Capítulo 76 - I thought it would be easier

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Luna

Será que é possível a gente se apaixonar mais por uma pessoa?

Eu sei que o tempo geralmente é um desgastador de relacionamentos. Longe de mim querer ensinar alguma coisa sobre casamentos duradouros, - até porque a bonita aqui ainda ia fazer dois anos de casada - mas sei lá... Não acredito que essa seja uma lei universal.

Desde que Chris e eu conversamos sobre a questão "filhos" pra esse ano, parece que alguma coisa dentro de mim mudou com relação a ele. Até questionei minha sanidade mental porque já me considerava muito apaixonada por ele, mas parece que isso aumentou!

É até difícil de explicar...
É como se minha mente estivesse processando a ideia de vê-lo como pai, de vê-lo amadurecer comigo e construir um futuro bem sério, porque pôr uma criança no mundo não é um hobby ou uma ação decorrente de falta de responsabilidade.

Pelo menos não deveria ser...

Tá, eu sei o que você vai dizer.

"Muita gente por aí faz isso, Luna!"

Sim, infelizmente a gente concorda nisso. Mas você também concorda comigo que não deveria ser assim?

Imagina quantas pessoas por aí pelo mundão a fora são frutos de relacionamentos inconsequentes e sem o mínimo de responsabilidade afetiva?

Não cresci achando que eu não era amada por meus pais e, apesar de ter visto minha mãe colocar de lado alguns planos por minha causa, também vi que ela não deixou de sonhar com eles e vivia repetindo pra si mesma que era só uma questão de tempo até eles chegarem. Ela não me olhava como a pessoa que frustrou seus projetos e ambições, mas também fazia questão de me dizer o quanto a minha chegada mudou tudo, porque os mínimos passos precisavam ser cuidadosamente pensados agora que havia uma criança envolvida.

Enquanto era viva, eu pude ver minha mãe realizar vários sonhos e um dos meus lamentos na época era de saber que ela tinha partido sem ter realizado outros, como o de fazer intercâmbio profissional que eu acabei descobrindo mais de 10 anos depois.

Na prática, eu também vi isso no meu pai.

Eu sei que a questão ter filhos pro homem é "mais fácil", porque não é ele que carrega e amamenta o bebê, ou precisa ficar de licença maternidade, ou até mesmo perder o emprego por ter se tornado pai.

Só que, quando minha mãe descobriu que estava grávida, eles estavam começando o projeto de ter a própria empresa. Meu pai abriu mão disso por um tempo, aceitou um emprego totalmente diferente de sua área pra poder ter dinheiro de forma imediata e flexibilidade no horário pra não passar o dia trabalhando e deixar minha mãe sozinha.

Fazendo a parte que lhe cabia, meu pai foi um exemplo disso pra mim.

Por que você está falando tudo isso, Luna?

Eu sei que você está se perguntando o porquê desse sermão e perspectiva histórica da família Blanco, rsrsrs.

Por esses e muitos outros motivos, eu cresci considerando "ter filhos" como uma das decisões mais importantes que eu poderia tomar na vida!

Tê-los ou não tê-los mudaria tudo, então sempre considerei tal ato como sendo de extrema responsabilidade e ainda bem que encontrei alguém que pensa da mesma forma.

Chris sempre quis ser pai, isso é fato.

Percebi isso desde que nos conhecemos e desde que vi sua interação com nossos sobrinhos ou qualquer criança que aparecesse no caminho.

Mas ele também fazia questão de dizer, durante esses anos de relacionamento, que acreditava no tempo certo pras coisas.

Acho que é justamente toda essa responsabilidade afetiva dele com relação à essa decisão que fazia eu me sentir mais apaixonada do que o normal. Longe de sentimentalismo, - por mais paradoxal que seja - era como se meu cérebro realmente me dissesse "Ele é a escolha mais do que certa pra ser pai dos seus filhos, Luna."

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