Capítulo 11 - Arrependimento

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Quando minha mãe chegou do trabalho a casa estava brilhando, porque como um bom filho eu a limpei, claro com uma ajudinha de Bella o que me custou  alguns dólares das minhas economias para a faculdade.

Minha mãe parou no meio da cozinha com uma expressão surpresa passando os dedos entre seu cabelo chanel ondulado me direcionando um olhar desconfiado.

— Vamos, Jayden Köning me diga o que você aprontou.

— Eu não aprontei nada – passo os dedos na bancada em um vai e vem.

— Então o que você quer? – ela cruza os braços e tem aquele olhar intimidador que só mães têm – Porque, você, o Jayden que eu coloquei no mundo e conheço muito bem não pôde ter feito tudo isso de livre e espontânea vontade sem querer algo em troca.

— Fiz porque te amo e porque você deve estar muito cansada, isso é o mínimo que eu poderia fazer por você. – mostrei os dentes em um sorriso sem graça.

Ela soltou uma risada alta que me deixou até constrangido.

— Olha as suas palavras, isso não é nem um pouco natural vindo de você, o garoto "odeiosentimentalismo".

— Tudo bem, Sherif – eu assumo uma posse mais séria – fui convidado para uma festa...

— Mentira? – Mamãe não deixa eu terminar e já está com a mão na boca e um olhar incrédulo ao mesmo tempo contente – mas você não quer ir, né? Não é novidade que você odeia festa ou qualquer lugar com aglomeração.

— É, eu odeio, mas eu quero tentar isso, me divertir como a maioria dos garotos da minha idade fazem não deve ser difícil – eu acho.

— Foi o que eu sempre te disse, mas você nunca me deu ouvidos, sempre preferiu ficar trancado naquele quarto – ela apoia os cotovelos na bancada e me observa com atenção – O que te fez mudar de ideia?

A primeira pessoa que vem à minha cabeça é Thomas, e isso é irritante, ele sempre invade a minha mente sem a droga da minha permissão.

— Essa carinha que você acabou de fazer... tem alguém envolvido, né?

— Não enche mãe, se tem alguém envolvido é você, a senhora que me pediu pra ser mais sociável, lembra? E eu tô me esforçando.

— Tudo bem, e quando é a festa?

— Hoje – ligo a tela do celular e verifico a hora – daqui a pouco.

— Meu Deus, Jay. Você deveria ter me avisado antes, eu teria comprado roupas novas pra você.

Me pergunto se essa é a reação normal de todas as mães quando o filho fala que vai a uma festa, porque caramba eu limpei toda a casa achando que sua reação seria no mínimo algo mais dramático.

— É só uma festa adolescente, mãe.

— Eu só preciso saber com quem você vai.

— Lembra do Thomas?

— O garoto que veio te dar uma carona outro dia? Não poderia esquecer ele foi muito simpático – reviro os olhos.

— Eu vou com os amigos dele.

— Fico tão feliz que você esteja fazendo amigos.

Dou uma risada interna porque eles estão longe de ser meus amigos.

— Só tenho duas regrinhas pra você – ela ergue a postura e seu tom fica mais rígido – é simples, nada de bebidas alcoólicas nem drogas.

— Como se eu gostasse dessas coisas, mãe.

Invisível [Em Reta Final]Onde histórias criam vida. Descubra agora