Capítulo 7 - Doces conflitos

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Pov Daphne

Não posso dizer que não fiquei surpresa quando encontrei aquela que agora eu sei se chamar Agnes, bem ali ao lado do meu padrasto a quem carinhosamente eu o chamava de pai. E ainda mais surpresa fiquei quando descobri que ela se tratava de ser a assistente que ele já tinha mencionado antes, ou seja, a mulher com quem eu trabalharia a partir daquele momento todos os dias.

No entanto, não foi difícil perceber o desespero que estava estampada em seu rosto quando nossos olhos se encontraram. Algo que só se intensificou ainda mais quando ela soube quem eu era. Boba! Provavelmente estava pensando que eu contaria ao meu pai a aventura maravilhosa que nós tínhamos vivido na noite anterior.

Embora, eu não tivesse perdido tempo torturá-la um pouquinho enquanto me divertia com aquela situação toda, não demorei em demonstrar que não a conhecia, tratando de deixar claro para ela que não tinha a menor pretensão de dizer nada daquele assunto que diz respeitava somente a nós duas. Ao contrário do que ela pensava, eu não era uma perfeita cafajeste. Levemente, talvez sim, mas completamente cafajestes a ponto de expor ela em seu local de trabalho, jamais.

O problema todo é que era engraçado ver o desespero dela. Aquela visível vontade que ela tinha de me bater, e o medo que sentia de ao menos respirar ao meu lado. Safada! Eu tenho certeza que assim como eu, ela também estava sendo tomada pelas lembranças da noite anterior, e desejando por mais tanto quanto eu estava desejando. Foi ali, naquele momento, que encontrei uma motivação para ir todos os dias aquele hotel.

...

Antes de me levar para o escritório como meu pai tinha ordenado, Agnes saiu me apresentando as instalações do hotel e também aos funcionários que íamos encontrando pelo o caminho. Acho que ela estava prolongando a certeza que hora ou outra ficaríamos sozinhas. Mas como eu sou uma pessoa muito paciente, sei aguardar sem sofrer grandes danos. Tenho que confessar que ficar ao lado dela sentindo o cheiro do seu perfume invadir meus sentidos era algo quase parecido com uma tortura psicológica. No entanto, mantive minha postura profissional, especialmente quando algum funcionário estava em nossa presença. Agnes era outra que mantinha a postura profissional, e devo admitir que ela parecia fazer bem o seu serviço, além de ser visivelmente empenhada em dar o melhor de si ao executar suas obrigações. Talvez por isso que todos os colegas de trabalho que encontramos pelo o caminho, pareciam respeitá-la e ter grande admiração e carinho por ela, o que me levava a crer que Agnes estava longe de ser alguém desagradável de se conviver. Talvez aquele desequilíbrio emocional que eu cheguei a conhecer em seu apartamento tenha sido somente por ter acordado ao lado de uma mulher com quem ela disse ser a primeira a dormir.

Fosse como fosse, o fato é que aquela postura toda séria e profissional de Agnes, só servia para deixá-la ainda mais atraente aos meus olhos. Eu estava quase prestes a agarrá-la ali mesmo para matar meu desejo insano por sua boca. Era algo curioso que eu me sentisse assim por ela, quando na verdade nunca me vi jogada aos pés de mulher alguma. Para ser bem sincera, acho que o que estava provocando tudo aquilo em mim, era somente o fato dela estar dificultando as coisas. Eu gostava de me sentir desafiada, e a medida com a qual ela fazia isso, mexia completamente comigo.

Finalmente ela terminou de me apresentar tudo aquilo que achou necessário que eu soubesse de imediato, e se viu sem saída... Era hora de ficarmos sozinhas.

Sorri de canto quando juntas seguimos para o elevador, e pude jurar que a vi revirar os olhos quando viu minha satisfação com aquilo. Assim que a porta de metal se fechou, um silêncio se instalou entre nós. Eu queria ver como seria seu comportamento, estudar suas expressões, e por mais que fosse tentador toma-la em meus braços, eu me controlei e não o fiz.

Casos de amor em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora