Pov Daphne
Acordei não sei exatamente a hora, mas bastou olhar ao meu redor para reconhecer que aquele ambiente não era a minha casa, porém era familiar. Não precisei pensar muito para reconhecer que estava na casa de Mia. Mais precisamente em seu quarto. Levantei em um salto logo buscando pelo meu celular, mas não o encontrei, e não pude ser indiferente a sensação que dominou meu corpo, era como se eu estivesse meio zonza, mas certamente era culpa do desmaio. Sim, eu recordava exatamente o que tinha acontecido em minha sala... Àquela não era a primeira vez que eu não conseguia resistir a uma pressão. Poucos sabiam das crises de ansiedade que dominavam meu corpo quando eu estava exposta a alguma situação desgastante.
– Onde está meu celular? – Questionei Mia assim que a encontrei na sala.
A loira estava sentada em seu sofá de couro branco, tomando uma bebida qualquer que pouco me importava descobrir do que se tratava.
Diante do meu questionamento, Mia não esboçou qualquer reação, apenas tomou um longo gole da sua bebida degustando-a com prazer, e só então me encarou. Quando seus olhos azuis claro encontraram os meus, meu corpo arrepiou diante da sua frieza.
– Após aquele desmaio dramático era de se esperar que você acordasse mais relaxada. – Ela respondeu em um tom seco.
– Como você me trouxe para cá? Aliás, com que direito você me trouxe para cá?
– Você passou mal, meu amor. Acha mesmo que eu te deixaria sozinha? Não foi difícil convencer um dos seguranças do hotel me ajudar carregar minha mulher para o carro.
Estreitei o olhar enquanto tentava não entrar no jogo de Mia. Eu a conhecia muito bem para saber que ela estava tentando me fazer perder a cabeça para depois ela colocar em cima de mim a culpa por mais uma briga.
Diferente das outras vezes, eu me sentei no sofá oposto ao que ela estava e olhei fixamente em seus olhos quando em um tom de voz baixo e calmo, eu disse:
– Mia, o que você quer com isso? Nós duas sabemos que não temos nada a alguns meses. Aliás, tempo suficiente para você saber que não temos mais volta. Eu não sou sua mulher!
Só então me dei conta que meu celular estava sob suas pernas. O visor ainda estava acesso, o que me fez quase perder o controle.
– Você olhou meu celular? Com que direito?
Olhando fixamente para mim, a loira engoliu de uma só vez o restante do conteúdo alcoólico que tinha em sua taça, a abandonou na mesa de centro, e em seguida jogou meu celular em minha direção.
– Daphne, Daphne... Quando eu penso que você não pode me surpreender, você me mostra que tudo não passa de uma questão de ponto de vista. Com tanta mulher no universo, você pensa mesmo em me trocar por uma desqualificada? Chega a ser uma ofensa a mim.
Logo entendi que Mia estava se referindo a Agnes. Claro que ela tinha revirado meu celular e encontrado muitas trocas de mensagens ali.
No entanto, eu sequer imaginei que as coisas poderiam ser ainda piores do que eu pensava.
– Eu tenho que dizer que ela é uma mulher insistente. Somente enquanto eu estava no banho, ela te ligou quase dez vezes. Depois eu que sou a obsessiva... – Ela riu com desdém.
– Você atendeu meu celular? – esbravejei esquecendo completamente a intensão de me manter calma. – Você não tinha esse direito.
Mia riu ainda mais parecendo se divertir com a situação.
– Uma empregada do hotel, Daphne? Sua avó vai ficar muito feliz em saber disso.
– Ela não é a minha avó. Muito menos manda em minha vida.
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Casos de amor em Paris
RomanceParis é o coração francês, popularmente conhecido como o centro dos grandes amantes, os românticos, os passionné, enamorados, apaixonados... É assim, em diversas línguas, porém dividindo o mesmo significado, que ao longo do tempo Paris ficou conheci...