Capítulo 8 - Vício

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Depois que chegamos na escola Thomas me levou para o vestiário vazio do time de basquete, ele abriu o seu armário e tirou de lá uma blusa de moletom de cor escura e jogou em minha direção junto com uma toalha.

Eu estava ensopado e meus cabelos ainda pingavam água pelo meu corpo escorrendo em direção ao chão.

Sem nenhuma cerimônia, Thomas desabotoou as calças e as tirou na minha frente, depois puxou sua camiseta e a jogou no banco.

Que grandioso inferno.

Ele estava apenas com uma cueca boxer preta na minha frente e eu estava completamente sem reação, aquilo deveria ser normal pra ele, trocar de roupa na frente dos seus amigos de time, mas caramba não era pra mim.

— Ei, não vai trocar? – ele agarrou uma camiseta de manga comprida seca em seu armário e a vestiu me observando todo despreocupado.

Eu agarrei a toalha e o moletom sobre meu peito me segurando pra não entrar em pânico.

— Vou só quando você sair daqui.

Ele me encarou franzindo a sobrancelha confuso.

— Cara, a gente é homem.

— Eu sei caramba, mas eu não consigo trocar de roupa com alguém me observando.

— E quem disse que eu tô te observando? Você tem um ego muito grande, baixinho – ele agarrou suas roupas molhadas e saiu do vestiário depois de vestir uma calça.

Eu odiava aquele idiota.

Baixinho? Eu tinha a porra de 1,68 uma altura normal, será que ele não tinha a noção de que ele que era grande demais?

Eu me sequei e troquei rapidamente antes que alguém pudesse entrar. O moletom tinha o cheiro do idiota e não era nenhum pouco ruim, pelo contrário era um cheiro bom que me deixava tentado a colocar o nariz no tecido e ficar horas apreciando.

Quando saí do vestiário encontrei com Thomas encostado na parede esperando, ele olhou pra mim me analisando com precisão e se aproximou, fiquei parado sem saber o que esperar quando ele levantou a minha mão e começou a dobrar a manga do moletom que tinha ficado enorme em mim.

Por um momento fiquei sem reação, aquilo não era algo que imaginei ele fazendo, mas saindo do transe puxei minha mão de volta quando ele iria começar a dobrar a outra manga.

— Não sou uma criança – soltei irritado – posso fazer isso sozinho.

Ele deu um sorrisinho malditamente provocativo me observando com cautela.

— Eu sei que pode – disse encarando um relógio em seu pulso – acho que a gente já perdeu a próxima aula.

— Merda – não era como se eu já não tivesse acostumado a perder algumas aulas por atraso, mas eu tinha um teste importante naquele dia e a regra da escola era clara, não podíamos entrar na aula depois de ter passado cinco minutos de atraso sem justificativa – Que merda – repeti, soltando o ar frustrado. 

Thomas tinha aquela mania que eu odiava, de me olhar com um sorrisinho como se achasse engraçado as minhas reações, e quando ele fazia aquilo eu podia me imaginar torcendo o pescoço dele.

— A gente não pode ficar aqui.

— Ahn? 

— Você nunca matou aula?

— Não?

Ele me encarou como se eu fosse a porra de um Marciano.

— Se alguém pegar a gente andando pela escola, vamos parar na diretoria, entendeu?

Invisível [Em Reta Final]Onde histórias criam vida. Descubra agora