua personalidade. Revirei os olhos diante daquela bobagem e em seguida puxei o lençol que a cobria. Descaradamente admirei o corpo nu de Margort. Simplesmente perfeito! Era como se ela fosse uma obra de arte moldada a mãos da maneira mais delicada possível.
– Quando eu estiver prestes a chegar aos meus cinquenta anos, quero que Deus me dê a graça que te deu. – Margort ergue a sobrancelha me vendo falar. – Seu corpo é belo, Margort.
Senti minha boca salivar ao me deparar com as lembranças da noite anterior. Uma corrente elétrica se passou por todo meu corpo ao me recordar do sabor que aquela mulher tinha, e confesso que vê-la nua diante dos meus olhos não estava ajudando muito para que eu me mantivesse focada no que de fato me preocupava por ter acordado ao lado dela.
– Se continuar me olhando dessa maneira, eu juro que não repondo por mim. Vou te chupar o dia todo nessa cama só para pagar o tempo que me fez esperar por você, Leonor Pavard.
Nosso se conectaram. Ela era atrevida e definitivamente muito petulante. E eu? Bem, adorava isso tudo nela.
– Vai me falar agora o que tanto te preocupa, ou já posso deixar isso para depois e voltar a experimentar o sabor que tem seu sexo?
Margort definitivamente era o tipo de mulher que não tinha papás na língua quando o assunto era sexo. Extremamente fiel ao que sentia, ela deixava ser demonstrado sem se importar o quão ousada ou sujas poderiam parecer suas palavras. E quer saber? Chegava a ser vergonhosa a forma como meu sexo pulsava ao ouvi-la. No entanto, resolvi deixar minha sanidade falar mais alto e evitar pelo menos por hora me entregar a ela novamente. Não que eu achasse que estaria imune ou que conseguiria novamente resistir por tanto tempo, mas naquele momento existiam coisas que eu precisava entender.
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Casos de amor em Paris
RomantizmParis é o coração francês, popularmente conhecido como o centro dos grandes amantes, os românticos, os passionné, enamorados, apaixonados... É assim, em diversas línguas, porém dividindo o mesmo significado, que ao longo do tempo Paris ficou conheci...